Soluções no transporte de cargas reduzem impactos ambientais
Empresas buscam diminuir emissão de poluentes na produção e operação de veículos pesados
Há três anos a mobilização das empresas com a causa foi intensificada a partir da realização das primeiras atividades do Programa Logística Verde Brasil (PLVB). O programa foi criado em 2016 para aprimorar a eficiência e sustentabilidade logística, considerando aspectos econômicos, ambientais e sociais.
“Os principais impactos relacionados ao setor do transporte de carga são associados ao uso de energia. Isso por causa da dependência dos combustíveis fósseis derivados de petróleo, como o diesel”. Quem explica é Marcio D’Agosto, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos coordenadores do PLVB.
De acordo com dados reunidos pelo programa, o segmento de transporte de cargas consome, aproximadamente, 19% da energia utilizada no Brasil. “O uso de materiais não renováveis causa um impacto ambiental significativo. Além disso, há emissão de poluentes, que podem causar problemas de saúde, e gases do efeito estufa”, completa o professor.
Empresas precisam se envolver com a causa
Uma das formas de acelerar a redução de poluentes é sensibilizar as empresas sobre o ganho em potencial ao melhorar a eficiência das operações. Em 2019, a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) foi uma das empresas que aderiu ao programa.
A VWCO adotou uma nova forma de transporte interno na fábrica de Resende, no Rio de Janeiro. O projeto Drop & Hook consiste na implantação de um cavalo mecânico Constellation 19.330 para a entrega de materiais dentro da fábrica.
“O engate e desengate ocorre de forma automática e rápida, possibilitando mais velocidade nas entregas de materiais. Além de ganhos de produtividade, redução no consumo de combustível e nas emissões de poluentes”, explica Marcelo Peixoto, gerente de logística da VWCO.
Dessa forma, o processo de transferência de componentes do centro de distribuição para linha de produção final teve uma redução de 67% das emissões de CO2. Antes, a rota utilizava três caminhões por turno para esta operação.
Mercedes-Benz e Heineken se juntaram para reduzir emissões de CO2
A Mercedes-Benz, por sua vez, atuou em parceria com o Grupo Heineken Brasil e a Dinon Transportes para reduzir as emissões de CO2 no transporte de cerveja, além de diminuir custos operacionais.
O projeto foi realizado por meio do uso de cavalos mecânicos Actros 2546 6×2 e semirreboques sider de três eixos distanciados, com 15 metros de comprimento.
Os veículos possuem um sistema de propulsão convencional, com motor de combustão interna e transmissão automatizada. Contudo, conta com parâmetros de software customizados e acessórios aerodinâmicos.
Na operação, também foi utilizado o sistema de gestão de frota Fleetboard da Mercedes-Benz e treinamento completo dos motoristas. “A gente tem que pensar na cadeia inteira. Isso inclui o meio de transporte, os transportadores logísticos e a empresa que é dona da carga”, explica Camilo Adas, gerente sênior de Desenvolvimento de Produto da Mercedes-Benz do Brasil.
Adas completa: “À medida que existam associações em que as partes se encontrem para utilizar inteligência e engenharia, nos unimos para reduzir os gases do efeito estufa.”
Scania reduziu em 39% as emissões de CO2
Também buscando um sistema de transporte mais sustentável, a Scania Latin America criou em 2016 o Scania Logistics Lab. O objetivo é reduzir em 50% a emissão de CO2 em todos os processos industriais e na logística terrestre até 2025.
A meta é válida para as operações de todas as fábricas da marca presentes no mundo e para a logística de transporte entre países da Europa e América Latina. Em três anos de atuação, o laboratório conseguiu reduzir 39% as emissões de CO2. Passou de 36 para 22 quilos do gás por tonelada transportada pela Scania.
O uso de 18 caminhões protótipos com melhor eficiência energética está entre as medidas que contribuem para este percentual. Além disso, a montadora será a primeira do Brasil a ter produção regular de caminhão movido a gás natural no Brasil.
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