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Última milha ganha importância na redução de emissões

Por: Mário Curcio . 19/09/2022

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Última milha ganha importância na redução de emissões

Caminhada e uso eventual de bikes e pequenos veículos elétricos diminuem em 6% a pegada de carbono nas entregas de encomendas

3 minutos, 54 segundos de leitura

19/09/2022

Por: Mário Curcio

Com entregas a pé ou de bicicleta, a redução anual de emissão de CO2 vai de 12.000 a 37.000 12.000 a 37.000 toneladas a emissão de carbono em uma única plataforma de entregas. Foto iStock

O trecho final das entregas está ganhando papel importante no sistema logístico: a redução de emissões. Chamada em regra de last mile, última milha, equivalente a 1,61 quilômetro, essa etapa do transporte pode ser feita por bicicleta, a pé ou por pequenos veículos elétricos como scooters e patinetes. E, claro, pode ser pouco menor ou mais longa do que essa distância.

Ainda é difícil cravar um número, mas a roteirização eficiente das entregas somada a essas formas alternativas de levar a encomenda consegue uma diminuição importante no consumo de combustível. “Calculamos uma média de 6% de redução de emissão de CO2. Nossos clientes conseguem e mencionam esses resultados em relatórios anuais de sustentabilidade”, afirma Gilson Chequeto, CEO da Lincros.

A empresa fornece um software de gerenciamento de pedidos capaz de informar a rota mais curta e que também permite o acompanhamento do trajeto da encomenda até a entrega.

“Por causa do propósito de sermos mais sustentáveis, adotamos este perfil de entrega no nosso roteirizador.”

Outra empresa especializada em gestão de entregas, a Onedoor, está preparando um novo recurso capaz de calcular o benefício ambiental das entregas feitas pela plataforma: “Estamos trabalhando em uma nova função para o cálculo exato das emissões de CO2. Estimamos que com a substituição de veículos por bicicletas e entregas a pé, nossos clientes consigam reduzir de 12.000 a 37.000 toneladas a emissão de carbono anualmente”, diz Parsival Araújo, CEO da empresa.

A startup Uello não tem um número fechado, mas garante que a tecnologia utilizada em suas entregas e também fornecida a outras empresas torna o processo logístico mais eficiente, com rotas otimizadas e a combinação entre as entregas de diversos clientes, o que permite rodar menos quilômetros, reduzindo as emissões.

Em suas remessas, a última milha é percorrida essencialmente por automóveis, utilitários e motos: “Temos um projeto futuro para executar entregas com bicicletas, mas há certa complexidade operacional. Poucas regiões em centros urbanos estão preparadas para isso de forma eficaz e segura”, afirma Fernando Sartori, fundador e CEO da empresa.

O executivo ressalta que esse trecho final requer muita atenção porque é ele que vai consolidar a experiência do cliente: “Mais da metade das queixas no Reclame Aqui e nos Serviços de Atendimento ao Cliente (SACs) dos e-commerces tem relação com péssima experiência na entrega, por isso a importância de a logística ser realizada com tecnologia e provendo informação”, destaca o fundador da startup.

“Pesquisas ligadas ao comércio eletrônico mostram que o consumidor não dissocia muito bem a experiência de compra no site e da entrega e do produto. Para ele é como se fosse tudo uma coisa só. E essa experiência influenciará na percepção em relação àquele e-commerce e se ele realizará ou não a próxima compra com a empresa”, garante Sartori.

Trecho final tem custo elevado

Apesar da menor dependência de motorização, a última milha tem um peso elevado no valor total do frete, 53%, segundo levantamento da Lincros. De acordo com Chequeto, isso ocorre por causa da menor capacidade de carga dos veículos, das condições de trânsito e das devoluções. “Algo corriqueiro é a dificuldade de contato com o receptor, como telefone incorreto ou ausência no endereço da entrega, além de dificuldades inusitadas, como a falta de campainha ou de referências corretas”, diz o executivo.

Para os executivos da Uello e da Onedoor, o problema mais comum é mesmo a ausência de alguém para receber a encomenda no destino final. “Pode chegar a 5% das entregas totais”, estima Sartori. Por conta disso, as plataformas permitem sempre um acompanhamento detalhado da encomenda, como forma de reduzir contratempos como este.

O peso das encomendas costuma ser menor quando o trecho final da entrega é percorrido de bicicleta ou a pé. A OneDoor informa 1,5 quilo em média e a Lincros, 1,7 quilo. Para a Uello, que ainda não incluiu as bicicletas no trecho final, o peso informado chega a 30 quilos e a maior dimensão, 120 centímetros.

Rapidez é o que conta

De acordo com as empresas consultadas, a maior parte das encomendas chega no dia seguinte à compra. “Hoje, 80% das entregas dos nossos clientes ocorrem dessa forma. Mas temos em nossas plataformas diversos casos de entrega no mesmo dia e na mesma hora. Atualmente, o cliente está disposto a pagar mais caro por um produto, desde que o tempo de entrega seja menor”, conclui o CEO da Lincros.

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