NH 300 oferece desempenho para viajar por R$ 23.990
Com motor de 278 cc arrefecido a líquido, nova moto trail da Dafra tem 25,2 cv de potência, iluminação de LED e freios ABS nas duas rodas
A nova Dafra NH 300 chegou às lojas, em abril, como mais uma opção no segmento de motos trail. Com motor de 25,2 cv de potência e freios ABS nas duas rodas, a NH 300 oferece bom desempenho para quem quer pegar a estrada. Com preço de R$ 23.990, a NH 300 é a aposta da Dafra para brigar no segmento trail de 250 cc a 400 cc. Para avaliar a nova moto trail de 300 cc da Dafra, pegamos a estrada até a vila de Paranapiacaba, na Serra do Mar.
Apesar de ser uma novidade, a NH 300 tem uma “cara” conhecida. Afinal, o modelo tem o mesmo design de sua irmã menor, a NH 190, atualmente a moto mais vendida da Dafra. Ambas, vale dizer, foram criadas em parceria com a taiwanesa SYM.
Da sua irmã de 190 cc, a NH 300 herda o chassi, o conjunto de suspensões e as rodas raiadas (aro 19, na dianteira, e 17, na traseira). Até mesmo os pneus de uso misto têm as mesmas medidas: 100/90-19 (diant.) e 130/80-17 (tras.).
Na prática, a única diferença entre os modelos de 190 cc e 300 cc é mesmo o motor maior e mais potente. A nova trail da Dafra usa um monocilíndrico de 278,3 cm³ de capacidade, com arrefecimento líquido.
NH 300 tem motor de 25,2 cv de potência
Baseado no motor da Next 300, outra parceria da Dafra com a taiwanesa SYM, o propulsor foi ajustado se adaptar às características da trail. Com isso, a NH 300 produz 25,2 cv de potência máxima a 7.500 rpm e 2,45 kgf.m de torque a 6.000 giros, com câmbio de seis marchas.
O desempenho é superior ao motor de 183 cm³ da NH 190, que produz só 18 cv e 1,6 kgf.m de torque. Dessa forma, a nova NH 300 exige menos trocas de marchas na cidade, em função de seu maior torque, e atinge velocidades mais altas na estrada. Portanto, quem tinha o modelo de 190 cc, mas achava que faltava motor para viajar ou rodar como garupa, a NH 300 acaba com esse “problema”.
Viajei com o modelo até a vila de Paranapiacaba, que pertence ao munícipio de Santo André (SP), no topo da Serra do Mar. Para chegar até lá, a NH 300 mostrou bom desempenho nas rodovias. Atinge, facilmente, os 120 km/h e mantém com facilidade essa velocidade. A velocidade máxima foi de 148 km/h – uma boa marca para uma moto de 300 cc.
Já o torque de 2,45 kgf.m ajudou nas ultrapassagens da Rodovia Índio Tibiriçá (SP-031) que leva à Paranapiacaba. Em algumas situações, bastava reduzir de sexta para quinta marcha, para ultrapassar os muitos caminhões de produtores rurais que circulam na região. Em resumo, a NH 300 vai bem melhor do que sua irmã de 190 cc, principalmente na estrada.
Trail da Dafra fica devendo em conforto e autonomia
Entretanto, vale destacar que seu assento não é lá dos mais confortáveis para longos trajetos. Com uma fina camada de espuma, causa certo desconforto após uns 100 quilômetros rodados e decepciona. Problema, aliás, que já era alvo de reclamações dos proprietários da NH 190.
Outro ponto negativo para quem quer viajar com a nova trail da Dafra é a capacidade do tanque. Com apenas 11 litros, como sua irmã de 190 cc, oferece pouca autonomia. Em nosso teste, o consumo médio cidade/estrada foi de 26,5 km/litro. Com esses números, a autonomia deve ficar abaixo dos 300 quilômetros.
Como a trail se sai na terra
Após percorrer o asfalto, é preciso rodar por cerca de 10 km na terra para se chegar de moto à vila, construída no final do século XIX. É aí que a NH 300 mostra suas limitações.
Afinal, embora seja classificada como uma moto trail, a linha NH tem uma “pegada mais urbana”, ou seja, usa roda aro 19, na dianteira, ao invés do aro 21 das motos trail puro sangue, como Yamaha Lander e Honda XRE 300.
A roda menor em conjunto com a suspensão dianteira com curso não tão longo – são apenas 135 mm, no garfo dianteiro – dificultaram a pilotagem na estrada de terra que leva à Paranapiacaba. Em valetas maiores e buracos mais profundos, a NH 300 não transmitia tanta confiança, apesar de os bons pneus Pirelli MT 60 serem de uso misto. Nessa hora, é preciso reduzir a velocidade para evitar que as suspensões cheguem no fim de curso.
Por outro lado, a roda menor torna a NH 300 mais ágil na cidade e mais acessível aos baixinhos. Embora a Dafra não divulgue a altura do assento, até mesmo eu, que meço 1,71 m, consigo alcançar os dois pés no chão com facilidade.
Vale a pena pagar mais pela NH 300?
Para quem estava em dúvida se vale a pena trocar a NH 190 pela nova NH 300, minha opinião é: depende. Se você só roda na cidade, talvez não valha a pena pagar mais pelo novo modelo. Afinal, a diferença entre elas é de R$ 6.000: enquanto a NH 300 tem preço sugerido de R$ 23.990, a NH 190 sai por R$ 17.990.
Além de mais cara, a NH 300 é 13 kg mais pesada. São 154,3 kg de peso seco contra os 141 kg, a seco também, do modelo de 190 cc.
Entretanto, a nova trail de 300 cc manteve algumas características interessantes da sua irmã menor, como painel digital completo, entrada USB sobre o tanque e o sistema de iluminação full-LED.
Contudo, a NH 300 tem um sistema de freios mais seguro. Ela sua disco nas duas rodas como a NH 190, mas conta com sistema ABS em ambas, que evita o travamento em frenagens de emergência.
Além de ser uma evolução em relação a NH 190, a nova Dafra de 300 cc é uma opção para quem procura uma trail para usar no dia a dia e pegar a estrada.
Com preço sugerido de R$ 23.990, a Dafra NH 300 também disputa a preferência do motociclista com a Yamaha Lander 250 ABS e a Honda XRE 300, que deve mudar em breve. Suas vantagens perante às famosas trail japonesas são o motor com arrefecimento líquido, além do sistema ABS de dois canais, item inexistente, por enquanto, na trail da Yamaha.
Ficha técnica – Dafra NH 300
Motor: 1 cilindro, 278 cm³
Câmbio: 6 marchas
Transmissão final: Por corrente
Potência: 25,2 cv a 7.500 rpm
Torque: 2,45 mkgf a 6.000 rpm
Peso em ordem de marcha: 154,3 kg
Preço: R$ 23.990
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