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Para diminuir emissões, empresas eletrificam suas frotas para operações logísticas

Por: Mário Sérgio Venditti . 13/09/2023

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Para diminuir emissões, empresas eletrificam suas frotas para operações logísticas

Compromisso de descarbonização e redução de custos fazem companhias adotarem veículos elétricos nas atividades dentro das cidades

4 minutos, 13 segundos de leitura

13/09/2023

Caminhão da DHL
Segundo Marcelo Linhares (à direita), diretor da DHL Suply Chain, meta da empresa é zerar emissões de poluentes até 2050. Foto: Divulgação DHL Supply chain

A eletrificação do transporte de longa distância ainda é uma realidade distante no Brasil por causa das dificuldades de logística e da falta de infraestrutura de recarga. Em compensação, é cada vez maior a utilização de veículos elétricos leves na chamada última milha – a etapa final da entrega das encomendas feitas nos canais digitais.

Segundo a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o Produto Interno Bruto (PIB) do setor logístico, que abrange transporte, armazenagem e Correios, cresceu 5,1% no primeiro trimestre, em comparação ao mesmo período de 2022.

Se depender das empresas, esse número tende a crescer, dado o volume de serviços do segmento. E os veículos elétricos leves são os responsáveis pelo aumento da eletrificação na logística. Confira, a seguir, algumas companhias que já estão eletrificando suas frotas.

DHL Supply Chain

A DHL Supply Chain, líder global em armazenagem e distribuição, e a Mondelez, multinacional de alimentos, incluíram, em sua malha de distribuição, quatro veículos elétricos refrigerados. Eles transportam mercadorias que requerem controle de temperatura entre 10 ºC e 20 ºC.

“A meta da DHL é zerar as emissões até 2050 e, pela primeira vez, estamos usando veículos elétricos refrigerados, movimento que abre possibilidades para outros projetos”, afirma Marcelo Linhares, diretor de operações do setor de consumo da DHL Supply Chain.

Os carros refrigerados, do tipo VUC, têm 150 quilômetros de autonomia e transportam até 3 toneladas de carga. Eles fazem entregas na região metropolitana de Louveira (SP), com temperatura monitorada ao longo de todo o trajeto. Em média, são realizadas 40 entregas por mês, a cerca de 20 varejistas e distribuidores, em um raio de até 75 quilômetros. 

Caminhão da Riachuelo

Riachuelo

A empresa faz entregas com carros elétricos nos municípios da Grande São Paulo. Hoje, a Riachuelo usa cinco veículos urbanos de carga (VUC) – e quatro vans. “Eles partem do nosso Centro de Distribuição de Guarulhos (SP) e percorrem as cidades para abastecer as lojas”, diz Ginaldo da Costa, coordenador nacional de transporte da Riachuelo.

Ele diz que a substituição dos veículos com motor a combustão pelos movidos a bateria reduz as emissões de dióxido de carbono (CO2) em até 90%. Segundo Costa, a ideia é incorporar mais veículos elétricos na operação de abastecimento de lojas e entregas do e-commerce.

A Riachuelo tem, também, centros de distribuição em Manaus (AM) e Natal (RN), ponto de partida para servir as capitais Salvador (BA) e Recife (PE). “Mas adotar veículos elétricos nessas cidades exige estudos sobre custos de infraestrutura”, afirma o executivo.

Desde que começou a eletrificar sua frota, a Riachuelo deixou de emitir 18 toneladas de CO2 e economizou 10 mil litros de diesel. A ação vem ao encontro da evolução digital da empresa e ao aumento nas vendas pelo e-commerce.

“Nos primeiros três meses de 2022, a participação do aplicativo no princípio das vendas foi de 45%, com crescimento de 134% no número de usuários diariamente ativos”, diz Costa. “Apesar da retomada do varejo físico, a participação dos canais digitais nas vendas foi de 10,1%.” 

Caminhão da Campodro

Grupo Risotolândia

Cerca de 200 mil quilômetros por mês é a distância percorrida pela Campodoro Transporte e Logística, marca da empresa Risotolândia Serviços Inteligentes de Alimentação, encarregada do transporte e da logística de refeições na Região Sul.

“A logística é uma das etapas mais importantes do serviço e, por isso, acrescentamos na frota dois caminhões-baú elétricos, com capacidade de 3,5 toneladas de carga seca”, comenta Edilson Borges, gerente da Risotolândia.

Os novos veículos são da JAC Motors, com autonomia de 250 quilômetros e são apropriados para uso urbano. “Enquanto um caminhão convencional a diesel despeja 30 toneladas de CO2 ao ano, os elétricos são zero emissão”, afirma.

A Risotolândia desembolsou R$ 1 milhão na aquisição dos veículos, e o retorno do investimento está previsto para 14 meses. “Na comparação do custo do diesel com o da energia, temos uma redução de 80%. Trata-se de um excelente custo-benefício”, acrescenta o gerente.

Caminhão da Merck

Merck

Em 2021, a indústria farmacêutica Merck recorreu a caminhões elétricos para fazer o transporte de medicamentos entre a fábrica e o centro de distribuição. Além de diminuir a pegada de carbono, a medida promove a inclusão feminina para conduzir os veículos. Se não bastasse, os veículos apresentam custo de reabastecimento cinco vezes menor que os movidos a diesel.

No ano passado, a Merck também implementou uma carreta GNV. Com ela, há redução de 70% na emissão de CO2. Dessa forma, toda a frota de transferência de medicamentos em temperatura ambiente é sustentável e já evitou a emissão de 2,2 toneladas de CO2 na atmosfera.

Para saber mais sobre eletrificação no setor de transporte, acesse o canal Planeta Elétrico

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