Você sabia que o uso do cinto de segurança é obrigatório em ônibus de viagem?
Determinação é válida para viagens intermunicipais e estaduais nas estradas desde 1999, mas continua sendo negligenciada
O uso do cinto de segurança em ônibus de viagem é obrigatório há 24 anos no Brasil. Em 1999, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) deu um prazo de 15 anos às empresas para se adaptarem à norma.
Ainda assim, o uso do cinto de segurança continua sendo negligenciado. O ônibus que transportava 43 torcedores do Corinthians e se envolveu em um acidente que deixou sete mortos apresentava bancos sem cinto, além de estar com os pneus carecas, segundo a Polícia Civil de Minas Gerais.
De acordo com Rodolfo Rizzotto, coordenador do SOS Estradas, em ônibus de torcida é comum que os passageiros viagem sem cinto de segurança. “Eu lamento muito pelas mortes. Mas se você olhar as imagens que eles mesmo estão postando em redes sociais, de dentro do ônibus, eles estão sem cinto de segurança. Isso aumenta em 70% o índice de óbito”, comentou o especialista, sobre o caso do acidente com os torcedores corintianos.
Apesar dos riscos, a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) constatou que grande parte dos passageiros ainda não usa o cinto de segurança. Mesmo após apresentação do motorista e solicitação.
Em 2020, a agência vistoriou 15 mil passageiros em 13 cidades. Neste caso, apenas 43% estavam com o cinto, mesmo depois da orientação do condutor.
Além disso, uma concessionária realizou um estudo em rodovias de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, constatando um quinto dos ocupantes de ônibus sem cinto. O estudo, realizado durante um mês nas BRs 116, 376 e 101, também revelou que das 105 pessoas que morreram em acidentes durante o período, 76 não utilizaram o item de segurança.
Empresas conscientizam passageiros
Embora o uso do cinto de segurança ainda seja um desafio, as empresas de ônibus conscientizam os passageiros. Antes do início da viagem, o motorista orienta que o uso é obrigatório.
Para o gerente de tráfego do Grupo Reunidas, José Lauro Carneiro, para além da obrigatoriedade, o fator mais importante é o cuidado com as vidas transportadas.
“O uso do cinto de segurança, além de ser obrigatória a sua utilização, regulamentada pelo Contran, se faz primordial para segurança tanto do motorista como dos passageiros. A Reunidas sempre busca e prioriza a segurança e orienta a todos sobre a importância da sua utilização. É algo que passamos aos colaboradores nos seus treinamentos e orientações gerais e aos passageiros. Em cada início de viagem, o motorista reforça essa orientação sobre a obrigatoriedade do uso”, destaca José Lauro Carneiro.
Cinco de segurança reduz risco de morte e lesões
De acordo com um estudo da National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), especialista em dados relacionados à segurança do trânsito nos EUA, o uso do cinto de segurança no banco de trás do carro diminui o risco de morte em até 43%.
Ainda segundo a pesquisa, o uso do item de segurança também reduz pela metade a chance de traumatismo craniano. Reduz ainda em 60% as lesões na coluna cervical.
“O objetivo é manter o passageiro seguro na sua poltrona. No caso de uma colisão mais grave ou outro tipo de sinistro, o cinto de segurança evita que o corpo de um ocupante seja arremessado, inclusive para cima de outros ocupantes, ou até para fora do veículo, o que ocorre muito em carros de passeio. É uma forma de preservar a própria vida e de quem viaja com você”, enfatiza o colaborador do Grupo Reunidas.
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