Mobilidade aérea e inteligência artificial prometem revolucionar futuro do setor de entregas
Segundo especialista, transporte com drones e veículos aéreos não tripulados podem driblar trânsito e agilizar entregas
A possibilidade de realizar entregas com drones e veículos automatizados têm alterado como o setor de entregas opera em todo o mundo. Em 2023, a categoria apresentou um crescimento de 7,5% no Brasil, de acordo com o Instituto Foodservice Brasil (IFB). Para Ana Carolina Cabral, PO da Gaudium, a integração de novas tecnologias poderá impulsionar ainda mais o crescimento do setor.
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“Drones e veículos não tripulados podem nos auxiliar nessas questões de logística, realizando rotas [aéreas] sem trânsito, ganhando agilidade e velocidade nas entregas”, explica. O mercado de entrega por drones deve movimentar 18,65 bilhões de dólares até 2028 mundialmente, de acordo com a Emerg Research.
Além de driblar o tráfego terrestre, de acordo com a PO, os impactos se estendem ao meio ambiente, também, poupando emissão de carbono nesse processo. Iniciativas deste tipo já ocorrem no Brasil, como o realizado em Campinas. Em 2020, a empresa Speedbird realizou entregas por drones em caráter experimental para o iFood na região. O teste aconteceu por dois meses e, ao longo do período, mais de 300 entregas ocorreram.
O iFood foi a primeira empresa brasileira autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a utilizar drones no delivery de alimentos e produtos em 2022. Para Cabral, o que falta para esse cenário se concretizar de vez é a regulamentação. “Essas iniciativas que já existem, conseguem ser regulamentadas porque são pontuais, mas quando se trata de muitas empresas desse tipo, precisa de mais controle e regulamentação”.
Questões como definição de rotas, velocidade média, limite de altura e organização do tráfego aéreo devem ser os principais pontos abordados, de acordo com a PO. “O volume de cada empresa, caso todas as empresas decidam operar com drone, por exemplo”, acrescenta.
Mobilidade aérea no Brasil
A mobilidade aérea já experimenta algumas mudanças e avanços aqui no País. Em janeiro deste ano, o Governo Federal anunciou a criação do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia. O espaço tem como objetivo desenvolver o ensino e a inovação, com projetos de aeromobilidade.
O primeiro projeto aprovado para ser executado no Parque é voltado, justamente, ao pouso aéreo de veículos não tripulados com uso de inteligência artificial. De acordo com o governo, já estariam investidos cerca de R$ 650 milhões na construção do parque e mais um valor aproximado para compra de equipamentos e laboratórios.
Ações locais como a de Salvador, também mostram o potencial deste modelo de mobilidade no Brasil. Até 2023, por exemplo, a cidade já possuía mais de 5.000 quilômetros sobrevoados por drones em sua costa, transportando amostras de pacientes de quatro laboratórios e um hospital da região.
Em um ano de operações comerciais da Speedbird Aero na Bahia, mais de 3 mil kg foram transportados em quase 2 mil voos de veículos não tripulados. A experiência com aeronaves não tripuladas tornou a capital baiana referência no transporte aéreo no País.
Como resultado disto, no início deste ano, a Prefeitura de Salvador elaborou um conjunto de iniciativas em prol do desenvolvimento da mobilidade aérea na região. Uma das medidas, por exemplo, foi a inclusão da discussão no planejamento urbanístico e de mobilidade urbana da cidade. O projeto tem intermédio da Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia.
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