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Montadoras unem esforços para viabilizar oferta de veículo elétrico

Por: Mário Sérgio Venditti . 20/08/2024

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Montadoras unem esforços para viabilizar oferta de veículo elétrico

Montadoras recorrem às parcerias para acelerar o desenvolvimento de carros movidos a bateria e infraestrutura de recarga

5 minutos, 4 segundos de leitura

20/08/2024

Acordo garante a donos dos elétricos F-150 e Mustang Mach-E (acima), da Ford, utilização de supercarregadores da Tesla nos Estados Unidos e Canadá. Foto: Ford/Divulgação

As parcerias entre fabricantes não são novidade na indústria automotiva. Elas contribuem para compartilhar plataformas e componentes, dividir tecnologias e amortizar custos. Agora, esse movimento também está em curso no desenvolvimento de automóveis elétricos e no uso do ecossistema da eletromobilidade.

Conheça seis importantes iniciativas das montadoras no caminho da descarbonização global, que resultam na produção de novos carros, baterias mais eficientes e soluções de infraestrutura de recarga.

Nissan e Honda

A duas marcas japonesas estão trabalhando para acelerar as iniciativas de atingir a neutralidade de carbono. Para isso, formaram parceria para realizar pesquisas em tecnologias na área de plataformas para os veículos eletrificados.

As duas se comprometem em desenvolver e investir em várias tecnologias, para disseminar os carros elétricos. Um dos itens dos estudos está ligado às opções de baterias de alto rendimento e de baixo custo. A sinergia também prevê o fornecimento das baterias de íons de lítio produzidas pela L-H Battery Company, joint venture entre Honda e LG Energy Solution, a partir de 2028.

“A indústria automotiva vive períodos de transformação a cada século. A combinação de tecnologias e conhecimentos de Nissan e Honda dará agilidade nas soluções de eletrificação e inteligência em escala mundial”, diz o presidente da Honda, Toshihiro Mibe.

Leia também: Ônibus elétricos: saiba quantos veículos rodam na América Latina e como o número cresce a cada dia

Volks e Rivian

Volkswagen não esconde seu projeto de se tornar referência em carros elétricos. Um passo nesse sentido foi dado graças à união com a Rivian, a principal rival da Tesla nos Estados Unidos e na Ásia. Elas formaram uma joint venture para compartilhar informações sobre tecnologias e sistemas voltados à eletrificação de automóveis.

Os planos incluem o investimento de US$ 5 bilhões, cabendo à Volkswagen a fatia de US$ 3 bilhões. Especialistas europeus em mercado automotivo definiram a aproximação como “acordo do século”. Para eles, a expertise da Rivian no desenvolvimento de softwares preencherá uma lacuna existente na fabricante alemã.

A Rivian, por sua vez, vai direcionar o aporte bilionário para amortizar os maus resultados registrados no primeiro semestre. Isso porque o alto custo de produção de seus carros elétricos deixou a companhia com prejuízo de US$ 1,5 bilhão.

Ford e Tesla

Se a Volkswagen recorreu à Rivian, a Ford bateu na porta da Tesla. Os donos da picape F-150 Lightning e do SUV Mustang Mach-E poderão usar os supercarregadores da empresa de Elon Musk nos Estados Unidos e no Canadá.

Os 15 mil pontos da Tesla dobram o acesso dos clientes da Ford na recarga rápida, antes restritos à rede BlueOval. Para viabilizar a conexão, a Ford deu gratuitamente os adaptadores compatíveis com os equipamentos da Tesla.

Com o acréscimo dos supercarregadores, os usuários da Ford dispõem, agora, de 126 mil estações de recarga. O pagamento pelo serviço, feito pelo aplicativo FordPass, vai incorporar os aparelhos da Tesla para unificar a operação.

Renault, Xiaomi e Li Auto

Muitas montadoras consideram estratégica a aproximação com companhias chinesas para acelerar a eletrificação. A Renault fez esse movimento com as fabricantes Xiaomi e Li Auto para firmar uma parceria tecnológica.

A meta é compartilhar tecnologias de veículos elétricos e conectados. Assim, a Renault quer tirar o atraso em relação a rivais como Stellantis e Volkswagen, mais adiantadas em parcerias na área da mobilidade elétrica.

A Renault, aliás, está flertando com a própria Volkswagen, que poderia usar a plataforma chamada de AmpRSmall — do futuro Renault Twingo E-Tech — em sua linha de carros elétricos urbanos.

O acordo da marca francesa com Li Auto e Xiaomi e Li Auto abre uma série de possibilidades. A Renault deseja aproveitar as sofisticadas soluções dos chineses, além de se valer do know how asiático na produção dos veículos elétricos.

BMW e Great Wall

As duas companhias criaram a joint venture Spotlight Automotive Limited para produzir na China veículos elétricos da Mini – marca que pertence à BMW – e da Great Wall Motors. A aliança estará sediada na província de Jiangsu, onde os parceiros construirão uma unidade de produção de última geração.

A produção dos carros Mini é peça chave para a eletrificação da marca. “A parceria aumentará rapidamente a produção e a eficiência no segmento cada vez mais competitivo de veículos elétricos compactos”, acredita Klaus Fröhlich, membro do conselho de administração da BMW.

A BMW não para por aí. Ela expandirá a bem-sucedida joint venture com a Brilliance Automotive (BBA). Em 2023, dois terços dos veículos BMW vendidos na China foram produzidos pela BBA.

Segundo as empresas, a estratégia de desenvolvimento global de veículos movidos a bateria segue uma lógica clara: ela refletirá a situação do mercado. Ou seja, o aumento da produção nos maiores centros não significa a diminuição correspondente em outras fábricas.

As fabricantes japonesas Toyota e Subaru desenvolveram o veículo elétrico bZ4X, da família bZ. Foto: Toyota/Divulgação

Toyota e Subaru

Até 2025, a Toyota planeja lançar 15 modelos totalmente elétricos no mundo. Sete deles são da linha bZ, concebida em parceria com a Subaru, firmada em 2019. O trabalho em conjunto reúne a expertise de cada empresa.

Enquanto a Toyota entra com suas tecnologias de eletrificação, a Subaru fornece seus conhecidos recursos de tração integral. O primeiro resultado da parceria chama-se bZ4X, que inaugurou a família bZ em 2022.

O modelo traz importantes inovações em segurança, sistemas de assistência ao motorista, conectividade da central multimídia e autonomia de 450 quilômetros.

Leia também: Mobilidade elétrica: Cinco iniciativas reforçam importância do Brasil no setor

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