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O papel do Brasil na transição energética

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Mobilidade para quê?

O papel do Brasil na transição energética

O País tornou-se uma potência em bioenergia. Hoje, há várias opções para apoiar a descarbonização do planeta

3 minutos, 33 segundos de leitura

03/12/2024

Biocombustíveis. Foto: Adobe Stock
Potência em bioenergia, Brasil apresenta várias alternativas para apoiar a descarbonização do planeta como o bioetanol, biometano, biodiesel, SAF e hidrogênio. Foto: Adobe Stock

Vivemos um momento crucial frente a um dos maiores desafios da nossa era: o aquecimento global. Para conter o aumento da temperatura do planeta, é fundamental atingirmos a neutralidade de carbono. Esse é o momento de unir esforços e implementar soluções práticas, sustentáveis e acessíveis que possam rapidamente mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Leia também: Descarbonização do transporte público: ‘Não precisamos de mais projetos para a eletromobilidade’

A alta importância dessa temática, amplamente discutida durante o G20, realizado recentemente no Rio de Janeiro, reforça a necessidade urgente dos países avançarem na direção de produtos, combustíveis e manufaturas sustentáveis.

Neste contexto, o Brasil já larga com grande vantagem, pois, ao longo dos últimos 50 anos, tornou-se potência em bioenergia e hoje apresenta várias alternativas para apoiar a descarbonização do planeta como o bioetanol, biometano, biodiesel, SAF e hidrogênio.

Além disso, tem dado passos importantes com políticas públicas inovadoras, como o programa Combustível do Futuro, a iniciativa Nova Indústria Brasil e o Programa Mover, que criaram diretrizes valiosas para avançarmos ainda mais nessa direção.

Novas tecnologias

A indústria brasileira tem reagido de forma bastante positiva e alinhada às diretrizes do governo. Prova disso é que parte importante dos investimentos anunciados pelo setor automotivo nesse ano, que ultrapassaram os R$ 130 bilhões, foram direcionados para novas tecnologias de eletrificação.

Em especial para a tecnologia híbrida flex plena – que, além de ser sustentável, promove o desenvolvimento econômico e social do País – e mild hybrid (híbrida leve), que utiliza bateria de baixa tensão sem capacidade de tração exclusiva pelo motor elétrico.

A transição energética para uma economia mais sustentável é muito desafiadora, mas ao mesmo tempo representa uma grande oportunidade para o Brasil.

Entretanto, a capacidade de combinar diferentes tecnologias sustentáveis, como o bioetanol e a eletrificação, posiciona o Brasil com grande potencial à liderança da transição energética. Ao desenvolver e implementar essas inovações, o País não só pode combater o aquecimento global como também se consolidar como uma potência exportadora de tecnologias sustentáveis.

Case global

As soluções desenvolvidas pelo Brasil podem ser adotadas por muitos outros países com condições climáticas adequadas para a produção agrícola, em especial de cana-de-açúcar. É o caso, por exemplo, da Índia, que viu no modelo brasileiro uma importante referência para o desenvolvimento do seu programa de descarbonização da mobilidade e está avançando a passos largos nessa direção.

Um sinal claro desse movimento é o aumento progressivo da mistura de etanol na gasolina, para alcançar 20% já em 2025, e a disponibilização de etanol puro (E100) em 400 postos de combustíveis, além da apresentação de protótipos de veículos com a tecnologia flex e híbrida flex plena pelos players presentes no mercado local. Outros países como Indonésia, Tailândia, África do Sul e Colômbia também têm grande potencial para trilhar esse caminho.

O atual desafio do clima é o carbono, e existem várias tecnologias e combustíveis que podem contribuir com a redução das emissões de CO2. Assim, todas são importantes e precisam ser consideradas para atingir o objetivo final. No entanto, é natural que cada país priorize as soluções mais adequadas segundo sua realidade, buscando o melhor resultado ambiental, econômico e social.

O Brasil, com suas tecnologias e combustíveis sustentáveis apresentou ao mundo, no G20, alternativas realistas e imediatas para a descarbonização da mobilidade com importante geração de emprego e renda para a sociedade.

Soluções adequadas ao nosso contexto, mas que podem ser aplicadas a outros países com realidades semelhantes à nossa. Esperamos que possamos servir como referência e com isso acelerar a transição energética. Disposição não falta. O importante é continuarmos avançando com o enfrentamento do aquecimento global contribuindo para a construção de um futuro melhor para todos.

Leia também: Brasil pode experimentar diferentes rotas para a descarbonização do transporte público

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão

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