'Brasil gasta mais em acidentes do que investe em ferrovias'

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‘Brasil gasta mais em acidentes rodoviários do que investe em ferrovias’, diz especialista da ANTF

Por: Daniela Saragiotto . Há 2 dias

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‘Brasil gasta mais em acidentes rodoviários do que investe em ferrovias’, diz especialista da ANTF

Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários fez um comparativo entre investimentos no setor e custo anual com sinistros nas rodovias do País

2 minutos, 48 segundos de leitura

10/07/2025

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Corredor Sudeste da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), tradicinal rota de escoamento de fertilizantes, soja e açúcar. Foto: Divulgação ANTF

Os acidentes rodoviários custaram ao País, no último ano, em torno de R$ 16 bilhões de acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), totalizando 6.100 mortes apenas nas rodovias federais. No mesmo período, os investimentos públicos totais em ferrovias foram de apenas R$ 280 milhões, segundo dados do Portal da Transparência do governo federal.

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“O Brasil gasta mais em acidentes rodoviários do que investe em ferrovias. E com isso não estamos querendo extinguir as rodovias, mas chamar a atenção para a falta de priorização desse modal. Em muitas situações, faz muito mais sentido o transporte de cargas ser feito pela malha ferroviária”, explica Davi Barreto, diretor-presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF).

Ferrovias são mais seguras

De acordo com o executivo, foram mais de 6 mil mortes por acidentes nas rodovias federais brasileiras no ano passado. Já as ferrovias contabilizam 118 mortes no mesmo período. “E todos esses óbitos foram causados por interferências de terceiros. Ou seja, são carros ou mesmo pessoas que desrespeitaram a sinalização e cruzaram a via férrea, uma situação que infelizmente ainda acontece”, explica Barreto.

Ele explica que as condições a que estão sujeitos os motoristas de caminhão atualmente comprometem sua qualidade de vida e favorecem os acidentes. “Não faz nenhum sentido submeter um profissional a uma viagem de quase 2 mil quilômetros do Mato Grosso a São Paulo, por exemplo, fazendo o transporte de grãos. O que poderia ser feito com mais segurança e eficiência de trem, modai que usamos pouco no Brasil”, opina.

De acordo com o executivo, qualquer deslocamento que extrapole os 400 quilômetros faz mais sentido se for feito pelo modal ferroviário, explica Barreto.

Modal não é prioridade no Brasil

De acordo com Barreto, falta ao transporte ferroviário incentivos proporcionais à sua importância para a sociedade, além de investimentos adequados. “É preciso que esse tema esteja em uma agenda prioritária para o Brasil. E, enquanto ele não estiver, continuará com enorme potencial subaproveitado”, afirma.

Além de não receberem investimentos, as ferrovias pagam outorgas, além de tributos federais e estaduais. Entre 1997 e 2024, foram pagos R$ 28,9 bilhões em outorgas e arrendamentos, além de R$ 114,2 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais.

“Se esse montante não fosse retirado das ferrovias, mesmo que não houvesse aumento dos investimentos, já seria um começo”, opina Barreto.

Outro ponto mencionado por ele é o potencial do setor ferroviário de contribuir com a mitigação das mudanças climáticas. Estudos das ANTF dão conta que uma ferrovia emite 8 vezes menos gases de efeito estufa do que o transporte sobre pneus. “E pesquisas internas demonstraram que 120 vagões retiram em torno de 360 caminhões das estradas”, afirma.

A associação estima que o aumento de 1% por ano da participação ferroviária na matriz de transportes brasileira reduziria 2 milhões de toneladas de emissão. De acordo com a ANTF, isso equivale a uma floresta de árvores nativas do tamanho da região metropolitana de São Paulo.

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