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Morte zero: descubra o que Helsinque fez para eliminar os óbitos no trânsito no último ano

Por: Daniela Saragiotto . Há 3h

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Mobilidade com segurança

Morte zero: descubra o que Helsinque fez para eliminar os óbitos no trânsito no último ano

Especialista em mobilidade comenta medidas adotadas pela capital da Finlândia que poderiam ter resultado positivo no Brasil

2 minutos, 48 segundos de leitura

04/08/2025

Helsinque, capital da Finlândia, quer zerar mortes no trânsito até 2050_Adobe Stock
Helsinque, capital da Finlândia, quer zerar suas mortes no trânsito até 2050. Foto Adobe Stock

Em julho de 2025, Helsinque, capital da Finlândia, celebrou a marca de 1 ano sem registro de mortes em acidentes de trânsito. Com população de 690 mil habitantes, e em torno de 1,6 milhão na região metropolitana, a cidade é a mais populosa do país nórdico.

Leia também: Visão Zero e a redução de acidentes

Os bons resultados em segurança viária se devem, sobretudo, à implementação do conceito de Visão Zero há mais de uma década. A metodologia foi criada na Suécia no final da década de 1990 e adotada como política nacional naquele país em 1997. Ao longo do tempo, foi sendo implementado em outras localidades.

Com uma abordagem de sistema seguro para a segurança viária, o Visão Zero prega que nenhuma morte no trânsito é aceitável.

Assim, se tornou um movimento global para prevenção de mortes e ferimentos graves. Usando, para isso, uma série de recursos técnicos para que as vias sejam as mais seguras possíveis.

“Com a adoção do Visão Zero há alguns anos, as sociedades dos países nórdicos passaram a dividir a responsabilidade do trânsito com o poder público”, diz Sérgio Avelleda, coordenador do núcleo de mobilidade urbana do Insper.

Zero mortes em Helsinque: iniciativas implementadas

De acordo com o especialista, uma caraterística marcante dos países nórdicos é a cultura de prevenção. “Lá motoristas, pedestres, ciclistas e outros atores do trânsito são educados para perceberem os riscos inerentes da atividade do trânsito”, explica.

A redução dos limites de velocidade, medida que funciona em conjunto com o redesenho das vias, tem obtido resultados positivos na capital da Finlândia.

“Assim, a arquitetura das ruas, feita para que os carros não consigam acelerar muito, é um exemplo de responsabilidade compartilhada entre sociedade e o poder público”, pontua Avelleda. Lá, grande parte das vias têm limite de 30 km/h, e com reduções adicionais em áreas escolares.

A fiscalização também tem papel de destaque, atuando de forma rigorosa e com uso de câmeras e sistemas automatizados. A tecnologia também é a base tomada de decisões pelo poder público, usando dados e análises constantes de tráfego e de sinistros.

Diferenças em relação ao Brasil

Avelleda pontua que, enquanto a prefeitura da capital paulista revoga suas metas de redução de mortes, a Finlândia estabelece eliminar os óbitos até 2050.

“Isso é muito emblemático. Porque quando o poder público diz ‘eu não tenho mais o que fazer para enfrentar esse problema’, evidentemente que há um afrouxamento das políticas públicas de proteção às pessoas”, diz.

De acordo com ele, no Brasil há diversas medidas que limitam a fiscalização, como proibição de radares móveis, obrigatoriedade de aviso desses sensores e outras. Nos países nórdicos, por outro lado, esse trabalho é muito rigoroso.

“Em Helsinque há equipamentos eletrônicos sem nenhum tipo de restrição. E a filosofia é que a fiscalização existe para proteger as pessoas que estão no trânsito e não o infrator, como acontece por aqui”, finaliza.

Saiba mais: Segurança de motociclistas é tema sensível na Conferência Visão Zero realizada na Suécia

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