Com licença, uma revolução está em trânsito
A boa notícia é que temos a ambição, o talento e a tecnologia para criar um mundo com zero acidente, zero emissão e zero congestionamento
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03/11/2020
No dia 15 de outubro, a Cruise – subsidiária da General Motors que desenvolve carros autônomos – recebeu uma licença do DMV (Department of Motor Vehicles, ou Departamento de Veículos Motores, em tradução livre) do Estado da Califórnia (EUA) para realizar testes de carros autônomos sem motorista. Essa não foi a primeira licença desse tipo, mas a empresa será a primeira a colocá-la em prática nas ruas de uma grande cidade dos Estados Unidos. Isso quer dizer que, muito em breve, os californianos conviverão com carros sem motorista, sem volante e sem pedais.
A descrição dessa cena pode parecer algo saído de um filme de ficção científica, mas ela faz parte da revolução da mobilidade que estamos vivendo.
Veículos mais seguros
E essa transformação não se resumirá à estranheza de ver um carro ‘andando sozinho’. O erro humano ainda é a principal causa de acidentes. Os carros autônomos podem ajudar a salvar muitas das 1,25 milhão de pessoas em todo o mundo que morrem em acidentes de trânsito a cada ano. Queremos um ar mais limpo para preservar a nossa saúde e o nosso planeta para as gerações futuras, e é por isso que os carros de hoje são mais eficientes e estão se tornando elétricos. E, por fim, queremos a liberdade de visitar amigos e familiares e explorar novos lugares sem engarrafamentos. Veículos conectados e compartilhados podem ajudar a acabar com o congestionamento que desperdiça nosso tempo e dinheiro.
A boa notícia é que temos a ambição, o talento e a tecnologia para criar um mundo com zero acidente, zero emissão e zero congestionamento.
Elétrico, compartilhado e autônomo
E estamos dando passos importantes nesse sentido. Somente a GM está investindo mais de US$ 20 bilhões no desenvolvimento de tecnologias que vão nos permitir chegar a esse futuro. Tecnologias relacionadas a eletrificação, conectividade, compartilhamento e carros autônomos.
O carro do futuro é 100% elétrico, ou seja, não emite gases prejudiciais à camada de ozônio ou à nossa saúde; ele é 100% conectado, não só à internet – nossos carros, agora, já têm seu próprio wi-fi – mas conectados ao ecossistema (semáforos, bancos, estabelecimentos comerciais etc.) e, principalmente, aos outros carros. A internet das coisas será fundamental para que as grandes cidades fluam melhor, de maneira a evitar os congestionamentos.
Economia circular
E o carro será compartilhado. Por mais que, atualmente, o compartilhamento tenha sofrido um pequeno revés pela crise sanitária que vivemos, a tendência é de um futuro compartilhado.
Porque, com a tecnologia de condução autônoma, sobretudo nos grandes centros urbanos, é possível haver menos carros circulando ao mesmo tempo que teremos mais pessoas se movimentando.
Hoje, um carro particular fica mais de 90% do tempo parado em garagens e estacionamentos. Com o autônomo e compartilhado, os veículos terão taxas de utilização bem maiores. Precisaremos de menos veículos para movimentar mais pessoas.
Os benefícios que essa verdadeira revolução da mobilidade nos trará estão mais próximos do que imaginamos. E, apesar de parecer um pequeno detalhe, a licença do DMV da Califórnia, nos Estados Unidos, é uma importante conquista nessa trajetória que nos levará a um futuro mais saudável e sustentável para todos.
Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão
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