Carros voadores: confira 4 passos antes que os eVTOLs possam ganhar os céus
No Brasil, quem lidera a corrida para produção desses veículos elétricos é a Eve Air Mobility, empresa da Embraer que já tem quase 3 mil encomendas
Com milhares de encomendas e data de início das operações definida para 2026, os eVTOLs, também chamados de carros voadores, parecem estar cada vez mais próximos da realidade.
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No Brasil, quem lidera a corrida para produção desses veículos elétricos de decolagem e aterrisagem vertical é a Eve Air Mobility, empresa da Embraer. Em julho passado, a companhia anunciou que sua primeira fábrica será instalada em Taubaté (SP), no Vale do Paraíba.
Nesse sentido, é de lá que sairão os 2.850 eVTOLs que já estão encomendados para abastecer 29 clientes de todos os continentes, sendo 335 deles no Brasil. Esses pedidos totalizam aproximadamente US$ 8,6 bilhões.
Entretanto, para que a gente possa ver esses veículos no céu, ou mesmo voar neles, ainda faltam alguns passos. Confira, a seguir, a jornada de uma aeronave fabricada no País até que ela possa ganhar os ares.
1. Carros voadores: do papel à realidade
Por exemplo, no caso dos eVTOLS da Eve, o início foi em 2028, quando a empresa foi criada dentro da Embraer-X, braço de inovação da Embraer.
O projeto foi concebido do zero e tem sido aprimorado desde então, como acontece com os mercados novos. Atualmente a empresa afirma que está sendo construído um protótipo em escala real.
Ao final dessa fase, ele será testado em voo até o fim deste ano. Já a data prevista para as primeiras entregas da aeronave, assim como a entrada em serviço, é 2026.
Assim, somando desde 2018, se realmente os eVTOLs começarem a voar na data prevista, do projeto à realidade serão oito anos.
2. Certificação
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) precisa autorizar a operação dessas novas aeronaves ou carros voadores.
Dessa forma, em fevereiro de 2022, a Eve formalizou o processo para Certificação de Tipo do eVTOL junto à Anac e, em dezembro de 2023, a agência divulgou os critérios de aeronavegabilidade do eVTOL da Eve para consulta pública.
Assim, a consulta pública terminou em 15/03 e seus retornos serão avaliados pela agência reguladora. Se for o caso, esses feedbacks vão alterar a base final da certificação.
Entretanto, com a finalização dos critérios, a Eve e a Anac e irão se concentrar em formas para cumprir a certificação dos carros voadores no Brasil.
Adicionalmente, a Eve também trabalha com a Administração de Aviação Civil dos EUA (FAA) para uma validação simultânea.
3. Infraestrutura, organização do tráfego e mais
Juntamente com a organização do espaço aéreo, a infraestrutura para pouso e para carregamento dos carros voadores são alguns dos desafios que precisam ser resolvidos.
Nesse sentido, a Eve trabalha em um software de Urban ATM, para otimização da eficiência e a segurança das operações de voo, integrando os eVTOLs com outros usuários do espaço aéreo em baixa altitude.
Dessa forma, a solução também permite integração com sistemas de automação de vertipontos, serviços de planejamento e coordenação de voos alinhados às necessidades dos usuários.
4. Mapeando os mercados dos eVTOLs
Em paralelo à certificação dos eVTOLs e dos investimentos em infraestrutura, é preciso entender em que mercados os eVTOLS fazem sentido.
Do mesmo modo, a Eve trabalha junto com autoridades, líderes do mercado em mobilidade aérea urbana, em várias cidades foco e seus clientes.
No Brasil, os estudos realizados pela empresa indicam que, para a mobilidade aérea urbana no Rio de Janeiro em 2035, espera-se contar com 245 eVTOLs.
Assim, de acordo com o estudo, a capital fluminense comporta mais de 100 rotas, 37 vertiportos e aproximadamente 4,5 milhões de passageiros anuais.
Adicionalmente, fora do Brasil, em junho de 2023, a empresa trabalha com a United para desenvolver voos com eVTOLs em São Francisco (Estados Unidos).
Em novembro passado, também, a Eve começou um trabalho com a Hunch Mobility para Bangalore, na Índia.
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