Combustíveis cada vez mais sustentáveis chegam aos postos
Novas tecnologias para álcool e gasolina, em sintonia para com as necessidades ambientais para redução de emissões de gases, também proporcionam maior eficiência e vantagens para diferentes tipos de motores
Mesmo que os carros elétricos sejam o caminho para um futuro mais “limpo”, ainda será preciso conviver com combustíveis convencionais por um bom tempo. Enquanto o cenário ideal não chega, com infraestrutura de eletromobilidade adequada e veículos com preços mais acessíveis, a indústria se adapta para atender às regulamentações relacionadas à redução da emissão de gases, fornecendo combustíveis cada vez mais amigáveis ao meio ambiente nesse período de transição da matriz energética.
Além desse importante resultado, a tecnologia que envolve esses novos produtos agrega maior qualidade e traz outras vantagens aos proprietários de veículos, entre elas a diminuição de possíveis gastos com manutenção, algo importante, ainda mais quando se observa, especialmente no Brasil, um aumento na vida útil desses bens. Há duas boas novidades nos postos das cidades brasileiras: uma delas criada pela Vibra e a outra desenvolvida pela Shell.
A nova fórmula de aditivação para o etanol da Vibra (Etanol Petrobras Grid), com a tecnologia embarcada Tecno 3, desenvolvida em parceria com a alemã Basf, resulta em um biocombustível que proporciona mais limpeza, proteção e economia. Esse avanço contribui para menores gastos com manutenção do motor, além de representar um passo à frente nesse mercado, alinhando-se aos mesmos propósitos da nova geração das gasolinas Petrobras Grid e Petrobras Podium, lançadas em fevereiro deste ano.
A Vibra hoje atua como uma plataforma multienergia ao oferecer alternativas com menor emissão de carbono após a entrada de novas fontes limpas e renováveis ao seu portfólio. Recentemente, concluiu a formação da Evolua Etanol, joint venture com a Copersucar, criando a maior plataforma global do biocombustível com expectativa de comercializar 9 bilhões de litros de etanol em seu primeiro ano. Também adquiriu 50% do capital social da ZEG Biogás para a produção do gás biometano, realizada com base nos diferentes tipos de resíduo, como a vinhaça da cana-de-açúcar, comercialmente viável para substituir o gás natural.
Menos gastos com manutenção
Ao contrário do etanol comum, a versão Grid conta com um blend de aditivos adaptados para a realidade do produto vendido no Brasil (modificadores de fricção, detergentes e anticorrosivos), em uma fórmula que atende às especificações técnicas da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e melhora os benefícios aos motores, trazendo maior eficiência, rendimento e, consequentemente, redução nas emissões e menos gastos com manutenção.
“Foram mudanças significativas ao longo de 2021 e os testes de detergência mostraram que a nova formulação reduziu a formação de depósitos de resíduos em partes do motor, principalmente nas válvulas, além de remover 52% dos já existentes”, explica Eduardo Alcazar, engenheiro e analista sênior de marcas e produtos da Vibra.
A versão Grid também promoveu proteção de 100% contra ferrugem, enquanto o etanol comum foi responsável por 25% a 50% de ferrugem no corpo de prova. Em relação ao desgaste entre peças metálicas, houve uma diminuição em até 36% e 40% menos fricção, diminuindo o atrito e demonstrando uma expressiva melhora na lubricidade do etanol.
Gasolina menos poluente
Com tecnologia Infinity, a V-Power, a nova versão da gasolina aditivada da Shell, lançada em outubro, também investe na redução de resíduos do motor, chegando a 100%, contra os 80% da versão anterior, especialmente nas válvulas e nos bicos injetores.
“O que permite, por exemplo, aos carros mais novos retomar rendimentos anteriores”, explica Gilberto Pose, especialista em combustíveis da Raízen, licenciada da marca Shell. “Isso porque detergentes e dispersantes atuam para que haja queima mais completa e eficiente do combustível, e a energia flua melhor, restaurando o desempenho e a autonomia”, acrescenta. “Dependendo das condições de uso e de manutenção, resulta em maior economia de combustível e, consequentemente, menor emissão de CO2 pelo sistema de escapamento do veículo.”
Para o especialista, ainda existe o mito do preço da gasolina aditivada, que “pesa mais no bolso” do consumidor. “Na bomba, essa diferença é pequena, especialmente por causa da qualidade e dos benefícios”, observa. As vantagens da V-Power, de acordo com Pose, não são exclusivas aos veículos mais novos, detentores de tecnologias mais avançadas, já que ela é indicada para todos os tipos, dos movidos a gasolina aos flex, como também os de baixa ou alta potência.
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