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Comunicação da estrada com motorista está mais eficiente

Por: Mário Curcio . 26/05/2022

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Comunicação da estrada com motorista está mais eficiente

Tecnologias incluem wi-fi, WhatsApp e ganham reforço de câmeras com inteligência artificial

5 minutos, 28 segundos de leitura

26/05/2022

Por: Mário Curcio

Motorista pode usar site SOS Ecovias no lugar dos antigos telefones de emergência. Foto: Divulgação Ecovias

A possibilidade de receber ajuda ou informações pelo telefone celular ganha espaço nas rodovias à medida que aumenta a infraestrutura das concessionárias. Isso já ocorre pela oferta de sinal de wi-fi ou pelo contato por WhatsApp. A comunicação entre o motorista e a empresa que cuida da rodovia já não se restringe mais aos telefones de emergência instalados a cada quilômetro.

Um bom exemplo do que está por vir vai ocorrer a partir de 6 de junho nos mais de 1.200 quilômetros sob a concessão da Eixo SP: “O usuário poderá entrar em contato conosco por wi-fi para pedir auxílio e informações em toda a extensão das rodovias sob nossa concessão”, afirma Sergio Santillan, diretor-presidente da Eixo SP. 

O acesso a esse wi-fi pode ser feito a partir de qualquer navegador de celular ou de um aplicativo da concessionária. Isso será possível com a instalação, pela empresa, de 1.964 equipamentos ao longo de 12 rodovias administradas pela Eixo SP e que cortam o interior de São Paulo.

A cobertura atual deste wi-fi já chega a 75%, mas é preciso ressaltar que ele é dedicado à prestação de assistência ao usuário (em caso de acidente, problema mecânico e obtenção de informações). Embora não sirva para navegação na internet, essa estrutura abrirá caminho para uma gama maior de serviços.

De acordo com a Eixo SP, os setores de transporte de carga e de passageiros poderão ser beneficiados com diferentes aplicações a partir dessa rede de comunicação. Como exemplo, será possível saber a localização exata de um ônibus ou caminhão e a carga que ele transporta.

A empresa Arteris ViaPaulista, que administra 720 quilômetros de estradas, também já adota o wi-fi para utilização do aplicativo SOS Usuário. O contrato prevê a instalação desse recurso (o wi-fi) em todo o trecho da concessão. A empresa implantou até o momento 450 equipamentos para fornecer o sinal e outros 650 serão distribuídos até 2023. 

A Ecorodovias adotou o WhatsApp no corredor Ayrton Senna-Carvalho Pinto. “O número entrou em caráter de teste em abril, tornou-se efetivo e até agora já teve 1.000 acionamentos”, afirma Afrânio Spolador, diretor de Tecnologia Corporativa da concessionária. 

“O WhatsApp facilita a vida do motorista porque é algo ele usa no dia a dia”, diz Spolador. O executivo afirma que os telefones de emergência tradicionais tendem a desaparecer porque são alvo frequente de vandalismo.

Nas rodovias Anchieta e Imigrantes, a mesma Ecorodovias implantou como projeto piloto o site. “Ele é acompanhado pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Quando o usuário permite acesso à sua localização, isso torna nosso trabalho mais ágil”, afirma o diretor da concessionária.

Todas as concessionárias entrevistadas fornecem informações ao Waze sobre obras e outros problemas na via e também utilizam o aplicativo para absorver informações adicionadas pelos motoristas.

Concessionária Eixo SP terá 1.964 postes como este fornecendo wi-fi para 1.221 km de vias. Foto: Divulgação: Eixo SP

Áreas ainda sem sinal

Um desafio que se tem hoje são os trechos de rodovias em que não há sinal das operadoras de telefonia. “O edital para implantação da internet 5G será de grande ajuda porque prevê que as empresas de telecomunicação forneçam [ao menos] 4G em 36 mil quilômetros de rodovias federais”, afirma Marcos Ferrari, presidente-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e Conectividade (Conexis).

“As rodovias estaduais poderiam ter a ampliação da cobertura a partir de abatimentos e créditos de ICMS para as operadoras”, diz o executivo do Conexis. As concessionárias de rodovias admitem a existência desses pontos de “sombra” nas rodovias, mas reconhecem que a baixa densidade demográfica de alguns trechos impede que as empresas de telecomunicação invistam em antenas nesses locais.

Luiz Ritzmann, superintendente de Tecnologia e Transformação da Arteris, cita dois trechos de serra em direção ao Sul do País em que não há sinal por causa da topografia. “Nesses locais há um reforço do monitoramento por câmeras e maior fluxo de veículos de serviço da concessionária.”

Spolador, da Ecorodovias, afirma que a empresa assumiu uma nova concessão em Goiás (Ecovias do Araguaia) onde apenas 20% do trecho conta com sinal. “Neste caso levaremos por contrato a conectividade gratuita com telefonia móvel. A concessionária vai custear a instalação das antenas e prover a manutenção desse serviço.” 

Milhares de câmeras e inteligência artificial

A eficiência das concessionárias é garantida por cabos de fibra óptica que percorrem toda a extensão das rodovias e conectam pedágios, painéis de mensagem, sensores (de tráfego e climáticos), balanças, radares e também câmeras dotadas de inteligência artificial. “Elas são capazes de perceber acidentes, veículos trafegando na contramão, pedestres e carga derrubada na pista, o que nos permite tomar ações imediatas”, garante Santillan, da Eixo SP, que emprega 1.082 câmeras em suas concessões.

Além dos painéis de mensagens, rodovias usam sensores para alertar baixa visibilidade. Foto: Divulgação Ecovias

Sobre o uso da inteligência artificial, a Arteris afirma: “Adotamos a tecnologia IBM Watson. Temos 2.000 câmeras e seria difícil acompanhar todas essas imagens sem a ajuda de tecnologia.” O sistema de monitoramento consegue diferenciar automóveis, caminhões, motos e também pode identificar a presença de animais na pista. E os sensores climáticos são capazes de apontar o adensamento de um nevoeiro: “A Operação Comboio é acionada no Sistema Anchieta Imigrantes quando a visibilidade cai para menos de 100 metros”, recorda Spolador, da Ecorodovias.

O degrau seguinte será a comunicação entre a rodovia e o veículo. Ricardo Takahira, membro das Comissões Técnicas da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), afirma que neste caso é desejável a utilização do painel de instrumentos ou da tela da central multimídia para transmissão de mensagens sobre congestionamentos, acidentes e obras.

“E as rodovias terão de evoluir para receber sinalizações e classificações para diferentes níveis de automação dos veículos autônomos”, diz Takahira. Ele informa que a estrutura para receber o tráfego de autônomos inclui modificações em guard rails, áreas de escape e também nas tintas para sinalização.

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