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Cidades inteligentes em constante evolução

Por: Daniela Saragiotto . 10/08/2022

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Cidades inteligentes em constante evolução

Olhar da comunidade científica e do Poder Público acompanham e promovem mudanças em cidades inteligentes

4 minutos, 23 segundos de leitura

10/08/2022

Por: Daniela Saragiotto

Constante evolução
A inclusão das ciclovias no ranking foi um dos avanços recentes. Foto: Getty Image

Desde o início da elaboração do Ranking Connected Smart Cities, em 2014, são realizadas discussões com diversos setores da sociedade, como especialistas em saúde, do Poder Público, entre outros, sobre aspectos nele contidos. Dessa forma, parte importante de sua atualização anual conta com eventos temáticos, específicos para cada um dos eixos, conhecidos como rodadas temáticas.

Um deles, realizado em julho, teve como tema Saúde, um dos 11 eixos que compõem o ranking, e contou com a presença de um dos fundadores do estudo e de especialistas que acompanham o trabalho.

De acordo com Alex Florindo, médico epidemiologista líder do Grupo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas em Atividade Física e Saúde (Gepaf), da USP, a cidade de São Paulo é um laboratório perfeito para estudos como os que sua equipe conduz, tanto pela grande amostra populacional quanto pela sua diversidade. “Registramos avanços no âmbito da saúde, principalmente por causa do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, implementado em 2014. Mas o principal desafio ainda é reduzir as desigualdades”, diz Florindo.

Desigualdades conhecidas

Entre essas diferenças regionais, o professor cita a necessidade de melhor distribuição de áreas verdes, do aumento no número de grandes estações de transporte público, da aproximação das residências aos locais de trabalho e do incremento na quantidade de ciclovias. “Vejo com muitos bons olhos a questão de as ciclovias já figurarem no ranking, pois são equipamentos fundamentais com foco na saúde, como também outros eixos”, afirma.

Saiba mais sobre a estrutura cicloviária do País.

Outra política pública mencionada que favorece a população é o Estatuto do Pedestre. “Mas é preciso discutir mais a fundo as métricas dessas atividades – por exemplo, as caminhadas como forma de deslocamento –, como no caso das melhorias no calçamento após uma inauguração de uma estação de metrô. Ou mesmo o quanto essas estruturas poderiam contribuir mais para a saúde pública. Ter em mente esses indicadores seria fundamental”, afirma.

Da teoria à prática

Os exemplos de como as políticas públicas impactam na saúde da população aparecem em vários municípios brasileiros. Um deles é Balneário Camboriú (SC), cidade que ficou em quinto lugar, no eixo Saúde, da edição 2021 do ranking.

Entre as iniciativas que destacaram o município estão sua estratégia de vacinação contra a covid-19, um local exclusivo de tratamento da doença, e um centro específico para testagem para profissionais da educação. “Esse recurso possibilitou retorno seguro das crianças às escolas, ainda no ano passado, permitindo afastar, imediatamente, profissionais contaminados”, explica Leila Crócromo, secretária de Saúde da prefeitura de Balneário Camboriú.

A cidade se destaca, também, pela liderança em captação de órgãos, o que é feito em parceria com o Hospital Municipal Ruth Cardoso. “O trabalho, que já foi premiado em nosso município, é bem maior e mais complexo, pois envolve a sensibilização das famílias em um momento crítico. Desde 2015, foram mais de 250 órgãos captados”, explica Leila.

Evolução nos indicadores

A importância da intersecção entre os eixos do ranking foi reforçada por Tatiana Tucunduva, docente do Programa de Mestrado em Cidades Inteligentes e Sustentáveis da Uninove. “A questão ambiental, como a qualidade do ar nas grandes cidades, envolve todos os demais âmbitos, como saúde, infraestrutura, mobilidade, transporte e segurança, e pensar de forma integrada auxilia os gestores públicos a endereçarem a todos esses pontos. O desafio é como conseguimos conciliar tudo isso e trazer para dentro dos indicadores do ranking.” Outro ponto destacado por ela é a necessidade de uma evolução para que, no futuro, seja possível aferir, também, municípios menores.

Willian Rigon, diretor comercial e de marketing da Urban Systems, empresa idealizadora do ranking, juntamente com a Necta, lembra que o papel do estudo, que hoje analisa municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes, é servir de parâmetro e inspiração para os demais. “Temos estudado formas de mensurar as cidades menores, mas ainda não é possível, pois algumas não possuem nem mesmo hospital. Mas, de qualquer maneira, é importante estarmos atentos”, conclui Rigon.

Saiba mais sobre o Ranking Connected Smart Cities 2022.

Conheça os 11 eixos temáticos do ranking

O Ranking Connected Smart Cities, idealizado pela Necta e pela Urban Systems e que apresenta as configurações reais das cidades, funciona como um dos pontos de partida para compreender indicadores e níveis de desenvolvimento do município. O estudo faz parte da plataforma Connected Smart Cities, fundada em 2015, e se consolidou como uma referência no Brasil no desenvolvimento das cidades inteligentes e mobilidade urbana. Nele, são avaliados 11 eixos temáticos:

1 – Economia
2 – Educação
3 – Empreendedorismo
4 – Energia
5 – Governança
6 – Meio Ambiente
7 – Mobilidade
8 – Saúde
9 – Segurança
10 – Tecnologia
11 – Urbanismo

A premiação deste ano do Ranking Connected Smart Cities, parceria da Necta com o Mobilidade Estadão, será realizada em outubro. Nos dias 4 e 5, presencial. No dia 6, digital.
Para saber mais, acesse: https://evento.connectedsmartcities.com.br/

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