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Testamos a nova moto elétrica Voltz EVS

Por: Arthur Caldeira . 06/04/2022
Inovação

Testamos a nova moto elétrica Voltz EVS

Modelo street mostra bom desempenho e autonomia. Ela pode ter duas baterias para rodar 180 km sem recarregar e chega a 120 km/h

4 minutos, 49 segundos de leitura

06/04/2022

Por: Arthur Caldeira

Com o mesmo estilo da maioria das motos vendidas no Brasil, Voltz EVS é opção de mobilidade urbana que não polui e não consome gasolina. Foto: Marco Ankosqui

Com o litro de gasolina beirando os R$ 8, muita gente tem visto nas motos elétricas uma alternativa para economizar e se locomover de forma mais sustentável. Não por acaso, a moto elétrica Voltz EVS desperta tanta curiosidade nas ruas.

É elétrica? Cadê o motor? Qual velocidade atinge? Quanto custa? São algumas das muitas perguntas que me fizeram, enquanto eu circulava por algumas ruas dos bairros da Vila Mariana e Saúde, na capital paulista, com a EVS, primeira moto elétrica brasileira, desenvolvida e produzida pela Voltz Motors.

A empresa iniciou suas atividades, no Brasil, no final de 2019. Seu primeiro modelo foi a scooter EV1, também elétrica. Em 2020, a marca criou a EVS, uma motocicleta street.

Com porte de moto, a EVS segue o estilo urbano (street), como a maioria dos modelos vendidos no País. Suas linhas, porém, são futuristas e combinam bem com a proposta. Farol, lanterna e piscas são de LED, conferindo mais modernidade ao design.

Outra diferença, óbvia, é que, em vez de um monocilíndrico de combustão interna, há um motor elétrico de 3.000 watts, alimentado por baterias de íons de lítio, instalado na roda traseira. No lugar do tanque de combustível e do motor, há uma tampa, que dá acesso ao compartimento que transporta até duas baterias e também abriga o carregador duplo da moto.

As baterias podem ser recarregadas, simultaneamente, em tomadas comuns de 110 V ou 220 V – uma carga completa leva cinco horas. As recargas podem ser feitas na moto ou é possível ainda retirar as baterias para alimentá-las em casa ou no escritório.

As rodas são de liga leve, aro 17, calçadas com pneus de origem chinesa, sem câmara. O conjunto de freios tem disco duplo, na dianteira, e simples, na traseira, com sistema combinado (CBS). O conjunto de suspensões usa garfo telescópico invertido, na frente, e monobraço, atrás.

Como é pilotar a EVS

Ao apertar o botão de “partida”, na chave de presença (Smart Key), a tela colorida de TFT do completo painel se acende. Além de velocidade, consumo da bateria em tempo real, autonomia e hodômetros, há conexão Bluetooth com o smartphone para ouvir música nos alto-falantes, localizados na parte da frente da moto, e ainda monitorar a EVS por meio de um aplicativo.

Antes de partir com a moto elétrica Voltz, é preciso pressionar o botão “P”, no punho direito, para liberar o motor – o dispositivo evita acelerações acidentais antes de o condutor assumir o guidão.

A posição de pilotagem é mais esportiva do que os modelos street. Embora o guidão seja alto e largo, as pedaleiras são recuadas, e o motociclista precisa flexionar bem os joelhos.

Montado na moto, basta acelerar, pois essas motos não têm marcha. A EVS conta com ré, acionada no punho esquerdo, para facilitar manobras com seus 147 quilos (com duas baterias).

As trocas entre os modos podem ser feitas em movimento, por meio de um botão no punho direito. Rodei a maior parte do tempo no modo “Normal”, que, na prática, oferece desempenho semelhante ao das motos de 150 cc e 160 cc a gasolina. Precisei usar o “Turbo” para sentir a arrancada mais vigorosa e também para encarar uma ladeira, com piloto e garupa.

Se o desempenho do motor surpreende e a autonomia é suficiente para o uso diário, a Voltz EVS fica devendo no quesito conforto. Além de o banco ter espuma fina, que causa incômodo após muito tempo sobre a moto, o ajuste das suspensões é rígido para nossas ruas, transmitindo as oscilações do piso ao piloto. A trepidação do carregador no compartimento também faz muito barulho em ruas irregulares.

Os freios são bons, mas o sistema combinado é agressivo demais: ao pressionar o manete de freio traseiro, que fica no lugar da embreagem, a frente afunda e até assusta. Nas curvas abertas, a EVS vai bem, mas, em trajetórias mais fechadas, se tem a sensação de estar “brigando” com a moto – problema que pode ser causado pelas suspensões duras demais ou pelo peso excessivo das baterias na parte dianteira (somadas, pesam 30 quilos).

A EVS, aliás, merecia pneus de melhor qualidade; afinal, os instalados no modelo não transmitem muita confiança em acelerações mais fortes nem nas curvas.

Fila de espera

A Voltz EVS é vendida online com preço de R$ 19.990 (mais frete), mas só com bateria que roda 90 quilômetros. Com duas, o preço salta para R$ 24.490 e a autonomia dobra. A bateria tem garantia de três anos, ou 1.500 ciclos.

Foto: Marco Ankosqui

Por causa da pandemia, a Voltz, como outras fábricas, enfrentou dificuldades no fornecimento de componentes, além de problemas logísticos que atrasaram a produção e a entrega dos modelos. Entretanto, a Voltz acaba de abrir sua fábrica no Polo Industrial de Manaus (AM), e espera agilizar as entregas da EVS. Ainda assim, o prazo para receber a moto, após realizar a compra pelo site da marca, é de 20 semanas, ou seja, cerca de cinco meses. Prova de que as motos elétricas estão atraindo o interesse do motociclista brasileiro.

Conheça os três modos de condução da EVS

* Eco: econômico, que reduz a velocidade máxima para 75 km/h, ideal para rodar em trânsito intenso

* Normal: que chega a 100 km/h e é indicado a vias de trânsito rápido

* Turbo: a EVS acelera rapidamente e pode alcançar 120 km/h, mas também reduz a autonomia pela metade. A de 180 quilômetros só é alcançada no modo Eco.

Ficha Técnica

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