Para ele, a conta do subsídio na tarifa está mal distribuída. Ele ressalta que, apesar de Curitiba ter o apoio do governo estadual, essa é a realidade de poucas cidades brasileiras. “Governo federal não auxilia, por exemplo, na gratuidade dos idosos, que é uma lei federal em que os municípios pagam essa conta”, menciona, citando a lei federal 10.741/2003. 

Atualmente, a tarifa de ônibus em Curitiba é de R$ 6 de segunda a sábado. Aos domingos e feriados o valor cai pela metade, ou seja, R$ 3. Além disso, a capital também oferece transporte gratuito para os desempregados.

Pimentel defende não só a entrada da gestão federal na discussão, mas a aprovação de um orçamento para essa finalidade. Atualmente a discussão do subsídio na tarifa é capitaneada por ele na Frente Nacional de Prefeitos (FNP), mas o curitibano quer liderar a pauta no âmbito nacional. “Vamos nacionalizar a pauta”, declarou aos prefeitos que assistiam à abertura do Smart City Expo Curitiba.

Estavam presentes na abertura Ricard Zapatero, diretor da Fira Barcelona, empresa que organiza o evento Smart City em diversas cidades do mundo; o vice-prefeito de Curitiba, Paulo Martins, secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação; o secretário de Estado da Inovação, Modernização e Transformação Digital do Paraná, Alex Canziani e Beto Marcelino, CEO da iCities, empresa organizadora do evento um Curitiba.

Além do subsídio na tarifa, descarbonização do transporte público

Eduardo Pimentel falou sobre Curitiba ser referência no transporte público. Aliado ao potencial político de ter uma infraestrutura de corredores de ônibus que virou exemplo copiado em diversas cidades do mundo, a questão precisa passar pela discussão da descarbonização. 

Nesse sentido, ainda na gestão passada, quando ocupava o cargo de vice-prefeito do Rafael Greca , a cidade fechou uma parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em 2023, empresa Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs) assinou com o banco um contrato para transformar o sistema de transporte público da capital. Ou seja, eletrificar a frota, com cerca de 1,5 mil ônibus. 

O acordo coloca como meta alcançar 33% de ônibus elétricos até 2030 e ter toda a frota composta de veículos elétricos até 2050. Com o intuito de zerar as emissões de gases de efeito estufa, a prefeitura trabalha em um novo contrato de concessão. 

Apesar de ser uma meta um tanto conservadora para uma cidade com o cacife tecnológico e inovador de Curitiba, o prefeito entende que essa eletrificação é um objetivo ousado. 

“Porque não é só a compra do ônibus que custa duas vezes e meia mais do que o ônibus convencional, mas é também toda infraestrutura de recarga”, defende Pimentel. Ele cita que vê exemplos de outras cidades que compraram modelos elétricos, mas enfrentam dificuldades para colocar esses veículos na rua, como em São Paulo. 

Apesar dos pormenores da nova concessão serem públicos, o prefeito adianta que estão estudando uma forma híbrida de investimento. Ou seja, além de comprar ônibus elétricos, Curitiba pode alugar os veículos também. 

Smart City Expo Curitiba

O Smart City Expo Curitiba acontece na Ligga Arena de 25 a 27 de março. Sob o tema “Transformando cidades: Construindo Felicidade”, o evento promete debates sobre cidades inteligentes e conteúdos exclusivos sobre mobilidade e construções do futuro.

Os assuntos abordados incluem inovação em energia, governança, startups e sustentabilidade. Aliás, haverá o Fórum Econômico Smart Brasil, onde prefeitos e bancos sentarão para desenhar bons projetos.

Conforme Beto Marcelino, antigamente faltava dinheiro para investir em soluções inovadoras. Entretanto, hoje em dia, faltam projetos de qualidade. É justamente esse ponto que o fórum econômico busca abordar.

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*A jornalista viajou a Curitiba a convite da iCities