Transição energética: espaço e oportunidade para todos
“Os carros elétricos serão maioria da frota até 2040, representando 58% nas vendas de veículos de passeio.”
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31/08/2022
A transição energética mundial se mostra cada vez mais necessária e irreversível, frente à urgência no processo de descarbonização da economia global. O compromisso firmado entre 195 países para redução de emissões de gases de efeito estufa, em 2015, deu a largada a essa iniciativa e, embora o Acordo de Paris tenha entrado em vigor apenas no ano seguinte, ele é um marco em nossa história e um passo importante quando discutimos energias renováveis.
Com base no acordo, inovações tidas como metas futuras se tornaram movimentos reais, no presente. A indústria e a opinião pública entenderam que o foco deve ser mirar em formas de produção de energias limpas, inteligentes e com maior custo/benefício ao planeta. Resultado: hoje, temos maior acesso a novas tecnologias de baixas emissões.
A pandemia também acelerou uma nova reflexão sobre o consumo mais consciente. Uma delas foi a mobilidade elétrica, que desperta o interesse de mais pessoas e empresas que visam promover a sustentabilidade.
Um bom exemplo é o fato de que, no Brasil, houve crescimento de 78% nas vendas de carros elétricos, no primeiro quadrimestre de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021, chegando a mais de 13 mil unidades vendidas, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). O cenário mundial também segue a mesma linha. De acordo com estudo realizado pela Bloomberg New Energy Finance, os carros elétricos serão maioria na frota até 2040, sendo 58% nas vendas de veículos de passeio. Esses números reforçam o caminho de mudanças na área de mobilidade e forte tendência do mercado de veículos elétricos.
Apesar de possuírem, por enquanto, um custo maior, eles são uma grande oportunidade para atender a metas, do ponto de vista de governança ambiental e social, por terem zero emissão de CO2 no escapamento. Entretanto, para quem está de olho em veículos sustentáveis que sejam mais acessíveis, uma excelente alternativa são os carros flex, que permitem o uso do etanol, ou os híbridos, que possuem um motor movido a combustível comum e outro a eletricidade.
Não há mais freio
Nos Estados Unidos e na União Europeia, a meta é que, até 2035, não tenhamos mais motores a combustão. Embora, no Brasil, não estejamos tão avançados em nossas regulamentações e termos vocação para biocombustíveis, é fundamental ressaltar movimentos recentes bastante positivos, como a isenção de impostos para veículos híbridos e elétricos, em oito Estados brasileiros, e o programa Pró Veículo Verde, que incentiva a produção de veículos híbridos ou movidos a energia limpa, no Estado de São Paulo, por meio de créditos de ICMS.
A tendência virou realidade. A transição energética e a aceleração na frota de veículos elétricos se consolidaram tanto que, em junho, nós, da Raízen, inauguramos o primeiro eletroposto de recarga rápida do Brasil, com a tecnologia do programa Shell Recharge. A iniciativa prevê um investimento de R$ 70 milhões para a implantação de uma ampla rede de, pelo menos, 35 pontos de carregamento, que utilizam energia renovável em São Paulo e nas principais rodovias de acesso à Região Sudeste, até março de 2023.
Com carregadores de 50 kW e 150 kW, as estações Shell Recharge podem abastecer veículos elétricos em até 35 minutos, apoiando e facilitando o deslocamento dos motoristas que desejam fazer viagens mais longas pelos Estados, impulsionando a formação da infraestrutura necessária para o mercado de elétricos. Essa rede complementará a oferta dos já conhecidos carregadores elétricos, vistos em supermercados, shoppings e outros destinos, proporcionando uma melhor oferta para toda jornada do cliente.
Além disso, grandes empresas do setor automobilístico vêm desenvolvendo a produção de uma linha de carros eletrificados mais populares para atender à demanda e serem adquiridos por um volume maior de pessoas.
Essa oferta por mais soluções sustentáveis é um indicativo de que há espaço para todas as inovações e que o setor irá se desenvolver, substancialmente, nos próximos anos.
Com veículos 100% elétricos (de fontes realmente renováveis de energia) e/ou somados ao etanol e demais biocombustíveis, o Brasil tem todas as condições para ocupar a liderança mundial na transição para a indústria de baixo carbono.
Há espaço para todos.
Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão
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