Fazer o alinhamento e o balanceamento periódico das rodas do veículo é essencial para dirigir com tranquilidade em qualquer situação. Muitas pessoas acreditam que é possível adiar o serviço quando o carro só transita dentro de áreas urbanas, o que é um erro, pois os procedimentos fazem parte do plano de manutenção e estão diretamente relacionados à segurança veicular.
Diego Riquero Tournier, chefe de serviços automotivos para a América Latina da Bosch, faz uma analogia interessante: “Ninguém contesta a realização de checagens periódicas nos aviões, mesmo quando nenhum piloto relata alguma anomalia, pois é questão de segurança”, observa. “Nos carros, é a mesma coisa; existem itens que devem ser verificados periodicamente.”
Para ele, muitas vezes não é fácil para os motoristas notarem quando o serviço é necessário. “Então, é mais garantido manter o veículo de acordo com as instruções da montadora, que estabelece os prazos de manutenção conforme a avaliação que seus técnicos fazem dos componentes mecânicos”, diz Tournier.
“Os principais motivos que levam o carro para a oficina estão relacionados ao que chamamos de “under car”, ou seja, tudo o que está ligado à parte de rodagem, como direção, suspensão, freios e pneus”, diz. Ele explica que esses são os componentes que mais se desgastam, pelo contato direto com o piso.
“Devemos lembrar que o automóvel é um dos maiores responsáveis por mortes em todo o mundo, então, precisamos ter responsabilidade na hora de colocar esses veículos de 1.500 quilos nas estradas circulando em altas velocidades.”
Na maioria das vezes, o sinal de alerta acende quando uma roda está desbalanceada. Isso afeta o conforto, já que a primeira coisa que se percebe é a vibração.
“Só que, até o motorista sentir, o problema já afetou todo o conjunto de suspensão e de direção (no caso de rodas dianteiras) e vai acelerar o desgaste de todos esses itens”, diz Tournier. “Por isso, as montadoras recomendam que se faça o balanceamento a cada 10 mil quilômetros, em média, ou sempre que o carro passar por algum buraco ou obstáculo que possa prejudicar o equilíbrio das rodas ou o alinhamento da direção.”
Há basicamente dois tipos de balanceamento: com as rodas fora do carro ou instaladas no veículo.
A diferença é que quando se faz isso na máquina, apenas os conjuntos de rodas e pneus são ajustados. Já no carro, a operação inclui componentes do eixo, da suspensão e da direção (rodas dianteiras).
“Normalmente, o balanceamento feito fora do carro é suficiente para garantir o equilíbrio do conjunto; só quando se percebe algum problema após o balanceamento fora é que se faz a verificação com as rodas no carro a fim de conferir se o problema está no conjunto roda-pneu ou em outro sistema”, explica o especialista.
Tournier também afirma que, em tese, rodas de aço estampado e de liga leve não apresentam diferenças ou vantagens na hora de balancear, pois o procedimento é o mesmo.
O que pode ocorrer é uma dificuldade em balancear rodas de liga leve que tenham sido mal reparadas, porque o conserto é mais complexo do que o de rodas de aço estampado.