Realidade aumentada promete revolucionar a manutenção automotiva
Tecnologia permite fazer reparos mais ágeis, precisos e com custos menores

Com um tablet nas mãos ou mesmo óculos inteligentes no rosto, o mecânico consegue reparar o veículo a quilômetros de distância, de qualquer base de apoio, com a ajuda remota de um técnico da fabricante. A cena é somente uma das possibilidades oferecidas pela realidade aumentada (RA).
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Não é ficção científica. A tecnologia está transformando processos em diversas áreas, do entretenimento à medicina. Assim, não seria diferente na cadeia da indústria automotiva.
No esforço de aprimorar o que as fabricantes de veículos chamam de experiência do cliente, as concessionárias já oferecem a RA para o consumidor configurar o carro. Por meio de óculos, o comprador visualiza o interior do veículo, escolhe cor, revestimentos, bem como acessórios. Assim, de antemão, sabe como receberá o modelo escolhido.
A ferramenta se mostra promissora, apesar de muito incipiente, também nas oficinas. “A realidade aumentada é um mundo novo no setor automotivo. Há exemplos nos sistemas de informação técnica. Mas ainda são poucos os recursos para a área de reparação, mesmo nas concessionárias”, diz o professor Pedro Luiz Scopino, diretor e conselheiro do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sindirepa-SP).
Para ele, a ferramenta contribuirá muito com treinamentos e procedimentos de montagem e desmontagem de componentes. Além disso, facilitará manutenções remotas.
“Hoje, encontram-se aplicações por scanners automotivos que, mesmo a distância, permitem fazer o reparo. Mas, quando estiver disseminada, a tecnologia vai melhorar muito a área de manutenção e serviços”, afirma.
Resistência com a realidade aumentada
No entanto, Scopino acredita que as próprias montadoras formarão uma barreira para impedir o uso excessivo da RA, não repassando informações técnicas dos veículos às oficinas independentes.
“Existem muitas cidades no País sem concessionárias. Quando as fabricantes encararem as oficinas como parceiras, verão que seu produto estará mais bem cuidado e, portanto, mais valorizado. Muitos mecânicos não gostam de trabalhar com carros de determinadas marcas simplesmente porque a informação não chega à oficina”, explica.
Outros benefícios esperados com a realidade aumentada são redução de custos, assertividade no reparo e rapidez. “Quanto mais informação disponível na tela, mais ágeis e precisos serão os serviços. Isso impacta nos custos de deslocamento e treinamentos”, diz.
O professor lembra que a RA permite ao técnico visualizar as instruções para o reparo, consultar manuais técnicos e até mesmo receber diagnósticos de falhas diretamente nos óculos ou no tablet, conectados aos sensores do veículo.
O recurso ainda possibilita manutenções preditivas. Ou seja: identifica eventual falha iminente. Assim, antecipa a necessidade de substituição de uma peça, facilitando o planejamento de manutenção.
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