Os motores flex chegaram para facilitar a vida dos condutores ao permitir o abastecimento com gasolina, etanol, ou ambos.
Mesmo assim, muitas pessoas ainda têm dúvidas de como manter seus veículos sem problemas.
Para esclarecer essas questões, conversamos com Everton Silva, diretor de tendências tecnológicas da Associação de Engenharia Automotiva (AEA). Confira:
Segundo o executivo da AEA, o número de automóveis novos que ainda utilizam o reservatório de gasolina da partida a frio é cada vez menor, graças à evolução da tecnologia. Quem ainda possuir veículo com o “tanquinho” deve mantê-lo abastecido nos períodos mais frios.
Mas quem mora em locais mais quentes pode deixá-lo vazio, já que a partida a frio só será acionada se a temperatura ambiente estiver baixa.
“No inverno ou em períodos mais frios, a recomendação é abastecer o reservatório com gasolina aditivada, que possui elementos detergentes e dispersantes que diminuem os efeitos da oxidação do combustível”, explica Everton Silva. “O preço em relação à gasolina comum é maior, mas como o volume é pequeno, vale a pena”.
Caso o problema já tenha ocorrido, ou seja, a gasolina envelheceu, formou goma e entupiu o injetor da partida a frio, a solução é levar o carro até a oficina. “É até arriscado manusear o combustível velho em casa, sem os equipamentos de proteção adequados, pois isso pode acarretar até problemas de saúde, sem falar no risco à segurança”, alerta.
“Não, nos carros atuais, a partida a frio é acionada automaticamente, de acordo com a temperatura ambiente. O ajuste varia de acordo com a fabricante, mas o sistema é acionado em temperaturas abaixo de 15°C, em média”, afirma Silva.
Utilizar aditivos adicionais podem trazer problemas, por conta da dificuldade de calcular a proporção, já que a indicação é usar uma embalagem em cada tanque completo (entre 50 e 60 litros, em média). Só que é muito difícil saber quanto utilizar em um reservatório com capacidade inferior a 1 litro.
“Aditivo em excesso pode fazer com que a gasolina perca qualidade, então, é melhor usar gasolina aditivada, até pela questão financeira”, diz Everton Silva.
Everton Silva explica que, de fato, a queima do etanol é mais limpa do que a de gasolina, pois o combustível possui menos carbono em sua formulação e, portanto, não produz tantos depósitos.
Por outro lado, quando usa o combustível de origem vegetal, o motor precisa de mais combustível – principalmente nas partidas a frio – para funcionar a contento, e o excesso de combustível pode se diluir no óleo do motor, prejudicando a lubrificação do mesmo por alguns instantes.
“Não se pode afirmar que o uso de etanol ajuda a prolongar a vida útil do motor; tanto gasolina quanto etanol apresentam vantagens e desafios”, afirma Silva.