Veja por que um carro híbrido também exige cuidados especiais
Motores a combustão precisam de manutenção periódica, mesmo com o auxílio da propulsão elétrica
O carro híbrido pode se transformar em tendência nos próximos anos, enquanto a eletrificação total – ou outra alternativa para a descarbonização – não chega. No Brasil, novos investimentos em híbridos flex foram anunciados por Renault, Volkswagen e BYD.
Por enquanto, a única a vender carros com essa tecnologia no País é a Toyota. Outros fabricantes, como a Honda e a própria BYD, vendem híbridos a gasolina com boa eficiência.
Mas o que são carros híbridos?
- Há modelos híbridos-leves, que usam um sistema de 48V e um motor elétrico no lugar do alternador. Isso ajuda o propulsor a gasolina quando o carro estiver em baixas velocidades, fizer arrancadas e retomadas.
- Outro sistema comum é o híbrido plug-in, que permite a recarga da bateria por fonte externa. Com isso, oferece maior autonomia no modo eletricidade.
- Sem esse tipo de carga externa, as baterias de um híbrido são recarregadas pelo próprio motor a combustão e pela energia gerada em frenagens e desacelerações.
Manutenção do carro híbrido
No entanto, a principal dúvida de quem tem interesse na compra de um carro híbrido é a manutenção. “Os híbridos requerem praticamente os mesmos cuidados dos veículos convencionais. Basta seguir as indicações do manual do proprietário”, diz Fernando Fusco, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).
“Os sistemas elétricos que equipam os modelos híbridos não exigem revisão específica. Mas é importante observar alguma eventual falha indicada no painel de instrumentos. Se isso acontecer, o reparo deve ser feito o mais rápido possível”, diz.
Uso restrito do motor
No caso dos híbridos plug-in, o professor alerta que a instalação elétrica deve seguir as instruções do fabricante. Por exemplo: uma conexão de recarga fora dos padrões pode queimar o plug de ligação com o carregador. Consequentemente, iniciar um incêndio.
“Já o motor a combustão pode precisar de atenção especial quanto à temperatura”, diz Fusco. Ele ressalta que, em alguns híbridos, os motores a gasolina são pouco usados e trabalham em temperaturas menores do que a ideal.
“Essa particularidade pode levar o motor a combustão a funcionar em baixas temperaturas – condição mais crítica ao óleo lubrificante. A diferença se acentua quando se trata de veículo híbrido plug-in”, explica Fusco, que reforça o uso do óleo correto do motor, indicado pelo fabricante. Afinal, ele pode ser diferente de um veículo somente a combustão.
Da mesma forma, o motorista deve ficar atento à capacidade de carga da bateria. Pois, com o tempo, ela perde o poder de armazenar energia, ficando menos eficiente. Então, a solução, muitas vezes, é trocar todo o sistema ou parte dele. Mas o procedimento não é barato.
Por outro lado, o uso mais restrito do motor aumenta a duração de outros componentes. “Não é raro que algumas peças dos modelos híbridos – como velas de ignição e pastilhas de freio – apresentem durabilidade superior em termos de quilometragem”, diz o docente.
O sistema de freios também é mais preservado em carros híbridos. O motor elétrico tende a segurar o carro em desacelerações. Dessa forma, dispensa o trabalho do freio em algumas situações. Além do mais, os sistemas regenerativos aproveitam essa força para a recarga da bateria.
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