Gênero na mobilidade: estudo revela como deslocamentos de homens e mulheres são diferentes
Pesquisa da Brigham Young University (EUA) mostra como o medo se manifesta nos trajetos feitos a pé pelo público feminino

Um estudo sobre segurança e mobilidade ativa feito na Brigham Young University (BYU), localizada em Utah, nos Estados Unidos, demonstrou as preocupações do público feminino em seus deslocamentos a pé, e suas diferenças na comparação com o público masculino.
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Coordenada pelo professor de saúde pública da universidade, Robbie Chaney, a pesquisa ‘Imagens de mapas de calor baseados em gênero de ambientes de caminhada no campus: um reflexo da experiência vivida‘ foi feita em conjunto com duas estudantes, Alyssa Baer e Ida Tovar. E contou com a participação de 571 estudantes voluntários para a realização do experimento.
Como foi feita a pesquisa sobre gênero na mobilidade
Ao grupo de jovens, que consistiu em 56% de mulheres e 44% de homens, coube analisar 16 fotos de locais reais de quatro campi universitários de Utah, entre eles o campus da própria Brigham Young University. As fotografias mostravam cenas diurnas e noturnas desses locais.
Para cada aluno foi pedido que clicasse nas imagens que mais lhe chamavam a atenção, colocando pontos sobre elas. Ao somar todos os pontos clicados foi possível criar mapas de calor, de forma que quanto mais cliques uma área recebia, mais vermelha ela aparece no mapa. E quanto menos cliques, contudo, mais azul o ponto aparece.

Na maioria dos casos, os entrevistados do sexo masculino tendiam a identificar caminhos e passarelas, com foco no caminho.
Já as mulheres, no entanto, foram mais propensas a apontar áreas fora do trajeto, como arbustos ou áreas escura, pontos que pudessem representar perigos, o que ficou ainda mais evidente nas imagens feitas à noite ou em áreas mais isoladas.
“Isso pode refletir sua ampla experiência com medo do crime, particularmente de crimes violentos ou sexuais resultantes de perseguição em áreas mal iluminadas” afirma Robbie Chaney.
A pesquisa sugere que as decisões para a construção desses locais também precisam levar em conta essas variadas experiências e percepções, para a segurança de ambos os públicos.
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