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Quantos segundos você tem para atravessar a rua? Confira o tempo dos semáforos em São Paulo

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Meios de Transporte

Quantos segundos você tem para atravessar a rua? Confira o tempo dos semáforos em São Paulo

Instituto Corrida Amiga divulga dados sobre estudo realizado em 167 travessias em 21 cidades de seis Estados

3 minutos, 34 segundos de leitura

28/06/2024

Imagem de um semáforo para pedestres com sinal vermelho

Longas esperas na calçada e curtos períodos de travessia. Esse foi o resultado revelado pelo Instituto Corrida Amiga após analisar 167 semáforos em 21 cidades de seis Estados brasileiros e mapear o tempo que eles ficam abertos para que as pessoas possam ir de um lado a outro da rua. Em média, os dados revelam que o pedestre tem apenas 7 segundos para fazer a travessia.

Na cidade de São Paulo, no entanto, as informações coletadas mostram que os paulistanos têm, em média, 15 segundos para atravessar a rua. O cálculo leva em conta 79 semáforos que estavam funcionando. As informações foram enviadas por moradores locais que compartilharam suas realidades com a ONG.

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No entanto, o Instituto Corrida Amiga também identificou semáforos em São Paulo que ficam abertos para pedestres por apenas 4 segundos. É o caso dos cruzamentos entre as ruas da Consolação e Maria Antônia e entre a própria Consolação e a Rua Caio Prado, na região central da cidade.

Semáforos de São Paulo criam “Travessias Ciladas”

O Instituto Corrida Amiga criou o termo “Travessias Ciladas” para definir os semáforos que ficam abertos por menos de 10 segundos.

De acordo com a ONG, “em uma velocidade média de 0,7 m/s – comum entre crianças e idosos – um intervalo de 10 segundos permitiria uma distância percorrida de 7 metros, o suficiente para cruzar uma rua de duas pistas largas”. Sendo assim, faróis com menos de 10 segundos de abertura para pedestres representariam uma “cilada” para certos grupos.

Dos 79 semáforos analisados em São Paulo, 48 tinham tempo de travessia menor ou igual a 10 segundos. Por fim, a pesquisa também contabilizou 27 semáforos quebrados na cidade, onde o período de travessia podia ser ainda menor e a espera chegou a até 3 minutos.

Quando se leva em conta todas as cidades analisadas, 54% dos semáforos deixavam apenas 10 segundos ou menos como tempo de travessia para pedestres.

O curto tempo de abertura para os pedestres pode trazer riscos para crianças e pessoas com mobilidade reduzida. Além disso, “97,8% dos idosos da cidade de São Paulo não conseguem caminhar a 4,3 km/h, velocidade padrão adotada pela Companhia de Engenharia de Tráfego para regulagem dos tempos semafóricos”, afirma Silvia Stuchi, fundadora e diretora do Instituto Corrida Amiga.

Como se define o tempo de abertura de um semáforo?

O Estatuto do Pedestre determina que o tempo máximo de espera para atravessar uma via é de um minuto e meio. No entanto, o Instituto Corrida Amiga encontrou um tempo de espera de dois minutos e 11 segundos, levando em conta os 167 semáforos analisados.

O Estatuto do Pedestre também reconhece direitos para quem anda a pé. Por exemplo: a garantia de tempo suficiente para uma travessia, levando em conta a velocidade de 0,6 m/s para crianças e PCDs, 0,8 m/s para idosos e 1 m/s para adultos.

“Tivemos um avanço em legislação com o Estatuto do Pedestre que parou de considerar uma média de velocidade, que seria de um homem alto e jovem, para todos os usuários. Esse documento passou a considerar que existem velocidades mais baixas para crianças e idosos”, afirma Leticia Sabino, presidente do Instituto Caminhabilidade.

Na teoria, os semáforos de São Paulo deveriam calcular seu tempo de abertura levando em conta a largura da via e a velocidade média dos grupos citados acima. Ao mesmo tempo, o Estatuto do Pedestre também determina que uma grande concentração pessoas em um local deve aumentar o tempo de abertura.

“Não existe uma média de tempo que seria ideal no geral”, ressalta Leticia Sabino. No entanto, o prazo de 4 segundos em algumas vias de São Paulo não está adequado em nenhum cenário.

Como solução, a ativista propõe “baixar a velocidade das vias e garantir a prioridade de travessias sempre que as pessoas quiserem. Em um lugar de muita travessia a pé, deveríamos inverter essa lógica de ter mais tempo para os veículos passarem e dar prioridade para o pedestre”.

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