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Biossegurança pode ajudar passageiro a retornar ao ônibus

Por: Andrea Ramos . 27/10/2020
Meios de Transporte

Biossegurança pode ajudar passageiro a retornar ao ônibus

Para tornar o transporte mais seguro e atrativo, as encarroçadoras desenvolvem sistemas para reduzir a contaminação por vírus

6 minutos, 49 segundos de leitura

27/10/2020

Por: Andrea Ramos

tecnologia de biossegurança pode ajudar na retomada dos passageiros
Dois corredores internos, cortinas com proteção antibacateriana e desinfecção por névoa são algumas das novidades da Marcopolo. Foto: Divulgação Marcopolo

As fabricantes de carrocerias para ônibus investiram na biossegurança como forma de amenizar os impactos do novo coronavírus no transporte de passageiros. Vale ressaltar que o setor é um dos que mais sofreu com a crise pandêmica. O Ministério da Economia publicou uma lista com os 15 setores que foram impactados pela crise – e o de transporte de passageiros por ônibus está entre os cinco que apresentaram mais prejuízos.

Diante desse cenário, os sistemas de biossegurança se tornaram ferramentas oportunas para as encarroçadoras ajudarem seus clientes a conquistar a confiança do passageiro para que ele volte a embarcar nos ônibus. Todas elas oferecem novas tecnologias a todas as suas linhas de produtos. Destacamos, a seguir, um modelo de cada marca. 

Marcopolo puxou o coro da Biossegurança

No início de junho deste ano, a Marcopolo correu contra o tempo e apresentou suas soluções de biossegurança. Por meio de sua divisão de inovação, a Marcopolo Next, e parcerias com universidades, a empresa desenvolveu uma série de adaptações que, aplicadas nos ônibus, ajudam a coibir o risco de contaminação por vírus.

O Kit Biosafe, como é chamado, reúne desde um simples dispenser de álcool em gel a novas configurações de poltronas na área interna do veículo para manter o distanciamento social. Há ainda dois corredores, cortinas com proteção antimicrobiana, desinfecção por névoa e ar-condicionado com sistema de filtro UVC, que elimina organismos presentes no ar. Outros itens são pega-mão e balaústres produzidos com sistema antimicrobiano, poltronas feitas com tecidos dos bancos e do cinto de segurança com solução antimicrobiana e divisórias entre passageiros e motorista.

Para não colocar a saúde dos passageiros em risco, as lâmpadas com raios UVC ficam dentro do sistema de ar e a desinfeção dos micro-organismos é feita pelo ar que é liberado.

Além da Marcopolo, as soluções de biossegurança também se estenderam para as encarroçadoras Neobus e Volare, do mesmo grupo.

Recentemente, a Volare apresentou suas soluções para seus modelos micro, mídi e míni. Chama a atenção a nova configuração das poltronas com o layout de três fileiras e dois corredores. Dessa forma, os passageiros ficam a 1 metro de distância uns dos outros. Outra solução são as divisórias entre os passageiros para reduzir ainda mais o risco de contaminação.

Soluções são direcionadas para todas as aplicações

Sidnei Vargas, gerente comercial da Volare, explica que todas as soluções podem ser aplicadas juntas ou separadamente. Vai de acordo com o interesse de cada cliente. Na opinião de Vargas, essas soluções ajudam a mitigar vírus e bactérias que levam a outras doenças, mesmo quando a vacina contra o novo coronavírus chegar, essas soluções permanecerão.

Sidnei Vargas explica ainda que a novidade não alterara o preço do produto. O maior custo das soluções é do tecido antimicrobiano dos assentos, que representa cerca de 5% a mais em relação ao tecido convencional. No entanto, como na configuração do layout das poltronas foram retiradas cerca de cinco poltronas, o valor final fica equilibrado.

Antes mesmo da pandemia, a Irizar (encarroçadora que atua nos segmentos de transporte rodoviário, turismo e fretamento) já desenvolvia sistemas para promover a desinfecção de ar dentro dos veículos. Para isso, a empresa conta com o purificador de ar Eco3, da Hispacold (uma das empresas do Grupo Irizar). Ele reduz bactérias, vírus, germes e alérgenos, bem como evita maus odores no interior da carroceria. 

Seu funcionamento se dá pela geração de íons negativos de ozônio em proporções adequadas, funcionando enquanto o veículo está em operação com passageiros, aumentando a concentração de oxigênio, mantendo os níveis saudáveis e evitando que o ar no interior do veículo fique viciado. O Eco3 é colocado nas áreas de aspiração de ar do veículo e entra em funcionamento junto com o equipamento de climatização (ar-condicionado, calefação e ventilação). Seu funcionamento é contínuo e tem eficácia de longa duração, além de ser livre de manutenção.

Com a chegada do novo coronavírus, a encarroçadora incorporou tecnologias complementares de proteção criando o projeto Irizar i-Life. Além das ferramentas comuns a todas as marcas, como dispensers de álcool em gel, divisória para proteção do motorista e cortinas com tecido antimicrobiano entre as poltronas, por exemplo, chama a ateção a câmera inteligente para controle de acesso e temperatura na entrada do veículo (Datik).  

“A combinação de todos esses itens contribui para que o i-Life seja um projeto altamente eficaz e seguro e que, por isso, não será descontinuado após o fim da pandemia”, garante Abimael Parejo, diretor comercial da Irizar Latam. 

Parcerias aceleraram os projetos de biossegurança

Toda a tapeçaria dos ônibus das encarroçadoras Busscar e Caio Induscar, empresas que pertencem ao mesmo grupo, pode ser revestida com um tecido capaz de inativar o novo coronavírus. Trata-se de um revestimento desenvolvido em parceria com a Chroma-Líquido que utiliza tecnologia da Rhodia. 

O revestimento de poliamida (fibra sintética) pode ser usado nas poltronas, balaústres e em todos os locais do ônibus onde pode haver algum contato com as mãos. A tecnologia utiliza fios de prata na composição do tecido. Essa matéria-prima, em combinação com outros compostos químicos, tem ação antibacteriana e antiviral. Além do novo coronavírus, o tecido é capaz de inativar micro-organismos causadores de outras doenças contagiosas.

Com essa tecnologia em mãos, o grupo desenvolveu o chamado Busscar Protect. Ele compõe uma lista de soluções para reduzir o contágio da doença. Há desde dispensador de álcool em gel até medidor de temperatura,  bloqueador de assentos para garantir o distanciamento entre passageiros e purificador de ar com sistema capaz de eliminar micro-organismos. Cortinas entre as poltronas e capa para assentos feita com o novo tecido estão na lista de itens. Há ainda uma proteção de acrílico para separar as poltronas. Com esse dispositivo, é possível manter o contato com o passageiro que viaja ao lado e evitar o risco de contaminação por meio de gotículas de saliva, por exemplo.

Muitas dessas soluções se estendem aos ônibus da Caio, divisão de veículos para transporte urbano da marca, como pega-mão, balaústres, garras e catracas revestidos com tecido antiviral. 

Ônibus Comil são esterelizados com tecnologia usada em hospitais

A fabricante de ônibus Comil também oferece aos seus clientes todos os itens de proteção para que os passageiros possam fazer uma viagem seguram com cortinas de divisão entre as poltronas ou mesmo, se o cliente preferir, barreira acrílica entre elas.

Outra solução da empresa nasceu de uma parceria com a Macam Tech, que desenvolveu um sistema de esterilização de ambientes por meio da luz UVC. O equipamento portátil emite uma luz de alto poder germicida que interage diretamente com o material genético dos micro-organismos, fazendo sua inativação completa, o que interrompe o ciclo de contágio. Um método rápido (em média, dez minutos), que é eficaz para desinfetar água, ar e superfícies, inativando até 99,9% de vírus, bactérias e fungos. A tecnologia já é utilizada na descontaminação de hospitais.

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