Contran libera transformar rodotrem de 9 eixos em super-rodotrem de 11 eixos
O super rodotrem de 11 eixos e 91 t é destinado ao transporte de cana de açúcar da fazenda até a usina, por isso exige caminhões parrudos
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou a instalação de mais dois eixos no rodotrem de nove eixos com peso bruto total combinado (PBTC) de 74 toneladas. Dessa forma, o PBTC passa a ser de 91 t e o implemento, transformado em super rodotrem de 11 eixos, pode transportar cana-de-açúcar das áreas de cultivo até as usinas. Porém, há regras para a transformação. Bem como para a circulação do novo equipamento em estradas.
Conforme Deliberação Nº 267, estão aptos a receber a transformação implementos com chassi plano. Isso porque a inclusão dos novos eixos não exige alterações estruturais. Do mesmo modo, o Contran determina que o implemento tenha freios com ABS para garantir a segurança. Além disso, após a modificação esses veículos devem passar por inspeção veicular. Só assim é possível obter o Certificado de Segurança Veicular nos órgãos autorizados pelo Contran.
Super rodotrem precisa de AET para trafegar
Entretanto, mesmo com tais alterações, para circular o super rodotrem deve ter Autorização Especial de Trânsito (AET). A renovação da licença é anual e o percurso deve ser de, no máximo, 80 quilômetros. Além disso, apenas em vias com várias faixas de rolagem. Da mesma forma, esses conjuntos só podem trafegar à noite e se a via não apresentar alto volume de tráfego. Outra determinação é que, em caso de pane, o transportador deve providenciar a remoção do veículo em até 24 horas.
Outra determinação é que a velocidade máxima é de 60 km/h. Bem como os caminhões com o super rodotrem são proibidos de fazer ultrapassagens e de circular em comboio. Assim, a distância mínima entre eles é de, no mínimo, 300 metros. Afinal, a composição é longa e pesada.
Segundo dados técnicos, o equipamento tem 4,40 m de altura e comprimento entre 28 m e 30 m. Por isso, deve ser puxado por cavalo-mecânico dom tração 6×4. Além disso, o caminhão deve ter capacidade de tração de 91 t.
Portanto, são caminhões com motores muito potentes. Afinal, uma das regras da lei está alinhada com a portaria nº 51 do Inmetro, de 2011. Ou seja, a relação entre peso e potência de veículos comerciais deve ser de 5,7 cv por tonelada. Como resultado, o motor deve ter potência igual ou superior a 518,7 cv.
Cavalos-mecânicos para 91 t
Seja como for, modelos como Scania G 540 e Volvo FMX 540 já atendiam esses requisitos. Além disso, a Mercedes-Benz também oferece o Arocs 3353 S, apresentado em 2022 na Fenatran. Conforme a marca alemã, o caminhão tem MB OM 471. Portanto, trata-se de um seis-cilindros em linha de 13 litros que gera 530 cv de potência e 270,8 mkgf de torque.
Esse motor trabalha em conjunto com a caixa automatizada Powershift de 12 marchas, dimensionada para operações pesadas. Não por acaso, nesse cavalo-mecânico a capacidade máxima de tração (CMT) é de 150 t. Portanto, atende com folga operações com super rodotrem.
Scania e Volvo têm modelos com 540 cv
Da Scania, o G 540 6×4 tem motor DC 13 de seis-cilindros em linha, que gera 540 cv e 275,5 mkgf. Porém, a caixa Opticruise é de 14 marchas, sendo que a primeira e as duas últimas são reduzidas. Conforme a marca, essa transmissão tem um recurso, batizado de Lay Shaft Brake, que reduz o tempo de trocas de marcha em 45%. Já o modo off-road garante a tração em terrenos escorregadios.
Por sua vez, o Volvo FMX 540 6×4 tem motor de 13 litros e seis-cilindros em linha. De acordo com a marca, são 540 cv de potência a partir das 1.450 rpm e 265 mkgf de torque às 1.000 rpm. Ou seja, a força máxima fica disponível rapidamente.
Embora a transmissão seja a conhecida automatizada I-Shift, as engrenagens foram redimensionadas para uso misto. Conforme a Scania, a caixa tem 14 marchas, sendo duas reduzidas.
No quesito segurança, há freios a tambor com sistema eletrônico EBS, assistente de partida em rampa e freio-motor que dispensa o retarder. Conforme a Volvo, a potência de frenagem é de 510 cv. Além disso, a empresa garante que a suspensão com molas é mais robusta e indicada para operações de uso misto. E, assim, como o Mercedes-Benz Arocs 3353 S, os outros dois caminhões também têm CMT de 150 t.
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