Fotos: Divulgação/Honda
A Honda NC 750X com câmbio DCT 2024 traz como principal novidade o fato de ser produzida no Brasil, além de uma inédita cor prata. Porém, há dois anos, passou por uma das maiores renovações desde que foi lançada em 2012, ainda como NC 700X. Além do novo desenho, com linhas modernas e mais atraentes, a crossover teve seu quadro redesenhado, o que a deixou mais leve, e sofreu alterações no motor, que aumentaram a potência máxima para 58,6 cavalos.
A convite da Honda, tivemos a oportunidade de avaliar o modelo em um roteiro de 200 km pela Serra Gaúcha. O sobe e desce e as inúmeras curvas colocaram à prova o funcionamento do câmbio automatizado na prática; confira.
Seu motor de dois cilindros, de 750 cc, e 58,6 cavalos de potência máxima a 6.750 rpm tem um comportamento bastante racional. Oferece bom torque desde as baixas rotações, com o máximo de 7.03 m.kgf chegando a 4.750 rpm, e cresce de giros progressivamente, sem assustar.
Sua racionalidade aparece também no consumo de combustível. Mesmo em um bom ritmo e enfrentando serras, rodou 27,5 km/litro – uma excelente marca para uma moto de 750 cc. Com tanque de 14,1 litros, a NC 750X tem uma autonomia projetada de quase 400 quilômetros. Isso mesmo com o câmbio automático, que costuma “beber” mais do que o manual.
Entretanto, a NC 750X conta com acelerador eletrônico e quatro modos de pilotagem, que ajustam controle de tração, a entrega da potência e até mesmo a forma de trocar as marchas. Pode-se optar por trocas mais precoces, com mais economia de combustível, ou em giros mais altos, aumentando um pouco a emoção na pilotagem e, consequentemente, o consumo.
Para aqueles que gostam de trocar as marchas, também é possível selecionar o modo Manual e efetuar as mudanças, por meio de botões (shift paddles) no punho esquerdo. Sinceramente, preferi rodar no modo Automático a maior parte do tempo, alterando apenas os modos de pilotagem de acordo com a situação. São três pré definidos: Road, Sport e Rain, além de um personalizável. Apenas usei os shift paddles em algumas situações, como curvas muito fechadas em descida, para reduzir uma marcha.
Uma das precursoras do segmento crossover, que une o design aventureiro e a postura de pilotagem das motos trail com rodas de 17 polegadas e um ciclística mais voltada para o asfalto, a NC oferece bom nível de conforto para viajar.
O assento amplo acomoda bem o condutor e, embora seu parabrisa seja fixo, oferece certa proteção aerodinâmica. A Honda, porém, comercializa diversos acessórios para quem pretende viajar com o modelo, entre eles, um parabrisa mais alto.
A posição de pilotagem também favorece a sensação de controle da moto. Com as costas eretas e os braços abertos, o motociclista enxerga bem à sua frente como nas motos bigtrail, mesmo que a NC 750X encare, no máximo, uma estrada de terra batida.
A Honda NC 750X DCT 2024 não pretende acelerar seu coração como uma superesportiva ou despertar seu espírito aventureiro como uma bigtrail. Surgido como um “novo conceito”, daí seu nome, o modelo é uma escolha racional.
Não por acaso, o perfil do consumidor do modelo é de um motociclista experiente e com mais de 45 anos, de acordo com a Honda. Em sua maioria masculino, tem outro veículo, como um automóvel, e usa a moto ocasionalmente ou nos momentos de lazer.
Com preço sugerido de R$ 58.400, cerca de R$ 6.000 a mais do que a versão com transmissão convencional, a NC 750X DCT também é a moto mais em conta equipada com o sofisticado câmbio no mercado brasileiro. As outras são a scooter X-ADV 750, a bigtrail Africa Twin 1100 e a Gold Wing 1800 Tourer.
O câmbio DCT, muito prático, casou bem com a proposta da NC 750X. Em uma crossover, feita para o uso urbano e viagens no asfalto, as vantagens da versão com o câmbio de dupla embreagem são muitas. A começar pela comodidade: não é preciso se preocupar em trocar as marchas e nem controlar a embreagem, seja em uma viagem quando estiver com garupa e bagagem ou no trânsito urbano.
O dispositivo também contribui para sua segurança. Sempre a marcha engatada é a mais adequada para oferecer torque e a possibilidade de escapar de uma situação de risco. Isso sem falar que permitiu curtir as muitas curvas da estrada e apreciar as belas paisagens do Sul do Brasil.
Racional
O motor, além de suave, tem baixo consumo e casou bem com o câmbio DCT que descomplica a pilotagem
Pesada e baixa
Apesar de ter o assento baixo, a apenas 80 cm do chão, a versão com DCT pesa 207 kg. Modelo também tem pouca distância do solo e “raspa” em algumas lombadas
Motor: dois cilindros, 745 cm³
Câmbio: Seis marchas DCT
Transmissão final: por corrente
Potência: 58,6 cv a 6.750 rpm
Torque: 7,03 mkgf a 4 .750 rpm
Peso seco: 207 kg
Preço sugerido: R$ 58.346 (não inclui frete e seguro)
* viagem a convite da Honda Motos