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Avaliação: nova Honda NC 750X DCT é moto com ‘alma’ de scooter

Por: Arthur Caldeira . 12/04/2022
Mobilidade para quê?

Avaliação: nova Honda NC 750X DCT é moto com ‘alma’ de scooter

Com o câmbio de dupla embreagem que faz trocas automatizadas e compartimento para guardar capacete, nova geração da crossover japonesa é prática e como uma scooter; assista

5 minutos, 51 segundos de leitura

12/04/2022

Por: Arthur Caldeira

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Honda NC 750X com câmbio DCT tem preço sugerido de R$ 55.700, cerca de 10% a mais do que o câmbio manual. Fotos: Divulgação/Honda

A nova geração da Honda NC 750X chegou recentemente ao Brasil com diversas melhorias. Além do design renovado, com linhas modernas e atraentes, a crossover da marca japonesa teve seu quadro redesenhado, o que a deixou mais leve, e sofreu alterações no motor que aumentaram a potência máxima para 58,6 cavalos.

Outra novidade é que bicilíndrico ganhou acelerador eletrônico, que permitiu a Honda dotar a crossover com mais eletrônica embarcada, como quatro modos de pilotagem – três pré-definidos (Standard, Sport e Rain) e um User, personalizável. Os modos alteram os mapas de entrega de potência, o nível de atuação do freio motor e do controle de tração.

NC 750X 2022 teve seu design atualizado e ganhou mais tecnologia

Apesar de todas as mudanças, a novidade mais significativa é a opção do câmbio DCT. Com preço sugerido de R$ 55.700, ou seja, R$ 6.000 a mais do que a versão com transmissão convencional, a NC 750X DCT 2022 é a moto mais em conta equipada com o sofisticado câmbio no mercado brasileiro – as outras são a scooter X-ADV 750, a bigtrail Africa Twin 1100 e a Gold Wing 1800 Tourer.   

Câmbio inteligente

A Honda NC 750X é equipada com um motor de dois cilindros, 745 cm³, SOHC e arrefecimento líquido que é derivado dos automóveis. O bicilíndrico é, na verdade, metade do bloco do antigo motor do Honda Fit e tem como característica girar pouco – para se ter uma ideia, na primeira NC, ainda 700X, o motor cortava a 6.500 rpm.

O aumento de capacidade e as mudanças no gerenciamento corrigiram isso ao longo dos anos. Na nova geração, o motor oferece potência máxima de 58,6 cv a 6.750 rpm e a faixa de corte só chega nos 7.500 giros. Ainda assim, bem abaixo de outros motores, concebidos para motocicletas.

Justamente por isso, esse câmbio DCT casou muito com a NC 750X. Afinal, com as trocas feitas de forma automática, não existe o “problema” de o motor cortar os giros ao acelerar para valer em uma saída de semáforo, por exemplo, porque a central eletrônica do DCT faz as trocas de marcha por você.

Ainda há três mapas para as trocas, que podem ser ajustados com os modos de pilotagem. No modo Standard, por exemplo, ao chegar a 60 km/h o câmbio já está em quinta ou sexta marcha. Já no Sport, o câmbio espera até chegar o pico da potência para realizar as trocas. Durante o teste não precisei experimentar o modo Rain, pois o dia estava ensolarado e perfeito para um passeio de moto.

Mas a central eletrônica é ainda mais inteligente: mesmo no Standard, se você girar o acelerador com vontade, o câmbio reduz uma ou duas marchas, pois entende que você quer fazer uma ultrapassagem ou ganhar velocidade. Da mesma forma, no modo Sport, se acelerar progressivamente, as trocas acontecem de forma precoce.

Também é possível reduzir ou subir marchas por meio de “shift paddles”, dois botões no punho esquerdo, com os sinais de “-” e “+”. Uma maravilha da tecnologia moderna.

Aos que criticam o DCT porque gostam de trocar marchas, um conselho: experimentem antes. Em uma crossover, como a NC 750X feita para o uso urbano e viagens no asfalto, as vantagens da versão com o câmbio de dupla embreagem são muitas.

A começar pela comodidade: não é preciso se preocupar em trocar as marchas – e mesmo que queira trocar, é só apertar um botão. O dispositivo também contribui para sua segurança: sempre a marcha engatada é a mais adequada para oferecer torque e a possibilidade de escapar de uma situação de risco. Isso, sem falar, que dá para focar na trajetória nas curvas e apreciar as paisagens com mais tranquilidade. 

Motor ficou mais potente e casou bem com o câmbio DCT

E, finalmente, pela economia de combustível: nenhum cérebro humano seria capaz de fazer trocas mais rápidas e precisas do que o DCT. Rodei quase 200 km com a NC 750X DCT, por um trajeto que mesclou estradas sinuosas, rodovias de alta velocidade e trechos urbanos. Ao final, o consumo informado pelo painel foi de 23,8 km/litro. Em alguns momentos, chegou a bater 27,8 km/litro. Bom consumo para uma moto de 750 cc

Considerando uma média de 26 km/litro, a NC rodaria cerca de 350 quilômetros com o tanque de 14,1 litros. Uma boa autonomia para quem quer viajar.

Quase uma scooter

Além do casamento perfeito entre o DCT e a nova Honda NC 750X, vale destacar outros itens de praticidade e as melhorias na ergonomia e ciclística do modelo.

No lugar onde normalmente se encontra o tanque de combustível, há um porta-objetos na NC 750X. Nessa nova geração, sua capacidade subiu para 23 litros e é possível levar uma pequena mochila ou ainda guardar um capacete fechado, quando se estaciona a moto. Com trocas de marchas automatizadas e espaço para guardar capacete, a NC 750X DCT é uma moto com alma de scooter.

O assento ficou mais baixo (802 mm do solo) e foi redesenhado, melhorando a posição de pilotagem e aumentando o conforto. O para-brisa maior também desvia melhor o vento, ao menos para pilotos de até 1,75 m, como é meu caso.

No lugar do tanque de combustível, Honda NC 750X tem compartimento onde cabe um capacete fechado

A mudança no quadro do tipo Diamond tubular reduziu o peso do conjunto em 6 kg comparado à versão anterior e também a altura em relação ao solo (agora de 145 mm). Embora não tenha influenciado na geometria da moto, as alterações deixaram a NC 750X mais ágil nas mudanças de direção.

As suspensões – telescópica convencional, na dianteira, e monoamortecida, na traseira – ganharam novo acerto. Com isso, a crossover ficou ainda melhor nas curvas, demonstrando estabilidade e transmitindo confiança para deitar bem.

Os freios não mudaram. O conjunto tem disco simples, na frente e atrás, com sistema ABS. Sua “mordida” não é instantânea, mas é suficiente para parar os 224 kg da versão DCT com segurança.

Vale a pena pagar mais pelo DCT?

Com motor econômico e maneabilidade neutra a nova Honda NC 750X é uma moto racional e sucesso de vendas na Europa – em Portugal e Itália, por exemplo, ocupa há anos o posto de uma das motos mais vendidas da Honda.

Entretanto, na nova geração da NC 750X o acabamento ficou mais sofisticado, o motor, mais potente e o câmbio DCT casou perfeitamente com o bicilíndrico.

Com preço sugerido de R$ 55.700, vale a pena optar pela NC 750X com câmbio DCT, em função do conforto e praticidade. Uma boa opção para quem procura uma moto versátil, que sirva tanto para o uso no dia a dia na cidade ou para viajar e pegar uma estrada.

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