No ano passado, foram vendidas 1.157.369 novas motos no Brasil, segundo dados da Fenabrave, federação que reúne os revendedores de veículos de todo o País. O volume representa aumento de 26,42% em relação a 2020, quando 915.473 unidades foram comercializadas.
“O ano de 2021 foi complexo, em diversos aspectos. Ainda vivemos uma crise global, de abastecimento de insumos e componentes na indústria, e novos desafios têm surgido para o setor, como os constantes aumentos nas taxas de juros, que vêm impactando nos financiamentos”, afirmou José Maurício Andreta Júnior, novo presidente da Fenabrave, recém-eleito para um mandato de três anos a frente da entidade.
Além da pandemia, que reduziu turnos e obrigou fabricantes a interromperem as linhas de montagem em alguns períodos, a falta de insumos e a crise logística impactou a indústria de duas rodas. Com isso, a produção foi reduzida o que causou longas filas de esperas por novas motos no ano passado. Ou seja, o resultado poderia ter sido ainda melhor.
A comercialização de motocicletas novas se manteve aquecida durante todo o ano e as montadoras têm conseguido reduzir o tempo de entrega que, hoje, está na média de 30 dias. “Em meados do ano passado, os compradores aguardavam até 120 dias para receber suas motocicletas”, relembra Andreta Jr.
Apesar da normalização da produção, a alta na taxa de juros e a piora na aprovação do crédito preocupam os distribuidores de veículos. Segundo a Fenabrave, o crédito apresentou piora no índice de aprovações em dezembro, quando apenas 35% das propostas de financiamentos para motocicletas foram concedidas, contra 48% em novembro.
Honda e Yamaha mantiveram a liderança do mercado de motos, sem grandes surpresas, com 76,29% e 17,43%, respectivamente. A Honda CG 160 manteve o posto de moto – e também de veículo – mais vendido do Brasil, com 315.141 unidades emplacadas no ano passado.
A marca da asa ocupa as cinco primeiras posições do ranking das 10 motos mais vendidas em 2021. Em sexto lugar, aparece a primeira Yamaha, a trail XTZ 150 Crosser com 32.258 unidades vendidas. Confira o ranking das campeãs de venda em 2021.
1º Honda CG 160 – 315.141
A moto mais vendida do Brasil completou 45 anos em produção no ano passado e passou por um face-lift, para celebrar a data. Vendida em quatro versões, da básica Start à mais equipada Titan, a CG 160 é sinônimo de robustez e economia de combustível. Seja para se locomover ou para trabalhar, a CG é a favorita dos motociclistas brasileiros.
2º Honda Biz – 159.538
A motoneta continua fazendo sucesso e fechou 2021 na segunda colocação do ranking das 10 motos mais vendidas no ano passado. Vendida em versões de 110 cc e 125 cc, a Biz tem na facilidade de pilotagem e no espaço sob o assento seus principais argumentos de venda. Equipada com câmbio rotativo e embreagem semiautomática, a Biz já superou as 4 milhões de unidades produzidas desde seu lançamento em 1998.
3º Honda NXR 160 Bros – 128.288
A terceira posição no ranking confirma o sucesso da receita de trail urbana da Honda. Criada para ser uma “CG rural”, a Bros 160 usa o mesmo motor da campeã de vendas, mas com uma ciclística mais versátil e robusta para enfrentar as estradas de terra. Assim como sua irmã street, a Bros 160 também ganhou visual novo em 2021.
4º Honda Pop 110i – 105.899
Modelo mais em conta da Honda, a motoneta Pop 110i continua vendendo bem, em função do seu preço acessível e a facilidade de pilotagem. Equipada com o mesmo motor da Biz 110, mas com embreagem manual no câmbio de quatro velocidades, a Pop 110i atrai quem procura uma moto leve e acessível para se locomover. Mas a motoneta também tem sido muito utilizada por entregadores, que alugam o modelo para trabalhar.
5º Honda CB 250F Twister – 40.926
O modelo street, renascido em 2013 com um novo motor, mantém sua trajetória de sucesso. Com design mais moderno e painel totalmente digital, a CB 250F Twister é muito procurada por quem quer uma moto para subir de categoria, saindo dos modelos menores de 150 e 160 cc, seja como uma opção de mobildiade urbana ou de lazer nos finais de semana.
6º Yamaha XTZ 150 Crosser – 32.258
Seguindo a mesma receita da Bros, ou seja, roda dianteira aro 19 e suspensões de longo curso, para rodar na terra, a XTZ 150 Crosser foi a moto Yamaha mais vendida em 2021. Comercializada em duas versões – S e Z – a Crosser 150 oferece freio a disco nas duas rodas, com sistema ABS, na dianteira. Equipada com o econômico motor flex de 150 cc da marca japonesa, a Crosser enfrenta tanto uma estrada de terra como a buraqueira do dia-a-dia.
7º Yamaha YBR 150 Factor – 32.111
Equipada com o mesmo motor da Crosser, mas com um visual street, a Factor 150 é hoje um dos modelos com o melhor custo benefício do mercado. Dotada de freio a disco, na dianteira, e partida elétrica, a Factor 150 tem acabamento mais simples que a Yamaha Fazer 150, porém preço menor, o que explica sua posição no ranking de vendas.
8º Yamaha Fazer 250 ABS – 31.623
Por pouca diferença, a Fazer 250 ABS fechou o ano no oitavo lugar do ranking – em 2020 foi ela o modelo Yamaha mais vendido naquele ano. A naked de 250 cc da Yamaha passou por uma renovação visual e ganhou um novo conjunto óptico, de LED, em 2021. Com freio ABS de série nas duas rodas, a Fazer 250 (ou FZ 25) usa o consagrado motor de 250 cc da Yamaha, que pode ser abastecido com etanol ou gasolina, e já está há quase 20 anos no mercado.
9º Honda XRE 300 – 30.949
A veterana trail de 300 cc da Honda continua atraindo os consumidores que procuram um modelo robusto e confortável para viajar por aí. Com sistema de iluminação full-LED, roda aro 21, na dianteira, e suspensões de longo curso, a XRE 300 tem se mantido entre as 10 motos mais vendidas do Brasil já há alguns anos. O que explica porque o modelo não sai de linha.
10º Honda PCX – 28.135
Única scooter a figurar no ranking, a PCX vendeu mais do que em 2020, mas caiu algumas posições – no ano retrasado, emplacou 26.659 unidades, mas foi o sexto modelo mais vendido. Ainda assim, a PCX mostra que as scooters caíram de vez no gosto do brasileiro que procura um veículo fácil de pilotar e econômico para se locomover. Equipada com motor de 150 cc e câmbio CVT, PCX é a campeã de venda entre as scooters com folga – a Elte 125, também da Honda, aparece na 12ª colocação, com pouco mais de 21 mil unidades comercializadas.