Cidade de São Paulo ganha novas ciclovias em outubro
Cidade receberá 17 quilômetros de infraestrutura cicloviária no próximo mês
Nesta quinta-feira, 22, é comemorado o Dia Mundial Sem Carro, data que tem como principal objetivo conscientizar as pessoas para o uso mais racional de veículos motorizados. São Paulo pode comemorar esse dia com uma boa notícia. Diversos pontos da capital estão na reta final de obras para ganhar novos trechos de ciclovia. A partir de outubro, a cidade passará a contar com 716,2 quilômetros de infraestrutura cicloviária.
A Habitem, empreiteira que venceu as duas concorrências realizadas em junho de 2021, começou a executar as obras em março deste ano e prometeu entregar 17 quilômetros de um total de 48 km até o fim do próximo mês — no início do ano, a cidade recebeu mais 4km de outra companhia. O restante deve ficar pronto até março de 2023. O contrato assinado com a Prefeitura de São Paulo para as obras é de aproximadamente R$ 17 milhões.
Essa primeira leva envolve as Avenidas República do Líbano, Indianópolis, Engenheiro Alberto de Zagottis e Nações Unidas, todas na zona sul. Também há obras na Avenida Jaguaré (oeste) e Viaduto Bresser (centro). Para serem liberadas ao tráfego, no entanto, elas precisariam receber a sinalização de solo pela Companhia de Engenharia de Tráfego, mas, na prática, elas já são usadas por ciclistas.
Novas conexões
A Avenida República do Líbano, por exemplo, já contava com um trecho de um quilômetro de ciclovia ligando o Parque do Ibirapuera até a Rua Inhambu. Outros setecentos metros foram construídos para serem conectados com a nova estrutura na Avenida Indianópolis. Essa ciclovia, que também está no canteiro central, tem comprimento de 3,5 quilômetros e se liga à ciclovia da Avenida Jabaquara, já na região do Planalto Paulista.
O fluxo de bicicletas por essas duas ciclovias é intenso, ainda que haja uma faixa pendurada pela CET no entroncamento com a Rua Inhambu, onde se lê: “Ciclovia em implantação. Aguarde liberação”.
O aposentado João Campos, de 62 anos, costuma pedalar por esse trecho. Ele vem desde o Parque Villa Lobos, na zona oeste, a mais de dez quilômetros de distância, e está no meio do caminho para chegar aonde mora, na Vila Mariana. O percurso de 15 quilômetros, segundo ele, é realizado “totalmente por ciclovias”.
João diz, ainda, que a implantação dos novos trechos o motiva ainda mais a sair de bicicleta, hábito que incorporou há 12 anos. “Eu vendi o carro e, diariamente, uso as ciclovias. Agora, com esse novo trecho, nos finais de semana posso seguir até o Parque Bruno Covas e pedalar até Jurubatuba (zona sul), pois ficou muito bom” , comemora.
Outro beneficiário do aumento da infraestrutura cicloviária da cidade é o cabeleireiro Fábio Fujimoto, de 48 anos. Ele veio pedalando um triciclo desde o Alto do Ipiranga, com destino ao Parque do Ibirapuera. Fábio usa esse tipo de veículo desde que precisou fazer fisioterapia para combater a paralisia que o corpo enfrenta devido a um acidente vascular cerebral sofrido há cerca de três anos.
“Como eu já pedalava, eu tive a ideia de montar esse triciclo para fazer exercícios para fortalecer a mão, perna e braço direitos”, explica. Para deixar o deslocamento confortável, ele relata que precisou fazer algumas adaptações no triciclo, como colocar rodas maiores, de aro 29.
Ele elogia a expansão cicloviária. “Eu fiz todo o trajeto em ciclovias. Está muito bom”, agradece.
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