Vai ter greve de ônibus em São Paulo? Questão na Justiça ‘racha’ a categoria
Grupo de motoristas convoca paralisação após divergência nas eleições para presidência do sindicato, mas direção atual nega movimento
2 minutos, 30 segundos de leitura
30/11/2023
Por: Redação Mobilidade
Nesta sexta-feira, 1º de dezembro, os paulistanos podem acordar logo cedo com uma péssima notícia. Depois da paralisação de algumas linhas de metrô e trem na terça-feira, 28, desta vez são os ônibus que podem não sair das garagens.
Se isso vier acontecer, será mais um dia caótico para quem depende do sistema de transporte de ônibus em São Paulo. Isso porque, durante a tarde de quinta-feira, 30 de novembro, alguns grupos de motoristas ligados ao sindicato da categoria de São Paulo declararam a paralisação. A direção do sindicato, porém, descarta a greve. Em nota, a entidade se posicionou: “O Sindicato dos Motoristas de São Paulo repudia qualquer possibilidade de greve em prejuízo aos trabalhadores em transportes e passageiros para fins eleitoreiros”.
A Prefeitura de São Paulo, inclusive, pediu à Justiça 100% da frota na sexta-feira e multa de R$ 1 milhão aos responsáveis pelo movimento.
A razão da paralisação nada tem a ver com os protestos contra a privatização de linhas de metrô e trem, como ocorreram no início da semana. Trata-se, na verdade, de uma disputa política pela presidência do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores dos Ônibus de São Paulo (SindMotoristas).
A paralisação é um protesto contra o cancelamento do resultado das eleições da entidade pela Justiça do Trabalho. No entanto, até o final da tarde de quinta-feira, não houve uma assembleia formal para definir a greve, que foi convocada pelo candidato Edvaldo Santiago, vencedor das eleições pela Chapa 4.
Segundo reportagem publicada pelo Estadão os próprio motoristas estimam que cerca de 80% a 90% dos condutores e cobradores de várias linhas que circulam por todas as regiões de São Paulo vão cruzar os braços a partir das 0h desta sexta-feira.
Ainda de acordo com a matéria do Estadão, ao longo do processo eleitoral, três das quatro chapas candidatas pediram o adiamento da votação para o uso de urnas eletrônicas. Mas a chapa 4 afirma que o estatuto prevê que as eleições sejam realizadas com cédulas impressas. Essa corrente foi vencedora nas últimas eleições do dia 21.
Assim, a possibilidade de greve é um protesto contra o cancelamento do resultado. Por outro lado, as outras chapas afirmam que esse chamamento não representa toda a categoria dos motoristas de ônibus.
A Justiça do Trabalho anulou a assembleia que pedia o adiamento da votação e manteve a eleição. A chapa 4, que assumiria a direção amanhã, afirma ter entrado com recurso. Os sindicalistas afirmam que a Justiça chegou a marcar duas audiências, mas elas foram canceladas por questionamentos de outros grupos. Segunda a chapa 4, a decisão fere o estatuto do sindicato.
Seja como for, a paralisação deve acontecer a partir das primeiras horas da manhã, quando os motoristas começam a sair das 26 garagens espalhadas por todas as regiões da cidade.
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