Vendas de motos acumulam alta de 10% em 2025, mas juros altos preocupam revendedores
Entre janeiro e maio deste ano, emplacamentos de motocicletas atingiram 850 mil unidades; aumento da taxa Selic, contudo, é desafio para o setor

As vendas de motos em maio cresceram 5,84% na comparação com abril, chegando a 193 mil unidades emplacadas. Em relação a maio do ano passado, o aumento nas vendas foi de impressionantes 17,55%. Só em 2025, as vendas de motos somaram 849.946 unidades, o que representa uma alta de 10,8% quando comparado ao mesmo período de 2024. Os dados são da Fenabrave, federação nacional dos distribuidores de veículos automotores, com base nos dados de emplacamentos.
“O fato de termos tido volume de dias úteis maior em 2024, na mesma base comparativa com 2025, mostra que estamos em um movimento positivo. Mas alguns fatores estão preocupando e podem comprometer as projeções da Fenabrave, ao longo deste ano”, alerta o Presidente da Fenabrave, Arcelio Junior.
Embora o resultado do setor de veículos como um todo também tenha sido positivo, com alta de quase 8% no ano, o cenário macroeconômico preocupa os distribuidores.
“Há dados positivos, como o crescimento do PIB no primeiro trimestre, atrelado ao agronegócio, e a desaceleração da inflação. No entanto, a elevação da taxa Selic, para 14,75% ao ano, o maior nível em quase duas décadas, assim como a recém anunciada elevação do IOF devem impactar, negativamente, o setor, pois encarecem o crédito automotivo”, analisa o presidente da entidade.
Consórcio é alternativa
O segmento continua se destacando, impulsionado pela crescente demanda por serviços de entrega e pela busca por transporte mais acessível. Porém tem sido afetado pela redução de crédito para financiamentos, de acordo com Arcelio Junior.
“Com o aumento da taxa Selic, os financiamentos ficaram mais difíceis para a maior parte dos compradores de motocicletas de 100cc a 250cc, que formam mais de 80% do mercado de duas rodas. Com isso, o consórcio tem sido a melhor alternativa, principalmente, para as regiões Norte e Nordeste do País”, analisa o presidente da Fenabrave.
Motos elétricas também têm alta nas vendas
Apesar da base comparativa baixa, em termos de unidades, as motos elétricas também tiveram alta nas vendas em 2025. Nos primeiros cinco meses do ano, o acumulado nas vendas cresceu 73% em comparação com igual período de 2024. Ao todo, foram 4.803 motos elétricas emplacadas, contra 2.775 no ano passado.
“Ainda não há dados para se verificar uma tendência real de mercado, mas essas motos vêm ganhando espaço, principalmente, para quem pretende circular em grandes centros e para percursos menores, além de serem muito utilizadas em serviços de entrega”, aponta Arcelio Junior, da Fenabrave.
Embora o mercado de motos elétricas seja incipiente, a chegada de novas marcas ao País deve impulsionar o setor. Atualmente, entre as grandes fabricantes de motocicletas do Brasil, apenas a Yamaha conta com uma scooter elétrica, a Neo’s.
Lançada em janeiro, e classificada como um ciclomotor, a Yamaha Neo´s tem preço sugerido de R$ 33.990. Contudo, a Yamaha produziu somente 223 unidades da sua scooter elétrica até abril, de acordo com os dados mais recentes da Abraciclo, associação dos fabricantes de motocicletas do País.
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