Ações preventivas e obras nas vias públicas reduzem mortalidade
Campanhas educativas, mapeamento constante e reformas nas ruas estão entre algumas iniciativas do Poder Público para desenvolver sistemas de mobilidade mais seguros
Conteúdo produzido em parceria com o Observatório Nacional de Segurança Viária
Mobilidade Estadão, uma marca laço amarelo
Em todo o mundo, o trânsito põe fim a 1,25 milhão de vidas a cada ano, sendo a décima a principal causa de mortes no mundo, 90% delas em países de baixa e média rendas. Esses são apenas alguns dos dados contundentes da pesquisa de 2018 do WRI Ross Center for Sustainable Cities e do Global Road Safety Facility, do Banco Mundial.
Embora as falhas humanas (por falta de atenção ou por assumir riscos) sejam apontadas como as maiores causas de óbito, informações de 53 países levaram à outra conclusão: a de que “vias seguras salvam vidas”. Essa é uma das premissas do documento que propõe uma abordagem sistêmica para reduzir esses sinistros, transferindo a responsabilidade dos motoristas e pedestres aos planejadores urbanos e gestores públicos.
Os países que criaram sistemas de mobilidade seguros – aumento das opções de transporte público, planejamento do uso do solo, desenho de vias, entre outras ações – diminuíram as mortes e feridos graves no trânsito a níveis mais baixos e em taxas mais rápidas do que aqueles que não adotam tais medidas.
De educação a obras
Desde 2019, o programa Respeito à Vida – São Paulo Dirigindo com Responsabilidade, do governo de São Paulo, atua com medidas preventivas, educativas e obras em rodovias e convênios para melhorias em vias municipais – incluindo incentivo à realização de pequenos ajustes em 100 pontos críticos de estradas administradas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
Além das campanhas, o Respeito à Vida possui convênios com municípios para realizar intervenções de engenharia e ações de educação e fiscalização. Atualmente, são 304 cidades paulistas parceiras do programa, e R$ 200 milhões em recursos provenientes de multas do Detran.SP beneficiam 96% da população.
O programa, junto com o Detran.SP, responde pela gestão do Infosiga SP, sistema de dados com informações mensais sobre ocorrências de trânsito nos 645 municípios. Desde o início da série histórica, em 2015, o Estado registrou o menor número de fatalidades: 5.023 óbitos causados por acidentes, em 2020, índice 7,6% menor em relação a 2019 (5.439) e 22,3% menor do que há cinco anos. Pedestres formam o grupo com maior redução desde 2015 (-36,3%).
Em vários meios, a ordem é salvar vidas
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT), tem uma programação online voltada para educação e discussão de temas relevantes à mobilidade e segurança viária. A série de webinars “Ruas mais seguras e acessíveis: os novos rumos da mobilidade”, por exemplo, aborda desde impactos da pandemia nos transportes e redução de velocidades até questões de gênero, raça e segurança na mobilidade.
No ambiente digital, peças com imagens e mensagens alusivas ao cuidado com o próximo e à preservação da segurança de todos são publicadas nos perfis oficiais da SMT, da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da São Paulo Transporte (SPTrans). As ruas receberam painéis e faixas de vinil em algumas das vias com maior número óbitos da cidade.
Desde 1980, o Centro de Treinamento e Educação de Trânsito da CET (Cetet) promove cursos gratuitos de capacitação e atua na formação de agentes multiplicadores com atividades e programas para escolas, empresas, entidades e profissionais que atuam direta ou indiretamente nas áreas de educação, transporte e trânsito.
A SPTrans realizou reuniões com as operadoras de ônibus para engajamento dos motoristas do sistema de transporte público municipal – as que já aderiram ao movimento, adesivaram seus veículos e produziram informações nas garagens para orientação aos funcionários. Nos terminais de ônibus, a SPTrans fixou banners, cartazes sobre o Maio Amarelo e veiculará uma edição exclusiva do Jornal do Ônibus, além de mensagens sonoras nesses ambientes, nas redes sociais e nos aplicativos de recarga.
Uma parceria da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU/SP) com o Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senac) promove eventos no Terminal Metropolitano Jabaquara e em outros corredores, como o que liga São Matheus ao Jabaquara: em uma van itinerante, especialistas dão palestras (divididas em grupos de dez pessoas, respeitando o distanciamento social e com uso obrigatório de máscara) e exibem vídeos reforçando os cuidados necessários no trânsito.
Saiba mais:
- Cerca de 1,25 milhão de pessoas morrem, a cada ano, vítimas do trânsito globalmente
- É a décima principal causa de mortes no mundo
- 90% delas ocorrem em países de baixa e média rendas
- 304 cidades paulistas recebem R$ 200 milhões em recursos provenientes de multas do Detran.SP
Fontes: WRI Ross Center for Sustainable Cities e Global Road Safety Facility, do Banco Mundial e Detran.SP
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