A autarquia informa que a redução está relacionada com a expansão da malha cicloviária, que foi de 68 km em 2012 para os atuais 419,2 km.

Além do investimento em sinalização, Fortaleza intensificou ações de educação para o trânsito. No ano passado, o órgão realizou 632 comandos educativos com mais de 107 mil abordagens em diversos cruzamentos.

Entre as principais medidas adotadas pela cidade estão as “Áreas de Trânsito Calmo”, com faixas de pedestres elevadas e redução de velocidade para 30 km/h. De acordo com um estudo citado pela prefeitura, nas vias onde a velocidade foi reduzida para 50 km/h houve queda de 68,1% na média de acidentes com mortes.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o excesso de velocidade é responsável por uma a cada quatro mortes no trânsito. Uma readequação de 60 km/h para 50 km/h aumenta em dez vezes a chance de o pedestre sobreviver a um atropelamento.

Faixa iluminada

Fortaleza foi a primeira cidade brasileira a receber uma faixa iluminada móvel. O sistema conta com um conjunto de luzes acionado por inteligência artificial, que, ao identificar um pedestre na faixa, lança sobre ele uma iluminação dinâmica, que o acompanha até o fim da travessia.

Em São José dos Campos, no interior de São Paulo, dados do Infosiga apontam redução de 20,3% no número de óbitos no trânsito entre 2015 (quando os dados começaram a ser computados) e 2022. Contra os 64 óbitos em 2015, o município teve 51 ocorrências em 2022, apesar do crescimento da frota.

A prefeitura informa que tem investido em campanhas educativas, como o programa Sinal de Gentileza, e realiza diversas ações de segurança no trânsito, com orientação aos pedestres, ciclistas e motoristas. Para este ano, estão previstas mais de 100 ações educativas e de fiscalização com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do trânsito seguro.

São José dos Campos também implantou, de forma piloto, um projeto de educação para o trânsito em dez escolas da rede municipal por meio do programa Educa. Ao todo, 6.300 alunos do 1º ao 9º ano têm a disciplina de educação para o trânsito. De acordo com a prefeitura, o programa é inédito no país.

Além do investimento em educação, a cidade trabalha em outras duas linhas para prevenção de acidentes: infraestrutura e fiscalização. Na área de fiscalização, o trânsito é monitorado 24 horas por dia com 1.200 câmeras. Entre as principais infrações, estão estacionamento irregular, uso de celular ao volante e falta do cinto de segurança.

Para 2023, o município pretende investir em duplicação de corredores viários, ampliação do sistema cicloviário, integração entre transporte público e bicicletas e um novo sistema de compartilhamento de bicicletas.

No decorrer do mês que comemora os dez anos do Maio Amarelo, a programação da cidade irá envolver ações voltadas aos pedestres, ciclistas e motociclistas, além de motoristas. Haverá ainda ações educativas em bares, com o uso de bafômetro.

Nas escolas, “talões de multas” educativos serão distribuídos aos alunos, para que eles conscientizem os pais sobre a importância do uso do cinto de segurança e dos riscos do celular ao volante, por exemplo.

Iniciativa privada

Afora o poder público, há bons exemplos de práticas voltadas à segurança vindos também da iniciativa privada. É o caso do Grupo Rodonaves, da área de transportes e logística. Entre as iniciativas do grupo, destacam-se programas de direção defensiva e até realização de testes de bafômetros nas unidades da empresa. Segundo a empresa, são mais de 50 mil testes realizados mensalmente em todas as unidades.

Já o programa de direção defensiva é realizado anualmente em parceria com o Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). Além disso, a empresa também desenvolve o Programa do Sono, iniciativa que visa melhorar o sono do profissional, com acompanhamento de sua carteira de saúde e controle dos exames periódicos.

Para saber mais sobre segurança viária, acesse o canal Maio Amarelo