Cinto de segurança: falta do uso em rodovias pode ser fatal

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Segurança viária. Falta do cinto de segurança causa 2 em cada 5 mortes em rodovias, aponta estudo

Por: Arthur Caldeira . 27/08/2025

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Mobilidade com segurança

Segurança viária. Falta do cinto de segurança causa 2 em cada 5 mortes em rodovias, aponta estudo

Levantamento feito pela Arteris em 3,2 mil km de vias concedidas mostrou que 43,7% das vítimas fatais no primeiro semestre deste ano não usavam o cinto

3 minutos, 29 segundos de leitura

27/08/2025

cinto de segurança
Segundo a Abramet, o uso do cinto de segurança reduz o risco de morte em pelo menos 60% para quem está no banco da frente e em 44% para os ocupantes do banco traseiro. Adobe Stock

Um levantamento semestral, feito pela Arteris, concessionária que administra 3,2 mil quilômetros de rodovias nas regiões Sul e Sudeste do País, revela um dado preocupante. A falta do cinto de segurança ainda é fator determinante de uma parcela expressiva das mortes nas rodovias administradas pela empresa.

Só nos primeiros semestres de 2024 e de 2025, 90 pessoas perderam a vida em acidentes em que constatou-se a falta de utilização do equipamento. A quantidade representa duas em cada cinco mortes, ou 43,7%, do total de acidentes fatais entre veículos elegíveis ao uso do cinto de segurança (carros, caminhões e ônibus) entre os meses de janeiro e junho deste ano e do ano passado.

Em sua maioria, as vítimas eram condutores (61 mortes) e do sexo masculino: 76,6% das fatalidades (69 dos 90 casos analisados). Os dados foram divulgados pela concessionária após levantamentos próprios. “Investigamos ao máximo a causa dos acidentes e das fatalidades”, afirma Eduardo Loewen, gerente de gestão operacional da Arteris. “Notamos um volume muito alto de vítimas que não estavam usando o cinto de segurança.”

A estatística chamou a atenção, pois as mortes nas rodovias administradas pela Arteris caíram no período. Nos primeiros seis meses de 2025, o número de mortes caiu 10,4% com relação ao mesmo período do ano passado, passando de 279 para 250 óbitos. Entretanto, a redução de mortes associadas à falta do cinto não acompanhou, na mesma proporção, a queda geral das fatalidades.

Cinto de segurança reduz em 60% o risco de morte

Os números divulgados pela concessionária reforçam o papel crucial do cinto de segurança na proteção de motoristas e passageiros. Afinal, essas ocorrências poderiam ter desfechos diferentes apenas com o respeito à legislação de trânsito. “Creio que alguns condutores não têm a percepção do risco que não usar o cinto representa”, observa Loewen.

Estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) reforça a importância do equipamento. O uso do cinto de segurança reduz o risco de morte em, pelo menos, 60% para quem está no banco da frente do veículo e em 44% para os ocupantes do banco traseiro.

Veja também: Cinto de segurança protege mais do que especialistas imaginavam; entenda

Cerca de 50% da eficácia do cinto está relacionada à prevenção da ejeção de ocupantes em caso de colisão. O estudo da Abramet alerta ainda para um dado crítico: não usar o cinto no banco de trás aumenta em cinco vezes o risco de morte de quem está no banco da frente.

Não usar o cinto é infração grave

Mesmo 36 anos depois que o uso do cinto de segurança passou a ser obrigatório em rodovias, muitos condutores insistem em não utilizá-lo. De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), as infrações por não uso do equipamento saltaram de 90.067 registros em 2007 para 216.267, no ano passado, em rodovias federais.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, o não uso do cinto é infração grave. Além de multa de R$ 195,23, gera 5 pontos na CNH do condutor. O veículo pode ser retido até que todos os ocupantes estejam devidamente afivelados.

Afinal, a lei exige que todos os ocupantes usem o cinto. “Até mesmo em ônibus, todos os passageiros devem viajar afivelados ao cinto de segurança”, lembra Loewen. Segundo o gestor operacional da Arteris, há duas maneiras de combater o problema: fiscalização e educação.

Além de realizar campanhas, como o “Tô de Cinto, Tô Seguro”, que impactam milhares de condutores e passageiros, a empresa faz parceria com as polícias rodoviárias para intensificar a fiscalização. A Arteris tem 1.500 câmeras de monitoramento espalhadas em suas rodovias. Recentemente, algumas dessas câmeras passaram a utilizar Inteligência Artificial (IA) para identificar automaticamente situações de risco, como veículos parados, e também infrações, como a falta de cinto de segurança e o uso de celular, as câmeras geram imagens depois compartilhadas com as autoridades.

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