Acidentes de trânsito no Brasil têm custo estimado de R$ 20 bilhões por ano
Entre 2012 e 2020 foram 335.424 mortos no Brasil, com impacto em diversos campos da sociedade
2 minutos, 31 segundos de leitura
05/05/2023
Por: Daniela Saragiotto
Além da perda irreparável de familiares e entes queridos, que têm suas vidas interrompidas de forma abrupta, os acidentes de trânsito no Brasil também se materializam em forma de um enorme custo econômico pago pelo governo, e, portanto, por toda a sociedade.
Assim, um estudo do aplicativo Gringo, em parceria com o Centro de Liderança Pública (CLP), concluiu que perdemos anualmente cerca de R$ 20 bilhões com mortes nas vias.
Dessa forma, o montante com as mortes no trânsito representa 0,2% do PIB do País de 2022.
Entre 2012 e 2020, foram 335.424 mortos. O custo dessas vidas perdidas em acidentes de trânsito é estimado em R$ 180 bilhões, com cada óbito representando, em média, R$ 536 mil.
“Embora o estudo traga números para que possamos olhar o impacto desta questão, é fundamental reforçar que estamos falando de vidas. O trânsito é um reflexo da nossa sociedade e humanizá-lo é responsabilidade de todos”, diz Joelson Vellozo Júnior, diretor de Public Affairs do Gringo.
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Projeção
Os responsáveis pelo estudo utilizaram, para o cálculo,um modelo desenvolvido por órgãos internacionais já utilizado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA).
Dessa forma, ele utiliza a expectativa de vida esperada dos acidentados e sua trajetória de renda, com dados do DataSUS e da Pnad Contínua, para estimar a trajetória de rendimentos por idade.
“Essas informações são analisadas, também, de acordo com o perfil de gênero e de faixa etária das vítimas, majoritariamente homens e jovens”, diz Vellozo Júnior.
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Redução
Desde 2014, o País observa redução da mortalidade nos transportes. O pico foi em 2012, com 24,83 mortes por grupo de 100 mil habitantes, de acordo com a OMS.
Assim, o dado mais recente, de 2019, revela que a taxa foi de 16,05 por grupo de 100 mil habitantes – a menor taxa da série histórica iniciada em 2000.
Mesmo assim, trata-se de uma realidade inaceitável. De acordo com a OMS, o Brasil é o terceiro país do mundo em mortes no trânsito.
Segundo Tadeu Barros, diretor presidente do CLP, é fundamental reforçar a importância da análise de dados para tomar decisões em políticas públicas.
“Olhando para esses números, e para as pessoas que eles representam, vemos oportunidades para atuar em segurança, saúde, educação e outros campos”, diz Barros.
“Diante do alto custo para o governo, os danos causados pela perda de vidas no trânsito afetam toda a sociedade. Durante o Movimento Maio Amarelo, temos a oportunidade de abrir o diálogo entre gestores públicos, empresas e a sociedade para construir, em conjunto, soluções para uma mobilidade mais segura dos cidadãos”, finaliza o diretor de Public Affairs do Gringo.
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