Para implementar a tecnologia, o painel solar fica no teto do veículo. Entretanto, Nascimento ressalta que esta atualização ainda não contempla o bonde como um todo. “Ou seja, não é para colocar o veículo em circulação. Para isso seria necessário a instalação de várias outras placas, uma vez que o motor que movimenta o veículo tem grande potência”, ele explica. 

Entretanto, sem o motor que funcionava para alimentar o sistema multimídia, as viagens se tornaram mais silenciosas. Além disso, ele destaca que o novo sistema ficou imperceptível para os passageiros, para manter o visual tradicional do “camarão’.

Quanto custa passear de bonde?

Para conhecer o centro de Santos de bonde, o passageiro deve comprar o ingresso na bilheteria (durante todo o dia) ou pela internet. O valor da passagem é de R$ 7, com isenção para crianças de até 5 anos, desde que no colo, e guias de turismo em monitoria de grupo. Além disso, a meia passagem alcança maiores de 60 anos, professores e estudantes, com apresentação de documento comprobatório).

Para adquirir o ingresso, o passageiro deve realizar o pagamento com PIX ou dinheiro. Para aqueles grupos entre 11 e 14 pessoas, é necessário fazer agendamento prévio pelo site. Aliás, grupos menores não precisam agendar a visita.

O local de embarque para o passeio de bonde e a bilheteria ficam na Antiga Estação do Valongo, no Largo Marquês de Monte Alegre, em frente ao Museu Pelé.

Novos bondes com energia solar

Após o teste realizado com o “camarão”, a CET-Santos pretende expandir o sistema para outros quatro veículos. O engenheiro eletricista ainda afirma que a ampliação da tecnologia para outros bondes só será possível pois os equipamentos e materiais para captação de energia solar evoluíram nos últimos anos. 

Antes de implementar a energia solar no “camarão”, a CET-Santos discutiu o projeto anos antes. Entretanto, a ideia acabou adiada devido às dificuldades da época. Naquele momento, seriam necessárias três placas solares, porém, não havia espaço para instalação. “A placa solar que estamos comprando para o próximo bonde é mais potente e tem o mesmo tamanho (dois metros de comprimento e metro de largura) que a utilizada neste primeiro elétrico”, diz Nascimento. 

Pela programação, os próximos carros da frota a contarem com energia solar serão o Bonde Pelé e o Bonde Aberto. Por isso, o processo para aquisição dos equipamentos está sendo iniciado.

“Em relação a gastos com equipamentos, o novo modelo, com painel solar, controlador de carga e baterias, custa em torno de R$ 1.500 correspondente a 1/5 do modelo anterior. Em termos de manutenção, torna essa tarefa mais ágil e confiável. A limpeza da placa fotovoltaica pode ser feita por apenas”, conta o engenheiro da CET-Santos. 

O bonde camarão 

De acordo com a CET-Santos, o bonde camarão é de 1911. Com mecânica original escocesa, o modelo foi confeccionado em cabreúva, madeira em extinção, e vidro martelado. 

Além disso, o veículo tem capacidade para 28 passageiros e recebeu reproduções de propagandas que existiam quando os elétricos circularam em Santos. Idêntico aos que rodaram na cidade até a década de 1970, esse bonde pode alcançar 50km por hora. O nome ‘camarão’ decorre da carroceria fechada e da cor original, vermelha.

Aliás, o bonde começou a circular na Linha Turística em 26 de janeiro de 2002. Já em julho de 2011, o veículo virou o bonde “baleia”. Isso para em homenagear à conquista do tricampeonato da Copa Libertadores pelo Santos Futebol Clube. Desta forma, a parte interna recebeu imagens que relembram os títulos de 1962, 1963 e 2011.

Apenas em 2013, o elétrico voltou a circular com a pintura prata e vermelho, original, e desde 11 de abril de 2017 adquiriu a cor verde atual.

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