Carro elétrico usado: confira seis dicas antes de comprar um
Veja quais são os pontos mais importante na hora de adquitir um automóvel movido a bateria de segunda mão
Uma primeira leva de automóveis elétricos já está chegando às concessionárias e lojas de seminovos. Mas, da mesma maneira que o comprador deve ter cuidado ao buscar um carro convencional, ele precisa se precaver e evitar a compra do elétrico por impulso, ansioso para estrear no mundo da tecnologia dos modelos movido a bateria.
É comum que uma série de perguntas paire na cabeça do interessado, que ainda desconhece muitos aspectos do veículo elétrico. Para ajudar na decisão de compra, a GreenV, empresa de soluções de eletromobilidade, preparou uma lista com as seis principais dúvidas do futuro dono.
As respostas foram dadas por Zeno Nadal, diretor acadêmico da GreenV Academy, braço da empresa que promove cursos de capacitação para profissionais da eletromobilidade. Ele é uma autoridade no assunto de aquisição de carro elétrico seminovo.
“Antes de comprar um zero-quilômetro, tive quatro elétricos usados: Mitsubishi i-MiEV, Renault Zoe, Nissan Leaf e Chevrolet Bolt. Nessas ocasiões, havia menos informações sobre veículos elétricos, que eram novidade no mercado. Por isso, fui muito cauteloso para fechar negócio”, afirma.
Confira as recomendações da GreenV.
1 – Quais são os itens que devem ser analisados com atenção pelo interessado em comprar um veículo elétrico usado?
Segundo ZenoNadal, seis fatores devem ser avaliados pelo consumidor. Por ordem de importância, são: estado da bateria, conectores e condições de recarga, assoalho do carro onde fica instalada a bateria, painel de instrumentos, suspensão (molas e amortecedores) e condições de garantia da bateria.
“Um dos principais chamarizes do automóvel a combustão usado é sua quilometragem. No elétrico, é saber como está a bateria”, diz Nadal. “A não ser que o comprador seja muito experiente, ele deve recorrer às orientações de um especialista na hora de verificar a bateria e os outros pontos.”
2 – As baterias são sempre um capítulo à parte nos carros elétricos e acabam gerando dúvidas. O que o comprador deve levar em conta? É possível avaliar a vida útil do componente? Ao comprar um usado, deve-se trocar a bateria?
Em geral, as baterias têm vida útil longa e a maioria dos fabricantes oferece oito anos de garantia. Para checar como está a “saúde” dela, o consumidor ou o especialista precisa verificar a indicação no próprio painel de instrumentos do carro e, se necessário, solicitar a leitura do estado da bateria por um scanner veicular.
“Alguns modelos, como o Nissan Leaf, trazem no painel uma funcionalidade que mostra a situação da bateria, numa barra que vai de zero a 100%. Dependendo da idade do veículo, a tela indica, por exemplo, 80%, 90%. Um número muito abaixo disso revela que a bateria já está degradada”, acentua o executivo.
Outro aspecto relevante é que, com o tempo de uso, a autonomia do carro elétrico vai diminuindo. “Os primeiros Renault Zoe que começaram a rodar no Brasil apresentavam alcance de 140 quilômetros. Tempos depois, o painel já apontava 110 quilômetros de autonomia. Isso é normal”, afirma Nadal.
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3 – Qual a importância das revisões periódicas? Assim como nos carros a combustão, elas dão mais garantia ao comprador?
O manual do proprietário indica as revisões feitas nos períodos certos e nas quilometragens estabelecidas pelo fabricante. Confira se existe o carimbo da concessionária que realizou a revisão. Nos híbridos, há a necessidade de verificar a bateria em intervalos mais curtos. Veja também se a marca do carro de seu interesse oferece um bom serviço de pós-venda.
4 – Antes de concretizar o negócio, é indicado buscar uma oficina especializada para avaliar as condições gerais do veículo?
Se consumidor não tiver experiência de analisar tecnicamente o veículo, recomendamos procurar um profissional capacitado para ajudá-lo nessa tarefa.
5 – Por falar em híbridos, os cuidados com eles são os mesmos ou exigem mais atenção, porque também possuem motor a combustão?
Eles requerem cuidado extra, devido à quantidade de peças especificas para o acoplamento com o motor a combustão. São duas formas diferentes de propulsão, que devem ser avaliadas. Confira se nível de fluidos, óleo, correrias, bateria, cabos e conectores estão em ordem.
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6 – O que observar no momento da recarga do veículo? O que o novo dono deve fazer na garagem de casa ou de seu condomínio para assegurar total segurança?
O ideal é o proprietário providenciar o carregador, do tipo wallbox, na garagem, compatível com a potência do carro. Além disso, é importante manter no porta-malas um carregador portátil, utilizado para recargas emergenciais ou em locais que não possuem totens de carregamento. Aliás, o interessado tem o direito de pedir o aparelho portátil ao comprar o veículo.
Vale ressaltar que alguns veículos têm condições de ser carregados em tomadas comuns, obedecendo às normas de segurança.
Zeno Nadal adverte: “Para não haver problemas ao realimentar a bateria, o conector precisa ter todos os pinos em ordem e não apresentar nenhum sinal de oxidação ou desgaste excessivo. Caso contrário, o mau contato prejudicará a operação, porque não haverá o encaixe perfeito do cabo no equipamento”.
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