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Como a não mobilidade impacta a qualidade de vida e produtividade nas cidades

Por: . 19/10/2022
Mobilidade para quê?

Como a não mobilidade impacta a qualidade de vida e produtividade nas cidades

“A indústria da mobilidade está passando por uma transformação profunda e acelerada, que não se compara a outros setores.”

3 minutos, 54 segundos de leitura

19/10/2022

Home office, que se acentuou durante a pandemia, tem sido uma das transformações mais visíveis nas novas formas de trabalho. Foto: Getty Imagens

As transformações na maneira como nos locomovemos estão bem mais presentes no nosso dia a dia e devem, cada vez mais, colocar o desenvolvimento sustentável e o bem-estar social no centro das discussões. Mais do que falar de mobilidade, temos que olhar para a ‘não mobilidade’ como fator preponderante na qualidade de vida e ganho de produtividade.

A vida se transformou a tal ponto de que, hoje, é essencial que não se deslocar seja considerado também um fator de impacto na mobilidade urbana. O crescimento da telemedicina, do entretenimento no ambiente digital e do consumo em casa (seja via apps de entrega, seja pelo e-commerce) fez com que a ‘não mobilidade’ se tornasse parte, também, das opções de mobilidade urbana, por mais contraditório que possa parecer.

Inclusão social

Dá para ir além: a partir do momento em que não é necessário ir do ponto A ao ponto B para um determinado compromisso ou atividade, a mobilidade se torna híbrida e ferramenta de inclusão social. Basta ver o entretenimento, com espetáculos, antes restritos a teatros nas principais capitais, que passaram a ser transmitidos nos cinemas ou em plataformas de streaming, de forma mais acessível à população em geral.

Esse cenário, juntamente com as mudanças que estamos presenciando nos modelos de trabalho, com o fortalecimento do sistema remoto/online, faz com que a perspectiva da mobilidade urbana seja de uma transformação cada vez mais acelerada. Horários e rotas fixas, preços, formas de consumo. As pessoas têm novas demandas, que impactaram o jeito como pensamos e utilizamos a mobilidade.

São questões muito conectadas com a qualidade de vida. Hoje, há uma tendência clara de busca por trabalho próximo de casa, de forma híbrida, e uma resistência mais consolidada à obrigatoriedade de frequentar o escritório físico.

Segundo reportagem publicada no Estadão em setembro, um levantamento feito pela empresa de recrutamento Robert Half, com 1.161 profissionais, mostra que 39% dos funcionários buscariam um novo emprego se a empresa onde trabalham decidisse não oferecer uma opção, ao menos parcialmente, remota. Em outra matéria também do Estadão, a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo registrou redução de 13%, na média, nos congestionamentos, em agosto de 2022, na comparação com agosto de 2019, antes da pandemia.

Soluções criativas

Para as empresas da indústria de mobilidade, é um cenário que exige adaptabilidade, resiliência e criatividade. Percebemos a mobilidade mais fragmentada e multimodal, o que pede o desenvolvimento de soluções também diversas, uma vez que pessoas não têm mais uma forma única de ir e vir.

Dá para se locomover de bicicleta, a pé, de trem, de metrô, de ônibus, alugar ou assinar um veículo, entre outras opções. Sabemos que há entraves, no âmbito do transporte público, mas as empresas precisam olhar para a mobilidade como benefício a seus colaboradores e como ganho de qualidade de vida e de produtividade, por causa da eliminação do atrito no deslocamento.

De outro lado, a não mobilidade impacta, também, no deslocamento de mercadorias. Se ficamos mais em casa, estamos mais expostos a um novo comportamento de consumo: no delivery ou via comércio eletrônico. O sistema logístico ganhou impulsão e trouxe novas perspectivas gigantescas ao mercado de gestão de frotas e frete.

Afinal, presenciamos um trânsito de mercadorias bem maior, em um país como o Brasil, de dimensões continentais, pautado na tríade asfalto, caminhão e diesel. Portanto, quanto mais soluções tivermos para promover o melhor fluxo de pessoas com ganho de produtividade e circulação de mercadorias – frota e frete –, mais evoluímos na mobilidade. O que falta é discutir a padronização dos meios de pagamento e a aquisição dos serviços, que ainda é muito fragmentada. É preciso criar uma solução mais homogênea, que traga ganhos de produtividade e tempo.

A indústria da mobilidade está passando por uma transformação profunda e acelerada, que não se compara a outros setores. Desde a melhor ocupação possível do solo, com o uso racional da mobilidade urbana e soluções de transporte, passando pela informação e educação, pela logística, pela tecnologia e pela segurança. Vamos presenciar mudanças bem mais profundas e rápidas nos próximos cinco ou dez anos do que no último século. O tema é urgente e impacta a todos nós.

Saiba o que pensam outros embaixadores da Mobilidade Estadão.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão

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