Como será a mobilidade no futuro? Universitários projetam veículos eficientes em busca de respostas
8ª edição da Shell Eco Marathon reúne estudantes de quatro países em uma competição no Rio de Janeiro

A busca por soluções para a mobilidade do futuro ganha espaço no Rio de Janeiro com a edição da Shell Eco-marathon Brasil 2025. O evento acontece entre os dias 26 e 28 de agosto no Armazém 4, no Píer Mauá. Assim, a competição reúne 46 equipes universitárias, vindas de quatro países, Brasil, México, Peru e Colômbia.
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Neste ano, a competição celebra os 40 anos da iniciativa em todo o mundo. O objetivo é simples e desafiador: projetar veículos capazes de rodar a maior distância com o menor consumo possível de energia.
Conforme Norman Koch, diretor global da Shell Eco-marathon, a competição funciona como um “laboratório vivo” que conecta jovens talentos a desafios concretos da mobilidade.
“Tudo começa nos boxes, onde os estudantes montam seus veículos. Antes de ir para a pista, cada carro precisa passar por uma inspeção técnica que envolve mais de 100 itens. Desde freios até a estrutura de segurança. Só depois dessa aprovação o time está apto a competir”, explicou.
Mobilidade no futuro começa agora
Os veículos são divididos em duas classes. O “Protótipo”, que privilegia aerodinâmica e eficiência máxima, e “Conceito Urbano”, com volante, quatro rodas e design próximo ao de um carro de cidade. Além disso, as fontes de energia se distribuem em três categorias: combustão interna (gasolina e etanol), bateria elétrica e célula de hidrogênio.
“Não basta apenas criar um carro bonito ou inovador. O que conta é a eficiência: vencerá a equipe que percorrer a maior distância com a menor quantidade de energia. A cada volta no circuito também a consistência e a capacidade do veículo de cumprir todas as regras de segurança”, destacou Koch.
Apesar do alto nível de inovação apresentado pelas equipes, não existe espaço para implementar as criações dentro da Shell. Porém, Norman lembra que no início da competição, há mais de quarenta anos, os veículos desenvolvidos por estudantes continham tecnologias utilizadas hoje nos carros comerciais.
Desempenho na pista
Na pista, os resultados impressionam até os menos familiarizados com o setor automotivo. Por exemplo, em 2024, a Drop Team, do IFRS Erechim, alcançou 611 quilômetros por litros (km/l) na categoria combustão interna. Enquanto isso, a UFSC Florianópolis registrou o recorde de 381 quilômetros por quilowatt hora (km/kWh) com bateria elétrica.
De acordo com Koch, esses números dão dimensão do impacto que a competição pode gerar no mundo real. “Muitas tecnologias que hoje vemos em carros comerciais, como o sistema de desligar o motor em semáforos e religar automaticamente, nasceram em laboratórios como este. O aprendizado prático é o que prepara os estudantes para transformar a mobilidade de amanhã.”
Entre os destaques deste ano está a equipe GCEE, da Unioeste Foz do Iguaçu, que desenvolveu no Itaipu Parquetec o primeiro carro urbano a hidrogênio verde da América Latina. Aliás, o protótipo já foi aprovado para competir na Shell Eco-marathon Américas, em Indianápolis (EUA), e retorna ao Brasil com novos desafios.
“É isso que a Shell Eco-marathon promove, estudantes que experimentam, erram, corrigem e avançam. Essa combinação de inovação, disciplina e criatividade é o que moldará o transporte daqui a 20 ou 30 anos”, concluiu Koch.
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*A jornalista viajou ao Rio de Janeiro a convite da Shell.
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