Mobilidade urbana sustentável no Brasil: onde estamos?
Apesar de incentivos, o conceito ainda enfrenta desafios para ser difundido no País
2 minutos, 49 segundos de leitura
31/10/2021
Por: Redação Mobilidade
A crescente urbanização da população, muitas vezes realizada sem planejamento adequado, pode intensificar problemas de mobilidade que já existem: congestionamento, poluição, lotação de transporte público, entre outros, que afetam diretamente a qualidade de vida das pessoas. A mobilidade urbana sustentável surge para reduzir esses impactos.
O conceito leva a palavra “sustentável” porque, ao invés de criar novas alternativas, busca melhorar os recursos existentes para facilitar o deslocamento nas cidades, além de priorizar os transportes verdes e pedestres. O investimento em integração de transportes e em diferentes modais, para oferecer mais possibilidades às pessoas, é um exemplo desse conceito.
A mobilidade sustentável no Brasil tem avançado com algumas iniciativas, como a instituição da Política Nacional de Mobilidade Urbana -PNMU (Lei nº 12.587/2012), que estabelece os critérios para planejamento e gestão de mobilidade urbana no País. Mas ainda falta para que ela seja totalmente aplicada. Exemplo disso é a infraestrutura cicloviária para estimular a circulação com bicicletas, que é estabelecida no texto, mas ainda precária nos grandes centros.
Quem está nas grandes cidades brasileiras ainda esbarra, literalmente, em diversos obstáculos que dificultam o deslocamento. Isso demonstra que há muitas ações para serem implementadas seguindo o conceito de mobilidade urbana sustentável. Listamos os principais desafios abaixo.
Calçadas inadequadas para a circulação
Garantir que as pessoas circulem pelas cidades com segurança e facilidade é um dos objetivos da mobilidade urbana sustentável. No entanto, basta caminhar pelas ruas de centros urbanos para se deparar com algum trecho de calçada com batente, curta, invadida por terreno baldio ou até mesmo inexistente.
Além de oferecer riscos de acidentes aos pedestres e se revelar como impedimento para a circulação de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, a má qualidade das calçadas acaba desestimulando as caminhadas. E, em contrapartida, aumenta a preferência pelos carros.
Uma das explicações para esse problema é a dificuldade de cobrar os responsáveis pela construção e manutenção das calçadas. Em alguns municípios, essa responsabilidade é atribuída aos proprietários dos imóveis. Em outras, ao poder público. E ainda tem algumas localidades em que a obrigação é compartilhada entre ambos.
Infraestrutura cicloviária precária
O investimento em diversos modais, incluindo os transportes verdes, é uma das ações para uma mobilidade urbana sustentável. Embora as ciclovias estejam se tornando mais comuns nas cidades brasileiras, a infraestrutura para quem utiliza a bicicleta como meio de transporte ainda tem muito o que melhorar.
Faltam sistemas integrados entre os transportes coletivos para que o percurso seja feito com mais facilidade, além da própria ampliação da malha cicloviária que torne a circulação dos ciclistas mais segura no trânsito.
Dificuldades no acesso ao sistema de transporte público
O entorno das estações de trem ou metrô e terminais de ônibus podem isolar os sistemas das pessoas que precisam utilizá-los. Além do mais, ter que passar por vias esburacadas, sem iluminação ou em outras péssimas condições para acessar esse sistema é algo comum em muitas cidades do País. E se o local não é seguro, as pessoas que podem escolher, vão optar por se deslocar de carro.
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