Modelagem 3D passa a fazer parte de projetos das rodovias concedidas de SP
Uso do BIM está previsto no programa Nova Industria Brasil do governo federal; tecnologia é citada na nova lei de licitações e contratos administrativos

O governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), anunciou que vai implementar o uso da tecnologia de modelagem 3D em projetos de concessão de rodovias.
Desta forma, será possível visualizar toda a infraestrutura da obra antes mesmo de sua construção. Isso abre margem para identificar possíveis gargalos, melhorar o planejamento das intervenções, reduzir o tempo de obras e economizar recursos, entre outros benefícios.
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É como se a construção da rodovia ocorresse primeiro no computador para depois ser colocada em prática. Essa tecnologia, chamada de Building Information Modeling (BIM, modelagem de informação na construção em tradução direta), também funciona como uma “enciclopédia digital” do empreendimento. Ou seja, permite acesso a informações detalhadas e precisas para facilitar a operação e a manutenção de cada elemento ao longo do ciclo de vida.
Modelagem 3D no âmbito nacional
Embora o SPI preveja o uso da modelagem em 3D já no segundo trimestre de 2025, com o leilão do Lote Paranapanema, a tecnologia já foi utilizada em outras rodovias do Estado e é pauta federal há mais tempo. Por exemplo, a preferência pelo BIM aparece no artigo 18 da nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos (14.133/2021).
Além disso, o governo Lula incluiu o BIM como uma das ações estratégicas da Nova Indústria Brasil (NIB). “Com o propósito de fortalecer as cadeias produtivas nacionais da indústria da arquitetura, engenharia, construção e operação (AECO) com o uso de sistemas construtivos digitais”, diz o documento que institui o Plano de Trabalho Nova BIM BR.
Ademais, o uso do BIM também está previsto no Novo PAC. O governo federal defende a promoção de mecanismos que estimulam a adoção da tecnologia por parte das gestões estaduais e municipais.
BIM nas concessões paulistas
Conforme revelado pela SPI com exclusividade ao Mobilidade Estadão, o uso do BIM pelas concessionárias passa a fazer parte do projeto apresentado pelas empresas ao governo de São Paulo.
O primeiro leilão previsto é do Lote Paranapanema, trecho que contempla 282,3 km. Fazem parte da concessão trechos das rodovias:
- Raposo Tavares (SP-270), Rodovia Engenheiro Lauri Simões de Barros (SP-189), Rodovia Mello Peixoto (SP-278), Acesso Ivens Vieira (SPA-204/270) e Rodovia Engenheiro Edson Martins de Lara (SPA 245/270).
Conforme a SPI, o Lote beneficia 13 municípios da região:
- Angatuba, Bernardino de Campos, Buri, Campina do Monte Alegre, Canitar, Chavantes, Ipaussu, Itaí, Itapetininga, Ourinhos, Paranapanema, Piraju e Tejupá.
Os investimentos previstos são de R$ 4,7 bilhões. Neste caso de Paranapanema, a concessionária vencedora deverá apresentar um Plano de Implementação e Desenvolvimento de Projetos em Modelagem BIM para aprovação da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp). Conforme a SPI, a tecnologia deverá ser fornecida pela concessionária.
Além disso, a Rota Sorocabana, Nova Raposo e Lote Litoral Paulista também contam com o mesmo modelo.
“A metodologia BIM permite um planejamento mais preciso, reduzindo desperdícios e otimizando o uso dos recursos públicos. Por meio dela podemos visualizar cada etapa da obra em um ambiente tridimensional antes mesmo da sua execução, o que aumenta a eficiência e sustentabilidade do projeto”, afirma Raquel Carneiro, diretora da Companhia Paulista de Parcerias (CPP).
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