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O futuro do setor automotivo passa pela diversidade

Por: . 26/03/2021
Mobilidade para quê?

O futuro do setor automotivo passa pela diversidade

O diálogo sobre a igualdade de gênero nas empresas deve ser constante

3 minutos, 18 segundos de leitura

26/03/2021

mulheres na tecnologia
Foto: iStock

O mercado automotivo evoluiu em vários aspectos nos últimos anos, muitos deles alinhados às demandas de mobilidade. Mas, além dos aspectos técnicos de entregar um bom veículo, as empresas desse ecossistema têm também uma série de outros desafios na busca pelo desempenho e permanência no mercado. Um deles, por exemplo, é que ainda são setores compostos majoritariamente por homens e a diversidade de gênero ainda é um ponto em evolução. 

Nesse sentido, ainda temos um longo caminho a percorrer. A pesquisa Liderança do Setor Automotivo, feita em 2020 pela Automotive Business em parceria com a MHD Consultoria, mostra que apenas 6% dos cargos de alta gestão são ocupados por mulheres, em contraponto a dados revelados pela consultoria McKinsey, que apontam que as empresas com mais diversidade em suas equipes atingem resultados 21% maiores do que aquelas que não têm a cultura da equidade de gêneros. Na indústria automotiva, como em qualquer outro setor, esse movimento em torno da diversidade é fundamental. Na Webmotors já estamos nos posicionando nesse sentido, com o compromisso de ter, pelo menos, 40% de mulheres em posições de liderança até o final desse ano.

Para discutir a diversidade de gênero, convidei duas grandes profissionais inseridas na indústria automotiva para contar um pouco das suas experiências. Uma delas é a Marcela Peres, que trabalha há três anos na Webmotors, e a Paula Mascari, que trocou uma carreira de dez anos na área do Direito para trabalhar no apaixonante mercado de carros.

Da persistência ao reconhecimento

“É um mundo encantador ver toda a estrutura e montagem de um carro na fábrica. Mas, no começo, eu tive muita dificuldade em ter abertura para falar em um ambiente de fábrica e majoritariamente integrado por homens. Me sentia acuada e sentia que não podia expressar a minha opinião. Tive de aprender tudo sozinha. Mas, a partir do momento que eu comecei a mostrar que eu sabia o que estava fazendo e que eu compreendia os desafios, eu passei a ser uma referência dentro da empresa onde trabalhava. Aprendi a respeitar uma cultura diferente e estudar para estar sempre mais confiante e não deixar que a opinião dos outros influenciasse o meu trabalho apenas por uma questão de gênero”- Marcela Peres, gerente de marketing da Webmotors

Marcela Peres. Foto: Arquivo Pessoal

De advogada para mecânica

“Sempre fui apaixonada por carros e mecânica, mas segui uma carreira no Direito por medo do que as pessoas pensariam, pois naquela época era muito mais difícil encontrar mulheres atuando na mecânica de carros. Em meados de 2018, repensei minha vida e decidi largar tudo que não me fazia feliz e seguir minha grande paixão. Hoje, eu faço alguns serviços mecânicos em carros de conhecidos e estou me preparando para abrir a minha própria oficina mecânica.

Infelizmente, ainda existe muito machismo no setor automotivo, inclusive por parte de algumas mulheres que não são do meio. Mas eu costumo dizer que não me considero vítima de machismo ou de preconceito, pois eu sou protagonista da minha história e busco conquistar cada dia um pouquinho de espaço e respeito por meio do resultado do meu trabalho, estudando muito e mostrando na prática que sou capaz!”- Paula Mascari, mecânica e influenciadora do setor automotivo.

Paula Mascari. Foto: Arquivo Pessoal

Diálogo aberto o ano todo

Março é considerado o ‘mês das mulheres’, mas quero ressaltar a importância de que o diálogo sobre a igualdade de gênero nas empresas transcenda esse período do ano. É um assunto que precisa estar constantemente na pauta dos gestores. Como líder, reafirmo meu compromisso de continuar esse movimento para que cada vez mais mulheres possam evoluir no mercado de trabalho e serem protagonistas.

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