Os carros elétricos ainda são mais caros que os similares com motor a combustão. Em compensação, são imbatíveis nos preços de manutenção: na hora da revisão, os proprietários de veículos movidos a bateria pagam de 30% a 50% menos na comparação com um automóvel convencional.
A manutenção é mais em conta porque o veículo elétrico possui menos peças e componentes em seu conjunto mecânico: são aproximadamente 50 partes móveis contra 350 de um modelo térmico.
Ele é desprovido de velas, correias, filtros de combustível e de óleo, engrenagens de câmbio, bielas e virabrequim. Isso simplifica a revisão e, consequentemente, reduz o custo para deixá-lo em ordem.
No caso da troca de óleo, o automóvel com motor a combustão deve receber a substituição de óleo e filtro de óleo a cada 10 mil quilômetros rodados. Itens como vedação do cárter e filtro de combustível também devem ser verificados.
Dependendo da situação, outros serviços são necessários, como verificação ou troca de correia, mangueira de combustível e sistema de embreagem. São serviços inexistentes em uma versão 100% elétrica.
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Na propulsão elétrica, o desgaste das pastilhas de freio é igualmente inferior, porque o sistema é menos requisitado. Afinal, em vários automóveis, a velocidade diminui gradativamente quando o motorista tira o pé do acelerador, regenerando a energia da bateria.
Dessa forma, a frenagem regenerativa economiza as pastilhas, pois o sistema recupera a energia cinética desperdiçada durante a frenagem ou desaceleração, transformando-a em energia elétrica, que será armazenada na bateria, aumentando assim a autonomia do carro.
A revisão do elétrico é menos complexa e mais rápida. O serviço inclui a verificação das portas de carregamento e dos rotores e uma análise geral da bateria. Pastilhas de freio, fechaduras, filtro de ar-condicionado, suspensão, dobradiças e trincos também são vistoriados.
Outra vantagem é o aproveitamento de 90% da eficiência energética, contra 30% dos automóveis com motor a combustão. Na prática, isso diminui o custo operacional na medida em que o conjunto motriz passa por maior desgaste.
O único componente que pode durar menos comparado ao carro tradicional é o pneu, uma vez que seu atrito contra o solo é maior por “sustentar” o elevado peso do carro, devido ao pacote de bateria instalado debaixo do assoalho.
Apesar dos custos inferiores, é recomendável prestar atenção no prestador de serviço de manutenção, que deve fazer investimentos para adequar e equipar as oficinas das concessionárias ou independentes e preparar mão de obra especializada. Os profissionais precisam se qualificar para manusear equipamentos específicos, como carregadores de corrente contínua de até 150 kW e ferramentas para retirada dos módulos da bateria.