Priorizar as pessoas é o desafio para a mobilidade urbana
Especialistas apontam que o protagonismo do cidadão deve ser o caminho para o futuro da mobilidade urbana com qualidade de vida
2 minutos, 47 segundos de leitura
23/02/2021
As cidades estão em transformação e, inevitavelmente, as políticas públicas terão um desenho para o futuro bem diferente da realidade atual. E uma das prioridades nesse processo é a mobilidade urbana, que tem o desafio de colocar o cidadão e as suas necessidades no centro do debate.
A mobilidade para as pessoas, um dos temas do Connected Smart Cities & Mobility, faz parte do planejamento de cidades mais sustentáveis e que proporcionam aos seus habitantes qualidade de vida e menos tempo em deslocamentos. “Inverter a lógica atual, onde a mobilidade é desenhada a partir dos meios de transportes possíveis e não da necessidade das pessoas, será o maior desafio para o avanço desse tema no País. Entender que a jornada do usuário está relacionada à revolução nos espaços de trabalho, principalmente a partir da pandemia da Covid-19, trará mais clareza para a pauta, onde incluo também o aspecto da mobilidade corporativa”, comenta Paula Faria, CEO da Necta e idealizadora do Connected Smart Cities & Mobility, também embaixadora no Mobilidade Estadão.
Faria chama a atenção para os resultados positivos e imediatos de uma nova postura dos gestores públicos, com a participação dos demais atores que compõem esse setor, e que implicará, ainda, na redução da poluição e dos congestionamentos nos grandes centros urbanos. “Um novo olhar para o deslocamento, com entendimento dos reflexos diretos em todo o ecossistema de cidades e mobilidade urbana, precisa envolver a sociedade, o poder público, a academia e, claro, as organizações voltadas à inovação e tecnologia”.
Mudança de comportamento
Relatório do aplicativo de mobilidade Moovit mostra que 36% dos passageiros passaram a usar menos transporte público no Brasil desde o início da pandemia da Covid-19. “Os deslocamentos foram impactados drasticamente com o cenário que estamos vivendo. No entanto, assim como para os demais setores, reforça a importância do planejamento e resiliência das cidades, pensado para atender as necessidades das pessoas e sempre focado em investimentos, tecnologia e inovação”, diz Faria.
E como subir um degrau?
Faria entende que as cidades brasileiras têm um longo caminho a percorrer para que possa avançar no tema. “A edição 2020 do Ranking Connected Smart Cities, que considera oito indicadores de mobilidade, destacou São Paulo, Brasília e Vitória nas três primeiras posições. Do total possível de 6,75 pontos, essas cidades atingiram menos de 4,3, reforçando que precisamos evoluir muito”, explica.
Nesse contexto, transformar o cidadão em protagonista envolve a implementação da conectividade e da micromobilidade, priorizando o planejamento de cidades mais sustentáveis, ou seja, com grandes transformações urbanas. “Mudar nunca é fácil, mas necessário. E modificar a paisagem das cidades brasileiras será um longo caminho, onde devemos contar com iniciativas que considerem a segurança do usuário, a mobilidade ativa, políticas públicas para a eletromobilidade, substituição de faixas de automóveis por ciclovias, entre outros aspectos”.
União do ecossistema
Entre 01 e 03 de setembro de 2021, a Necta realiza, na capital paulista, o evento nacional Connected Smart Cities & Mobility. Com agenda anual, a iniciativa está na sétima edição e envolve governo, entidades, empresas e especialistas nacionais e internacionais.
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