Qual é a melhor moto para quem quer começar a pilotar?

Scooters, como a Honda PCX (à esquerda), e motonetas, como a Biz, são boas opções de motos para iniciantes. Foto: Infomoto

26/09/2023 - Tempo de leitura: 5 minutos, 2 segundos

Uma grande dúvida de quem está tirando a Carteira Nacional de Habilitação da categoria “A” ou é recém-habilitado costuma ser: qual é a melhor moto para começar? Uma pergunta que, a princípio, parece simples, mas envolve diversos aspectos. Desde qual o uso que se fará da moto até mesmo o tipo de terreno onde ela irá rodar.

Para responder a essa pergunta, conversamos com especialistas no assunto. Instrutores de pilotagem das maiores fabricantes de motos do País dão orientações para ajudar os futuros motociclistas a eleger um modelo ideal para começar.

Embora a escolha de uma moto ou qualquer outro veículo envolva gostos pessoais e paixão, o ideal é fazer uma análise objetiva e racional, antes de fazer a compra, aconselha José Roberto Favaro, 51 anos, instrutor da Yamaha Racing Academy, divisão da empresa que oferece cursos e treinamentos de pilotagem.

“O motociclista tem que se perguntar honestamente qual vai ser o uso dessa motocicleta. Vai rodar só na cidade? Ou também pega trechos de estrada?”, exemplifica Favaro. Segundo o instrutor da Yamaha, essas respostas podem ajudar a escolher com mais assertividade.

Já em relação à capacidade cúbica, a melhor opção é começar pelos modelos de menor capacidade cúbica, a tal cilindrada. “O ideal são os modelos de 125 ou 150 cilindradas. Mas, se rodar muitos quilômetros na estrada, por exemplo, uma moto de até 250 cc pode ser uma opção. Apesar de mais potentes, já têm freios ABS, que também ajudam na segurança”, indica ele.

Tipo de terreno

Outra dica é ficar atento ao limite de carga do modelo escolhido. Se o motociclista for levar garupa, uma CUB ou uma moto de menor cilindrada podem não ter sido projetadas para aquele uso, alerta o instrutor de pilotagem.

“Também é importante levar em conta o tipo de terreno aonde vai circular para escolher a melhor moto para começar. Por exemplo, um aluno comprou uma scooter, mas não ficou satisfeito, pois rodava 70% do trajeto em estradas de terra. Nesse caso, seria melhor optar por uma moto trail”, explica.

Para os motociclistas mais ansiosos e que já querem partir para os modelos de maior cilindrada, o experiente instrutor lembra que as maiores têm custos mais altos. “A manutenção também tem que ser levada em conta, na hora da compra”, diz Favaro. O instrutor ainda deixa mais uma dica para os iniciantes. “Moto é liberdade. Liberdade anda junto com responsabilidade”, finaliza.

Cinco tipos de moto ideais para começar

Com base nas dicas de José Roberto Favaro, instrutor da Yamaha Racing Academy, elaboramos uma lista com cinco tipos de moto mais adequados para quem quer começar a pilotar. Em vez de cinco motos, já que as principais fabricantes oferecem modelos com especificações e preços semelhantes, preferimos listar as características de cada estilo de motocicleta para ajudar a escolher a sua primeira moto. Confira.

Scooter de entrada

Honda Elite 125. Foto: Divulgação/Honda

Como todas as scooters, os modelos de 125 cc oferecem a facilidade do câmbio automático CVT. Contudo, elas, geralmente, têm rodas menores e são ideais para trajetos curtos dentro da cidade. Por lei, já possuem freios combinados ou até mesmo sistema ABS, na dianteira, como a Yamaha Fluo. Outras opções são a Honda Elite, a Yamaha Neo e a Haojue Lindy, todas de 125 cc.

Motonetas

Honda Biz 110i (à esq.) e 125. Foto: Divulgação/Honda

Um pouco mais robustas do que as scooters, as motonetas, ou CUBs, têm câmbio rotativo, com embreagem automática no lugar do CVT. Dessa forma, não existe manete de embreagem; porém, o condutor tem de trocar as marchas no pedal. Ainda assim, contam com o prático espaço sob o assento.
Mais adequadas para quem roda em ruas esburacadas ou vias não pavimentadas, as motonetas fazem muito sucesso. A Honda Biz, que tem versões de 110 cc ou 125 cc, por exemplo, é a segunda moto mais vendida no Brasil. Outra opção, atualmente, no mercado é a HaoJue Nex 115.

Scooter de 160 cc

Yamaha NMax 160 ABS. Foto: Divulgação/Yamaha

Com motores mais potentes e rodas maiores, as scooters de 150/160 cc podem ser uma alternativa com melhor desempenho para quem roda por vias de trânsito rápido, como as marginais dos rios Tietê e Pinheiros, em São Paulo. Mais sofisticadas e caras, porém, tão econômicas quanto suas irmãs menores, as scooters maiores têm na Honda PCX 160 e na Yamaha NMax 160 suas principais opções de compra. A Honda ainda oferece a ADV 150, que tem suspensões reforçadas e pneus de uso misto para quem pega estrada de terra.

Motos street

Honda CG 160 Fan. Foto: Divulgação/Honda

Categoria de motocicleta mais vendida no Brasil, os modelos street ou urbanos já têm quadro de moto e construção mais robusta. Equipadas com câmbio convencional de cinco marchas, com acionamento da embreagem na mão esquerda e trocas no pedal, no pé direito, seu desempenho também é melhor para aqueles que vão rodar em rodovias. Com mais capacidade de carga, motos como a Honda CG 160 Fan ou a Yamaha Factor 150 também levam garupa com mais conforto. E podem até servir para quem pretende trabalhar fazendo entregas.

Motos trail “urbanas”

Yamaha XTZ 150 Crosser Z. Foto: Divulgação/Yamaha

Derivadas dos modelos street, de quem herdam o motor, as motos trail com caráter mais urbano, como a Honda Bros 160 e a Yamaha XTZ 150 Crosser, já trazem suspensões de curso mais longo e pneus de uso misto para rodar com segurança em estradas de terra. Entretanto, as trail têm assentos mais altos – o que deixa os iniciantes mais inseguros, por não apoiar os dois pés no chão. Por isso, o ideal, antes de comprar, é fazer um test ride no modelo trail ou em qualquer outra categoria para conferir se o seu biotipo se adapta ao estilo da moto.