Conheça a Ciclovia Tim Maia, no Rio de Janeiro
Inaugurado em 2016, trajeto passa por costão de pedra na beira do mar entre o Leblon e a Barra da Tijuca
A ciclovia Tim Maia, na cidade do Rio de Janeiro, foi inaugurada em 2016 ligando os bairros do Leblon e São Conrado, na zona sul. O nome tem inspiração na canção “Do Leme ao Pontal”, do cantor Tim Maia (1942-1998), que dá o nome à estrutura. A proposta inicial era a de permitir que o trajeto entre a Praia do Leme e a Praia do Pontal, que possui 35 km e é mencionado na música, pudesse ser percorrido pela ciclovia.
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Hoje, a ciclovia tem 9 km, cruzando o costão da Avenida Niemeyer, uma formação rochosa de frente para o mar, e vai desde o Leblon até a Barra da Tijuca. Em 2016, o primeiro trecho inaugurado conectava apenas o Leblon ao bairro de São Conrado, em cerca de 3,9 km.
O segundo pedaço, aberto em setembro do mesmo ano, já expandia o trajeto de São Conrado à Barra da Tijuca. Além do trecho inicial, a ciclovia conta agora com 2 km da Praia de São Conrado e mais 3,1 km do segundo trajeto, até a Barra da Tijuca.
O mesmo cenário que oferece uma vista paradisíaca da orla oceânica do Rio de Janeiro também já sofreu com desastres ligados à própria estrutura da ciclovia. Desde 2019, parte do trajeto estava interditado pela Justiça Federal. Mesmo com o bloqueio da ciclovia, alguns ciclistas continuavam utilizando a estrutura para fugir do fluxo de veículos na avenida.
A reativação aconteceu apenas neste ano, em abril. A restauração da Ciclovia Tim Maia custou R$ 6 milhões à Prefeitura do Rio de Janeiro e foi concluída em 2023. Além desse valor, outros R$ 18 milhões foram investidos em obras de contenção ao longo da Av. Niemeyer.
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Problemas da Ciclovia Tim Maia
Em menos de três meses após a inauguração, em 2016, parte da estrutura da ciclovia na região do costão desabou e matou duas pessoas. A erosão causada pela ressaca do mar ocorreu no trecho entre Vidigal e São Conrado. Um ano após o desastre, um relatório produzido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) do Rio de Janeiro revelou sinais precoces de deterioração na estrutura da ciclovia.
Em 2018, um segundo desabamento levou à queda de cerca de 30 metros entre São Conrado e a Barra da Tijuca durante um temporal. Conforme a Agência Brasil, na época, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) argumentou que a queda ocorreu porque uma galeria que passava sob a via se rompeu e encharcou o solo.
Em março de 2024, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou via ação civil pública a demolição da ciclovia. O MPF justificou o pedido com os dois acidentes que ocorreram entre 2016 e 2018. O texto enviado à Justiça solicitava que, caso a estrutura não fosse demolida, que ao menos permanecesse interditada em todos os trechos, o que não ocorreu.
O protocolo de reativação do trecho onde houve o desabamento estabelece diretrizes de monitoramento das condições meteorológicas. De acordo com a Prefeitura do Rio de Janeiro, situações como precipitação, velocidade do vento, intensidade e direção das marés passarão a ser acompanhadas para ajudar na tomada de decisões sobre a ciclovia.
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