Viaje sem sair de casa – mas viaje saindo também | Mobilidade Estadão |

Buscando sugestões para:


Publicidade

Viaje sem sair de casa – mas viaje saindo também

Por: . 22/02/2023
Mobilidade para quê?

Viaje sem sair de casa – mas viaje saindo também

“A grande barreira é a unificação de todas essas experiências de realidade aumentada em uma única plataforma.”

3 minutos, 32 segundos de leitura

22/02/2023

Metaverso (por enquanto, uma promessa, mas com grande potencial) tem tudo para promover uma revolução na mobilidade como a conhecemos. Foto: Getty Images

Faça uma busca rápida, no Google, por ‘viajar sem sair de casa’, e encontrará páginas e páginas de artigos com dicas que podem colocar você em contato com outras culturas e modos de vida, sem precisar se deslocar. Ler um livro, aprender uma língua nova, assistir a filmes e documentários de lugares diferentes, conversar com pessoas de outros países e até revisitar fotos de viagens antigas são algumas maneiras de sentir aquele gostinho de novidade, mesmo sentado no sofá de casa.

No entanto, muito em breve, essa expressão deve ganhar um sentido totalmente novo. Se você esteve conectado à internet ao longo dos últimos meses, é provável que tenha topado com artigos e matérias falando sobre o metaverso. Essa nova tecnologia – por enquanto, uma promessa, mas com grande potencial – tem tudo para promover uma revolução na mobilidade como a conhecemos.

Conexão Itaim Bibi-Shenzhen

Especialistas em tecnologia projetam que, num futuro ainda indefinido, grande parte das viagens será feita de forma virtual, dentro do metaverso. Estamos falando, principalmente, dos deslocamentos a negócios. Um exemplo prático para facilitar: com o metaverso funcionando a pleno vapor, um engenheiro em São Paulo poderá ‘visitar’ uma fábrica em Shenzhen, na China, e reunir-se com as equipes do local, em produtivas sessões de trabalho. Com a ajuda de robôs no país asiático, ele conseguirá até mesmo operar equipamentos na fábrica – tudo isso sem sair do seu escritório no Itaim Bibi, em São Paulo, ou na Savassi, em Belo Horizonte.

Essa realidade já não está tão distante assim, na verdade. Hoje em dia, médicos conseguem operar pacientes em cidades e até países diferentes, com a ajuda do robô Da Vinci. As reuniões virtuais de negócios tornaram-se corriqueiras, nos últimos dois anos, diminuindo muito os deslocamentos a trabalho. Mas, para realizar plenamente a promessa trazida pelo metaverso, de fusão da vida real com a virtual, ainda há um caminho longo pela frente.

A grande barreira enfrentada pelas empresas de tecnologia hoje é a unificação de todas essas experiências de realidade aumentada em uma única plataforma. No futuro ideal, o metaverso vai realmente operar como se fosse um hub. Tanto o cirurgião quanto o engenheiro dos nossos exemplos vão poder acessar sua conta em uma mesma plataforma, ‘viajar’ para onde desejarem e executar as tarefas que necessitarem. Entre as maiores vantagens desse cenário está a economia de energia, acompanhada de uma redução muito significativa nas emissões de carbono causadas pelos meios de transporte.

Viajar está no DNA do ser humano

Sendo uma empresa cujo core business está na gestão de viagens, a VOLL deveria começar a se preocupar com essas perspectivas para o futuro, certo? Não é bem assim. As viagens fazem parte do DNA dos seres humanos. Durante milênios, nossos antepassados migraram entre os continentes, e a ocupação de novos territórios teve um papel fundamental no nosso processo evolutivo. Por milhares de anos, fomos uma espécie de caçadores e coletores, que dependiam da descoberta de novos territórios para sobreviver. Isso para não falar da era das colonizações, que carrega uma carga sociopolítica cuja discussão não conseguiremos fazer nesta coluna.

Trazendo essa realidade para mais perto, convido você a se lembrar da última oportunidade em que conheceu uma cidade pela primeira vez. Lembre-se da excitação de andar por ruas desconhecidas, os cheiros que entravam pelo seu nariz enquanto você olhava a arquitetura local, o prazer de experimentar uma nova comida nesse lugar diferente, a alegria genuína em se conectar, de maneira espontânea, com um nativo desse novo universo recém-descoberto.

Poucas coisas se igualam à sensação de explorar um território novo e descobrir a si mesmo enquanto se confronta com uma realidade diferente da sua. É para esse lugar da exploração que as viagens vão migrar nesse futuro, quando o metaverso for uma realidade tão corriqueira quanto uma reunião por Zoom. Em um mundo onde será possível viajar sem sair de casa, viajar saindo será uma ocasião ainda mais extraordinária.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão

De 1 a 5, quanto esse artigo foi útil para você?

Quer uma navegação personalizada?

Cadastre-se aqui

0 Comentários


Faça o login