Visão crítica dos jurados estimula o avanço da mobilidade

Levantamento deste ano contou com a participação de 33 jurados. Foto: Getty Images

15/03/2023 - Tempo de leitura: 4 minutos, 25 segundos

Nesta segunda edição das 100 Empresas Mais Influentes em Mobilidade, o levantamento contou com a avaliação de 33 jurados, nomes de peso que atuam em diversas frentes desse amplo setor. Esse trabalho resultou na seleção das 100 companhias mais representativas do segmento, entre as 339 avaliadas.

O comitê de jurados, time formado por profissionais, representantes do setor e especialistas do Estadão, respondeu a perguntas específicas nos formulários, em cada uma das categorias propostas, contribuindo com opiniões para o fortalecimento da mobilidade urbana.

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Conheça, a seguir, as avaliações de cinco profissionais que participaram do estudo.   

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O que pensam os jurados

Cristina Albuquerque, gerente de mobilidade urbana do Programa Cidades da WRI Brasil

“Sobre a eletromobilidade, com certeza, temos diversos benefícios ambientais e sociais em qualificação do sistema de transporte coletivo. E precisamos avançar ainda mais nessa pauta no País. Ainda temos desafios a serem superados, como a questão do alto custo do capital de tecnologia e da maior necessidade de competitividade com outros tipos de veículo. Não só em relação ao veículo padrão convencional mas também no que se refere aos veículos menores e maiores para atender a demais cidades no processo de descarbonização. Temos, também, outros modelos de negócio com diferentes atores ajudando a destravar a barreira financeira para alcançarmos, de fato, o benefício social da eletromobilidade.
Estamos vendo atores do setor de energia começando a participar dos negócios, investidores, fundos de investimento para ajudar a aumentar a frota e fazendo contratos de locação para minimizar a barreira inicial do custo de capital elevado que os elétricos ainda têm. Também vemos essa movimentação nos diferentes fabricantes para termos maior oferta de veículos no mercado brasileiro.” Cristina Albuquerque

Paulo Miguel Júnior, presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla)

“As locadoras de automóveis vêm buscando criar novas iniciativas em ESG. Entretanto, já estamos vendo, em algumas empresas, o desenvolvimento de iniciativas no aspecto de compensação de carbono e na destinação de resíduos, com a inclusão não só no atendimento aos clientes mas também para o seu público interno.” Paulo Miguel Júnior

Janayna Bhering Cardoso, Gerente de Negócios e Parcerias da Fundep (Fundação de Desenvolvimento de Pesquisa)

“A Fundep tem atuado em diversos esforços públicos e privados pautados pela inovação e práticas ESG. Neste contexto, atuamos como coordenador de três das seis linhas prioritárias do Programa Rota 2030 ligado ao governo federal e que visa o aumento da competitividade da cadeia automotiva. Além disso, atuamos na Plataforma Nacional da Mobilidade Elétrica (PNME), plataforma multidisciplinar que reúne diferentes atores para construir soluções concretas para a mobilidade elétrica no Brasil. Desta forma, buscamos apoiar diversas ações em mobilidade ESG no Brasil, que se destacam pela preocupação com assuntos envolvendo a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade. Acreditamos e apoiamos o desenvolvimento de novos modelos de negócios pautados pela inovação que possibilitem o maior acesso à população em geral, contribuindo para que a transição energética se dê de forma sustentável.” Janayna Bhering Cardoso

Rodrigo Tortoriello, vice-presidente da Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro (Semove)

“Vemos que as práticas de ESG são cada vez mais relevantes no processo de gestão de cada uma das empresas. No setor de mobilidade, é fundamental que se invista nessa tríade, porque não há como falar em melhorar o transporte público sem que se pense em como ser ainda mais eficiente do ponto de vista ambiental. Para o passageiro, o transporte público já é mais ambientalmente amigável do que o individual. Mesmo assim, como podemos ser ainda mais eficientes e conseguir resultados melhores no aspecto ambiental? Isso vai depender do tipo de combustível utilizado até as práticas internas de manuseio e gestão do combustível, de óleos lubrificantes, como são lavados os veículos e como são tratados os resíduos dentro das unidades ou empresas.” Rodrigo Tortoriello

Lilian Frazão, CEO da Quero Pedalar e co-organizadora do Pedal Voluntário

“Vou citar uma empresa que está na minha área de atuação. A Tembici trouxe um modelo de negócio disruptivo, um serviço de compartilhamento de bicicletas que não havia no Brasil, mas eu já havia visto, há alguns anos, na Europa. Um modelo relativamente novo e que ainda está em fase de crescimento, mas já envolvido na forma de locomoção das pessoas nas cidades. A empresa utiliza alta tecnologia para gerenciar a frota de bicicletas para oferecer o melhor a seus clientes. Ao pensar em ESG e bicicleta, ela já nasce com a preocupação ambiental, pois promove a mobilidade urbana sustentável e contribui para a redução das emissões de carbono.” Lilian Frazão

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