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‘Entendemos a realidade de quem vende o almoço para pagar a janta’, diz Gaby Chaves

Por: Andressa Marques . 15/03/2022

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‘Entendemos a realidade de quem vende o almoço para pagar a janta’, diz Gaby Chaves

Plataforma de ensino NoFront promove a educação financeira com o apoio de canções do rap

2 minutos, 15 segundos de leitura

15/03/2022

Por: Andressa Marques

Fundadora da plataforma NoFront, Gabriela Chaves nasceu e cresceu no Jardim Trianon, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Mestre em economia política, Gaby estudou na PUC-SP com bolsa de 100%. Foto: Mônica Chaves/Divulgação

Gabriela Chaves nasceu e cresceu no bairro Jardim Trianon, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Mestre em economia política, Gaby estudou na PUC-SP com bolsa de 100%. É fundadora e CEO da NoFront – Empoderamento Financeiro, uma plataforma que oferece educação financeira e de planejamento para a comunidade negra e periférica com um método próprio e bem particular: canções de rap. A escola oferece cursos, consultorias, palestras e oficinas. A produção de conteúdo contempla ações no YouTube e podcasts. 

A NoFront nasceu em 2018, quando a economista Gaby começava a trabalhar no mercado financeiro. “Aprendi coisas que nunca tinha ouvido falar e isso me trouxe um desejo muito grande de compartilhar conhecimento com outras pessoas da mesma trajetória que a minha”, diz. “Percebi o abismo sobre finanças entre o centro e as periferias.”

A fim de popularizar o conhecimento, era preciso construir metodologias que se comunicassem com a realidade da maioria das pessoas atendidas. Assim, foi criado um mecanismo que articula economia e rap, usando na pedagogia o trabalho de artistas como Racionais, Emicida, Jup do Bairro e Djonga. “A cultura tem um poder muito grande de sensibilizar e conectar as pessoas”, explica Gabi. “A gente não precisa falar difícil para conseguir se apropriar de uma dimensão que impacta a vida de todo mundo.”

Gaby percebe um forte interesse das mulheres negras em aprender a investir e diz que é urgente recusar o senso comum machista, de que “mulheres não entendem de finanças”. Leia mais nesta reportagem que as meninas do Nós, Mulheres da Periferia escreveram para o Expresso na Perifa

O projeto já atendeu mais de seis mil pessoas pelo País — isso inclui a formação de pessoas direto nas comunidades e também iniciativas contratadas por empresas para o público desse mesmo perfil. Uma população que vive na periferia, nas favelas e nas comunidades e que, a partir dos estudos, passa a ter mais autonomia e aprende a se organizar para perseguir (e realizar) sonhos.

Pensar a educação financeira da periferia, para periferia e pela periferia faz, afirma Gaby, uma diferença muito grande na construção metodológica. “Aproximamos as pessoas da educação financeira na medida em que a gente entende muito da realidade de quem tá vendendo o almoço para pagar a janta”, diz a economista. “É por isso que a gente diz, com convicção, que preto e dinheiro não são palavras rivais”, completa.


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